terça-feira, 15 de julho de 2025

VISITANTE E O RECADO DO ORADOR

Em 27.12.2024 o Respeitável Irmão Angelo Kondlatsch, Loja Fé e Trabalho, 635, REAA, GOB-PR, Oriente de Rio Negro, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:

 

VISITANTE

 

Mesmo no Ritual de 2024, nada consta sobre as visitas a outras Lojas

Minha dúvida é se o Irmão que visita outra Loja, e nesta, quando o Orador "envia um Tríplice e Fraternal Abraço ao Venerável Mestre e demais obreiros" bem como algum outro recado, se este Irmão teria a obrigação no momento da "Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular" da próxima Sessão em sua Loja, transmitir esse "recado", pois foi incumbido disso .

O que se vê é que os Irmão colocam no Saco de Propostas e Informações o comprovante de presença nas Sessões de outras Lojas, mas nunca repassam o "recado" do qual foram incumbidos.

Por ter sido em Loja Fechada tal incumbência, não seria de bom senso que também em Sessão fosse repassado essa informação na sua Loja?

 

CONSIDERAÇÃO.

 

Este não é um procedimento que deva ser incluído no Ritual, até porque teríamos também que colocar como obrigação do Orador o envio de recados, a exemplo de enviar um TFA ao Venerável Mestre de outra Loja através de um visitante. Isto seria no mínimo mais um excesso de preciosismo.

Nesse sentido, não se trata de uma obrigação e nem de uma regra, mas uma amabilidade, no caso ficando a critério do visitante, se ele achar necessário, transmitir estas "cordiais saudações".

 

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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JUL/2025

RETARDATÁRIO - ENTRADA SEM FORMALIDADE

Em 27/12/2024 o Respeitável Irmão Raphael Cardoso Prado, Loja Joaquim Rodrigues D’Abreu, 1931, REAA, GOB-RJ, Oriente de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, apresenta a dúvida seguinte:

 

ENTRADA SEM FORMALIDADE

 

Sobre uma das últimas postagens no seu blog, "CONDUÇÃO DE IRMÃO ATRASADO", gostaria de tirar uma dúvida.

É possível que o Venerável Mestre permita a entrada sem formalidades de um Ir atrasado (do quadro ou conhecido)?

Caso afirmativo, qual o procedimento correto? Entrar, fazer a marcha e a saudação às luzes? Fazer somente a saudação? Entrar direto para o seu lugar?

 

CONSIDERAÇÕES

 

Entende-se que toda a entrada em Loja aberta deve ser formal.

A possibilidade de um Venerável Mestre receber retardatário sem formalidade é
contribuir para a manutenção de um costume reprovável (chegar atrasado).

Chegar atrasado para os trabalhos de uma Loja, além de atrapalhar o andamento da sessão, ainda desrespeita os IIr que se apresentaram pontualmente.

Admite-se o atraso como algo esporádico e não costumeiro. À vista disso, quem eventualmente chegar atrasado deve ingressar formalmente, isto é, pela Marcha do Grau e saudação às Luzes.

 

 

T.F.A.

 

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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JUL/2025

segunda-feira, 14 de julho de 2025

LUGARES ELEVADOS NA LOJA

Em 26.12.2024 o Respeitável Irmão Hilton, Loja Estrela Ituiutabana, 1336, REAA, GOB MINAS, Oriente de Ituiutaba, Estado de Minas Gerais, apresenta a seguinte questão:

 

LUGARES ELEVADOS

 

O piso da mesa do Tesoureiro, Chanceler, Orador e Secretário é elevado, um degrau? É correto elevar o piso da fila de cadeiras dos aprendizes e companheiros?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

               Conforme consta no Ritual em vigência do REAA do GOB, edição 2024, as mesas do Orador, do Secretário, do Chanceler e do Tesoureiro não ficam sobre nenhuma elevação. O mesmo ocorre com o lugar dos Aprendizes e dos Companheiros, os quais ficam no mesmo nível dos demais assentos nas colunas.

Conforme especifica o ritual, o acesso do Ocidente para o Oriente se faz por apenas "um" degrau; o acesso para o sólio por "três degraus"; à cátedra do 1º Vigilante por "dois
degraus
"; à cátedra do 2º Vigilante por "um degrau".

O Oriente fica um degrau acima do Ocidente. As mesas do Orador e do Secretário descansam sobre o mesmo nível do Oriente. As mesas do Tesoureiro e do Chanceler descansam sobre o mesmo nível do Ocidente. Os assentos dos Aprendizes e dos Companheiros descansam sobre o mesmo nível do Ocidente. Apenas os Vigilantes é que têm suas cátedras elevadas em relação ao piso ocidental.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

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JUL/2025

BANDEIRA DO MUNICÍPIO NA LOJA

Em 26.12.2024 o Respeitável Irmão Waldir Duarte, Loja Minas Livre Esperança, 606, REAA, GOB MINAS, Oriente de Jacutinga, Estado de Minas Gerais, apresenta a dúvida seguinte:

 

BANDEIRA DO MUNICÍPIO

 

Recebemos nossos Novos Rituais e já dei uma olhada geral nele.

Me chamou atenção o fato de não ter sido mencionado o uso da Bandeira Municipal Pag. 17. Também, na Planta do Templo, pag. 22., ela não aparece.

No SOR, podemos ver no Item 5 PAVILHÃO NACIONAL b IV. Por sua vez, e do mesmo ponto de Vista, à Direita da Bandeira da Unidade da Federação, vai a Bandeira do Município de onde se situa a Loja.

 

CONSIDERAÇÕES

 

                No tocante à Bandeira do Município, ela não aparece no novo ritual em vigência, ficando opcional a Loja utilizá-la ou não.

Ficou opcional porque existe um conflito entre o Decreto 1476/2016 do GOB e a Lei Federal 5700. Pelo Decreto do GOB, a Bandeira Municipal fica à direita da Bandeira Estadual, que por sua vez fica à direita do Pavilhão Nacional. Pela Lei 5700 a Bandeira Municipal fica imediatamente à esquerda do Pavilhão Nacional, enquanto que a do Estado fica a sua direita.

Face a este paradoxo, optou-se por não se colocar a Bandeira do Município no ritual. Assim, a opção de utilizá-la, ou não, fica por conta da Loja, seguindo o Decreto do GOB (à direita da Bandeira Estadual) ou a Lei 5700 (à esquerda do Pavilhão Nacional).

Quanto ao SOR/REAA, o mesmo estava regulado para o Ritual de 2009, o qual foi revogado e retirado da página oficial do GOB. Agora valem apenas os rituais do REAA de 2024. Um novo SOR está sendo preparado para atender os rituais vigentes.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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JULHO/2025

HUZZÉ! HUZZÉ! HUZZÉ!

Em 18.12.2024 o Respeitável Irmão José Antônio Wengerkiewicz, Loja União III, Luz e Trabalho, 664, REAA, GOB-SC, Oriente de Porto União, Estado de Santa Catarina, apresenta a pergunta seguinte:

 

HUZZÉ!

 

Por gentileza tire minha dúvida, a pronúncia correta da palavra Huzzé é "Uzé" ou "Russé", como já ouvi em Lojas.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

A pronúncia se inicia com a letra "U", ou seja, escreve-se Huzzé, e se pronuncia "Uzé" (com "u").

O resto não passa de invenção. Huzzé é uma saudação dirigida à volta do Sol, misticismo do solstício de inverno no hemisfério Norte.

Quando o Sol alcançava a sua maior declinação em direção ao Sul, era costume os árabes saudarem a volta do Sol no solstício de inverno, noite mais longa do ano na região setentrional da Terra. Agitando um ramo florido de acácia, davam boas-vindas ao Sol que acabara de iniciar o seu retorno, do Sul para o Norte. As flores amarelas de acácia simbolizavam pequenos "sóis".

Os árabes, principalmente os Drusos, na noite mais longa do ano acendiam fogueiras para aguardar o nascer do Sol e aclamá-lo pela sua volta aparente. Nessa oportunidade bradavam, como boas vindas, a palavra Uza!

Com o advento do islamismo, Maomé proibiu esta saudação ao Sol. Os ingleses, senhores da região por muito tempo, acabariam levando, do Oriente Médio, esse costume para a Inglaterra, o qual por lá adquiriu a corruptela de “Hip Hurra!", como saudação de alegria e contentamento.

Na França, a Loja Mão Escocesa, criada em 1804 para gerenciar o primeiro ritual simbólico do REAA, dentre outros costumes, também contribuiu com esta saudação solar, a qual se consagrou como Huzzé! (pronuncia Uzé!).

              Nesse contexto, vale ressaltar que os três primeiros graus do REAA possuem conotação solar, a despeito de que a sua constituição iniciática se baseia nos ciclos da Natureza, onde o Sol é um dos seus principais elementos. Isto é perfeitamente percebido na decoração astronômica da abóbada do Templo, assim como na dialética de abertura e encerramento dos trabalhos que consta nos rituais.

Com isso, infelizmente a aclamação Huzzé não tardou a ser temperada por inventores e ocultistas que deram outros significados para esta velha saudação solsticial haurida dos cultos solares da antiguidade. Místicos e ocultistas criaram toda a sorte de invencionice, das quais, uma delas é a tal pronúncia distorcida “rrruzé”, para contemplar a ideia de que esta pronúncia vem da região epigástrica de quem a pronuncia. Não passa de mais uma destas bobagens.

Nos graus de Aprendiz e de Companheiro do REAA, sob o aspecto iniciático, esta saudação ao Sol aparece na abertura dos trabalhos para aclamar a plenitude da Luz, ao Meio-Dia; no encerramento, para afirmar que o Sol novamente voltará ao amanhecer, pois quanto mais escura é a madrugada, mais perto está o raiar de um novo dia. No 3º Grau não há saudação porque a Terra ficou viúva pela morte do Sol (Hiran) no Inverno. Um novo ciclo está prestes a recomeçar.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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JUL/2025

 

sábado, 12 de julho de 2025

VERIFICAÇÃO NA ABERTURA DOS TRABALHOS

Em 16.12.2024 o Respeitável Irmão Marcelo Barboza, Loja Aloísio Batista dos Santos, REAA, GOB MINAS, Oriente de Betim, Estado de Minas Gerais, apresenta a seguinte questão:

 

VERIFICAÇÃO PELO 1º VIG

 

Em atenção ao ritual 2024, consta que o 1º Vig fará a verificação se todos são maçons de seu altar. Nesse sentido, os maçons ficarão à Ordem voltados para o centro da Loja? Pois o correto não será voltado para o Ocidente para evitar que algum intruso copie o movimento? Assim, considerando o ritual 2024, na verificação os irmãos ficaram voltados para o centro da Loja ou para o Ocidente?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

É consagrado no REAA que em Loja de Aprendiz o 1º Vigilante, para cumprir o seu segundo dever de obrigação, o faça solicitando que todos, nas Colunas, fiquem à Ord. Assim, do seu lugar ele verifica se todos, pelo sinal que fazem, são maçons. Os Irmãos das Colunas, para que o 1º Vigilante possa verificar coletivamente o Sinal, ficam à Ordem, cada qual conforme a disposição do seu assento.

             No 1º Grau, os Vigilantes não percorrem as Colunas e nem os obreiros voltam-se para o Or͘, pois eles não serão examinados individualmente.

Já no 2º e 3º Grau, por uma questão de prudência, salvo os IIr que estiverem ocupando cargos, que não serão examinados, o exame será individual nas CCol do Norte e do Sul, oportunidade em que os Irmãos se voltam para o Oriente.

                Assim, existem duas situações distintas, a do 1º Grau, quando o 1º Vigilante faz a verificação do seu lugar, e a dos Graus de Companheiro e Mestre, quando os Vigilantes percorrem cada qual a sua Coluna para proceder o exame.

Observe-se que no 1º Grau, conforme consta no Ritual de 2024, o 1º Vigilante se coloca em pé com o malhete repousado no lado esquerdo do seu peito. Justifica-se tal procedimento para que o examinador não mostre o Sinal àqueles que coletivamente serão examinados pelo Sinal.

Vale ressalta que no Oriente, em qualquer grau simbólico, não existe telhamento, portanto ali, durante o exame, todos permanecem sentados.

Ao encerrar este arrazoado é oportuno mencionar que os Vigilantes ocupam mesas, não altares.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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JUL/2025

 

sexta-feira, 11 de julho de 2025

ORIENTE ELEVADO - REAA

Em 15.12.2024 o Respeitável Irmão Tacachi Iquejiri, Loja Luz de Outubro, 2081, REAA, GOB-MS, Oriente de Campo Grande, Estado do Mato Grosso do Sul, faz a pergunta seguinte:

 

UM DEGRAU PARA O ORIENTE

 

Com a maior humildade e respeito, venho consultar da seguinte dúvida:

"No novo ritual de Aprendiz-REAA, em sua página 14, 1.3.-Disposição e Decoração do Templo, em seu parágrafo 3º, no final está grafado: "a partir da edição deste ritual devem ter acesso ao Oriente por apenas um degrau".

Visto esta determinação, pairou a dúvida do motivo ou razões que levaram a tal decisão.

Agradeço sua paciência e esclarecimento.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

No segundo parágrafo da página 14 do Ritual de Aprendiz do REAA, 2024, GOB, está determinado que o Oriente da Loja fica separado do Ocidente por uma balaustrada, aberta ao meio. No parágrafo seguinte, em complemento ao primeiro, está escrito que nos templos já construídos o acesso se faz por quatro degraus, todavia, os que forem planejados e construídos a partir da adoção deste ritual (2024), o acesso ao Oriente será feito por um degrau apenas. Isso quer dizer que não há necessidade de se desmanchar o que já está feito, tolerando-se assim os quatro degraus nos templos construídos antes da edição do ritual mencionado, desde que conscientemente todos saibam que o certo é apenas um degrau.

A justificativa é a de que no REAA o acesso ao Oriente, por quatro degraus, não é original. O correto é apenas um degrau. O número de quadro degraus de acesso é natural nos ritos Moderno e Adonhiramita, por exemplo.

No REAA, o Oriente separado (balaustrada) e elevado, em relação ao Ocidente, apareceu por volta de1816 devido a criação de um santuário Rosa-cruz para as Lojas Capitulares, sistema então criado pelo Grande Oriente da França. Inicialmente, no primeiro projeto dos rituais do simbolismo do REAA (1804), o Oriente não era separado e nem era elevado em relação ao Ocidente. Em resumo, o piso inteiro do templo não possuía desnível.

Com o advento das Lojas Capitulares (hoje extintas) o Oriente, que antes ficava no mesmo nível do Ocidente, acabou sendo elevado por um degrau apenas.

            Mesmo mais tarde, com a extinção das Lojas Capitulares (final do século XIX), o Oriente do templo, então elevado por um degrau, assim continuou e assim se consagrou na topografia dos templos maçônicos para o simbolismo do REAA.

Seguindo esta premissa, o ritual do REAA, edição 2024 do GOB, também prevê o acesso por um degrau do Oriente para o Ocidente, não obstante ainda tolere quatro degraus para os templos que até aqui já se encontram construídos. Para a construção de novos templos, ou eventuais reformas, o acesso ao Oriente deve seguir o previsto no ritual vigente - apenas um degrau.

No Brasil, em relação ao Oriente elevado, por muitos anos vários rituais do escocesismo acabariam, por circunstâncias históricas, copiando equivocadamente os quatro degraus previstos nos templos do Rito Moderno, principalmente.

Nesse contexto, vale destacar que no Brasil, apesar dos enxertos indevidos hauridos de tempos dantes, mesmo assim ainda é possível se encontrar templos maçônicos do REAA, com mais de uma centena de anos, que conservam características originais, a exemplo da de possuir apenas um degrau de acesso do Ocidente para o Oriente.

À vista disso, o Ritual de 2024 em vigência está resgatando práticas hauridas dos primórdios do REAA.

 

 

T F A

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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JUL/2025