RESPOSTA - FEVEREIRO/2017
Em 01/12/2016 o Respeitável Irmão Rui Jung Neto, Ex-Venerável Mestre da Loja Concórdia et Humanitas, 56, Rito Schröeder, GLMERGS, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, solicita a seguinte informação:
ORIGEM DOS ESTANDARTES - LOJAS SIMBÓLICAS.
O Irmão teria algum material sobre a origem do uso de Estandartes na Maçonaria, em especial pelas Lojas Simbólicas?
Grato e no aguardo.
CONSIDERAÇÕES.
Estandarte - substantivo masculino (do francês antigo: estandart), dentre outros, designa uma espécie de bandeira, geralmente retangular, com símbolos, brasões, etc., pendente de uma haste, serve como insígnia de corporações, clubes, confrarias, comunidades religiosas, etc.
O uso dos Estandartes na Maçonaria ganhou caráter generalizado e obrigatório a partir do aparecimento oficial da Maçonaria Organizada em 1717, muito embora anteriormente muitas Corporações de Ofício (Guildas Operativas) do passado, principalmente na Escócia, já costumavam adotar esse tipo de pavilhão como insígnia da corporação - esse costume foi adquirido principalmente dos reinados, feudos e castas familiares da época que se identificavam pelo conteúdo do seu próprio estandarte (heráldica).
Também não há como negar essa influência sobre a Maçonaria de Ofício, a própria Igreja que, pelos seus priorados, comunidades e dioceses costumavam adotar a prática do Estandarte como identidade - muitas Associações Monásticas e Confrarias Leigas a exemplo dos Cistercienses, Beneditinos e Mestres Comancinos já adotavam na época o seu uso. Historicamente sabe-se que a Maçonaria floresceu a sombra da Igreja Medieval.
Assim a Moderna Maçonaria (especulativa) manteria essa insígnia como tradição identificativa da Loja como corporação - aquela que possui existência legal, tanto sob a tutela a Obediência, bem como Instituição sujeita ao cumprimento das leis do seu País.
Na autenticidade dos Estandartes, a heráldica dessa insígnia está em identificar a Loja pelos caracteres correlatos ao seu título distintivo e, junto com a carta constitutiva, serve para demonstrar o seu caráter de regularidade.
É sob esse prisma que muitos Ritos arvoram o seu Estandarte em Loja assim que a mesma é declarada aberta para os trabalhos. Infelizmente esse costume parece ter caído em desuso devido à presunção e ignorância de alguns "fazedores" de rituais que preferem mantê-lo arvorado mesmo com a Loja fechada. Cito o exemplo do REAA\ que possui inclusive o cargo de Porta-Estandarte, cuja finalidade principal genuinamente seria a de desfraldar o Estandarte na Loja quando declarada aberta e recolhê-lo na ocasião do encerramento - os "entendidos" esqueceram-se desse importante momento litúrgico, embora hilariamente tenham até inventado a tal da "sagração de estandarte", cerimônia inexistente na pura Maçonaria, provavelmente para satisfazer os adeptos da pavonagem.
T.F.A.
PEDRO JUK jukirm@hotmail.com
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