Em 24/05/2017 o Respeitável Irmão
Euro Ferreira Guedes, Loja Pedro Michael Struthos, 2065, REAA, GOB-RO, Oriente
de Guajará Mirim, Estado de Rondônia, solicita a
seguinte informação:
SAUDAÇÃO E USO DA PALAVRA.
Eis minha dúvida, em relação à
SAUDAÇÃO no REAA: Nosso Ritual do REAA/GOB, não faz referência alguma do modo
como os Irmãos, ao usarem a palavra, devem saudar os presentes. Quem deve ser
saudado, qual a ordem, em que momentos? As Luzes tem prioridade, isto é, devem
ser saudadas por primeiro, ou são colocadas na Ordem hierárquica normal? A
saudação inicia-se na mais alta autoridade presente, desce pelas faixas e
termina onde? No Aprendiz? Tenho visto Irmãos saudarem as autoridades, uma a
uma, e terminarem em Mestres Instalados, Mestres, Companheiros e Aprendizes. É necessário
tudo isso?
Muitas vezes a saudação fica mais
longa que as palavras do Irmão. Em que ocasiões devem ser feitas essas
saudações? Toda vez que for necessário usar a palavra, isto é, na Ordem do Dia
e na Palavra a Bem da Ordem? Aguardo luzes.
CONSIDERAÇÕES.
Primeiro. Já
comentei bastante a respeito. Tenho dito: “quando
do uso da palavra o obreiro cumpre antes o protocolo que é o de mencionar as
Luzes, demais Dignidades e apenas alguns dos presentes a Loja, sem o exagero de
dirigir individualmente a todos que a compõem”.
Segundo. Na verdade
essa atitude não é saudação, pois quando o obreiro se posiciona à Ordem para
usar da palavra ele está primeiro cumprindo uma formalidade consuetudinária do
Rito que diz: “todo o obreiro que estiver
em pé e parado em Loja aberta fica à Ordem e, antes de sentar novamente, desfaz
o Sinal na forma de costume”.
O mais comum e
recomendável para a ocasião do uso da palavra é a de que o obreiro ao fazer uso
da mesma, estando à Ordem, assim proceda mencionando protocolarmente por
primeiro: “Luzes da Loja, demais
Dignidades, Autoridades (sem descrevê-las uma a uma), meus Irmãos” [1].
A partir daí ele simplesmente faz o seu pronunciamento e, ao final, desfaz o
Sinal pela pena simbólica e torna a tomar assento.
Só isso basta. É de
péssima geometria o usuário da palavra ficar mencionando exageradamente uma a
uma as autoridades e demais presentes na sessão antes de usar propriamente a
palavra. Quem assim o faz, além de desnecessariamente querer “dourar a pílula”,
ainda toma tempo da sessão e esgota a paciência dos outros. Em síntese é uma
atitude improdutiva.
A postura de se
estar à Ordem para o uso da palavra não deve ser confundida com saudação
maçônica, embora que para tal também se fique à Ordem.
A liturgia da
saudação maçônica é feita a partir do Sinal de Ordem que deve ser composto e desfeito
imediatamente pela pena simbólica quando se estiver em Loja aberta conforme especifica
o Ritual de Aprendiz na sua página 42, último paragrafo. Nele está escrito que
a saudação se faz apenas ao Venerável Mestre quando se entra e sai do Oriente,
ou às Luzes da Loja após a entrada formal (depois da Marcha do Grau). Isso nada
tem a ver com procedimentos para o uso da palavra.
Dadas essas
premissas, quando alguém fica à Ordem durante o uso da palavra dirigindo-se
protocolarmente às Luzes, demais Dignidades, Autoridades e demais Irmãos presentes,
por exemplo, não se está saudando ninguém pelo Sinal, mas sim cumprindo a tradição
de assim se postar antes de fazer uso da palavra (quem estiver em pé,
obrigatoriamente compõe o Sinal de Ordem). Terminada a fala, antes de sentar, desfaz-se
o Sinal. Ratificando, isso não é saudação maçônica.
Todas as saudações
em Loja são feitas pelo Sinal, entretanto nem sempre quem estiver compondo o
Sinal estará obrigatoriamente saudando alguém. Infelizmente, uma boa parte dos
que se dizem conhecedores de ritualística e escrevem nossos rituais (quando não
os copiam apenas), na verdade não a entendem a contento, portanto não se
apercebem desses detalhes. São eles apenas subservientes da moda peripatética
latina que é a de se cumprir apenas o que está escrito, mesmo sem saber se o
que está escrito faz algum sentido ou não. Aliás, desses, a grande maioria
ainda não sabe nem o porquê das nossas práticas litúrgicas.
T.F.A.
PEDRO JUK
JULHO/2017
[1]
Existem outras variações
protocolares tais como: “Venerável
Mestre, Irmãos Primeiro e Segundo Vigilantes, demais Dignidades, Autoridades,
meus Irmãos”. Na hipótese de estar presente o Grão-Mestre, ele é mencionado
pelo cargo logo após as Luzes da Loja: “Luzes
da Loja, Soberano (ou Eminente)
Grão-Mestre, demais Dignidades...”. Existem ainda outras variações que
podem, dependendo da situação, ser usadas, desde que as mesmas não se prendam
aos excessos de preciosismo. – é tudo uma questão de bom senso.
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