Em 19/06/2018 o Respeitável Irmão
Aécio Speck Neves, Loja Regeneração Catarinense, 138, REAA, GOB-SC, Oriente de
Florianópolis, Estado de Santa Catarina, apresenta a seguinte questão:
INSTALAÇÃO DE VENERÁVEL MESTRE.
Recorro, mais uma vez, ao teu conhecimento maçônico a fim de solicitar
informações sobre os seguintes tópicos:
1. Desde quando os Mestres devem se retirar do Templo
na parte final da instalação de um novo Venerável Mestre?
2. Antes disso os Mestres podiam ficar no Templo
durante toda a cerimônia?
3. Faço tais indagações porque pretendo levantar na
minha Loja uma ideia, ou luta, em prol da presença dos Mestres Maçons no
Templo, durante toda a cerimônia de instalação do novo Mestre da Loja; afinal,
se nós elegemos, por que não podemos assistir toda a cerimônia, não concordas?
CONSIDERAÇÕES.
Embora a Instalação que
acontece indistintamente em todos os ritos na Maçonaria brasileira não seja
original – Instalação tradicional ocorre apenas no Craft – esse costume acabou
se tornando consuetudinário por aqui.
Na realidade, a
verdadeira Instalação inglesa não se adequa a lendas e a procedimentos
esotéricos. Instalação é simplesmente a posse de um dirigente acolhido na
cadeira (trono) da Loja.
A despeito desses
comentários, a Instalação formatada por uma alegoria lendária, além de sinais,
toques e palavra acabou se tornando, particularmente no REAA, uma marca da
Maçonaria tupiniquim, sendo a sua aplicação obrigatória para aqueles que são
legalmente eleitos para o veneralato da Loja. Nesse sentido, uma vez instalado
na cadeira da Loja o maçom adquire ad
aeternum o título honorífico, ou distintivo de Mestre Maçom Instalado,
mesmo após ter deixado a presidência da Loja. Nesse caso os ex-Veneráveis são
Mestres Maçons Instalados. Cabe alertar que embora a presença de “segredos
esotéricos” esse título não é um grau maçônico.
No Grande Oriente do
Brasil o costume de se instalar esotericamente um Mestre Maçom eleito para o
cargo de Venerável ocorre desde o ano de 1968. Naquela oportunidade o então
Grão-Mestre Geral Moacir Arbex Dinamarco adotou um ritual para esse fim que
fora encomendado ao Irmão Nicola Aslan, obreiro esse oriundo das Grandes Lojas
Estaduais brasileiras.
Destaque-se que foi a
Obediência que congrega as Grandes Lojas estaduais brasileiras que copiou das
Grandes Lojas norte-americanas (Lojas Azuis - York Americano) esse costume,
adequando-o, diferente do norte-americano (por extensão, do inglês) a um
sistema velado que adota sinais, toques e palavra. Nesse embalo o REAA, rito
que originalmente não possui instalação, acabou recebendo essa prática por
enxerto.
Provavelmente Aslan ao
elaborar o ritual para o GOB buscou todo esse esoterismo em rituais latinos
(franceses) que se propunham a dar à Instalação esse tipo de perfil.
Acrescente-se que a verdadeira instalação praticada na Inglaterra pelo Craft
nada tem a ver com essas criações inventivas.
Dado a isso, aqui no
Brasil as Obediências costumeiramente nomeiam Conselhos compostos por Mestres
Instalados para empossar um novo Mestre Instalado no cargo de Venerável Mestre,
ou mesmo reconduzir um ex-Venerável ao mandato por uma cerimônia de Reassunção.
Ocorre que, pela adoção de um cerimonial esotérico que, em primeira análise
possui seus “segredos”, um Mestre Maçom eleito Venerável Mestre passa por uma
cerimônia própria, cuja qual é restrita apenas àqueles que detêm o título
honorífico de Mestre Instalado. Por assim ser e atendendo a um ritual para esse
fim legalmente aprovado, parte dessa cerimônia é coberta aos Aprendizes,
Companheiros e Mestres Maçons não detentores desse título distintivo. Em
síntese, em determinada parte dessa cerimônia só podem estrar presentes Mestres
Instalados, portanto não há como, segundo o modelo adotado, estarem presentes
Irmãos que não tenham sido ainda eleitos para o veneralato de uma Loja.
Em se tratado do
Grande Oriente do Brasil, eu entendo a preocupação do Irmão, todavia a regra é
respeitar o ritual legalmente aprovado, destacando que nele existe a cobertura do
templo para a reunião do Conselho de Mestres Instalados, Conselho esse
designado por ato do Grão-Mestre Estadual.
Especificamente no
que diz respeito a sua questão, no GOB a cerimônia esotérica de Instalação
passou a se fazer presente desde 1968. Antes disso não havia esse tipo de
cerimônia e o Mestre Maçom eleito para o veneralato, particularmente no REAA, simplesmente
tomava posse na presença de todos. Ele, ao concluir o seu mandato era tratado apenas
como ex-Venerável.
Por fim, alterar esse
costume dependeria antes de qualquer coisa mudar toda a estrutura da cerimônia,
sobretudo aquela que mantém procedimentos velados e restritos ao Conselho dos
Mestres Instalados.
T.F.A.
PEDRO JUK
SET/2018
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