Em 24/10/2019 o
Respeitável Irmão Jânio Naicin, Loja Canoas IIIº Milênio, 470, REAA, GORGS, Oriente
de Canoas, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a seguinte questão:
MAÇOM PNE

Os questionamentos
que faço:
1. Esse Irmão pode
participar de qualquer Sessão;
2. Há algo
"esotérico" que o impediria de participar;
3. Qual a opinião do
Irmão referente a esse fato.
4. Algo mais que
queira acrescentar.
CONSIDERAÇÕES.
A questão de o maçom ter a
necessidade de ser fisicamente hígido, no meu entender é algo ultrapassado já
que essa exigência fazia parte da Maçonaria de Ofício onde o operário era obrigado
a ter condições físicas satisfatórias para exercer o duro ofício aplicado nos
canteiros de construção do passado. Por ser um trabalho extremamente duro e
pesado (desbastar e assentar a pedra), no mínimo as condições hígidas do operário
mereciam ser observadas.
Diferente da Maçonaria de Ofício, a Moderna
Maçonaria – especulativa por excelência – não necessita desse rigor braçal no
trabalho pois as práticas são apenas simbólicas e seguem um roteiro exemplar deixado
pelos nossos ancestrais.
Nesse sentido, a
construção e o aperfeiçoamento humano comparado à alegoria das edificações das
antigas catedrais exigem do maçom não mais a força física, mas a compreensão e
a aplicação da ética e da moral nas suas ações, o que não demanda tanto da
higidez física, mas da higidez mental.
No tocante às nossas práticas
ritualísticas, quando elas exigirem deslocamentos pelo recinto da Loja, as
condições de modernidade e adaptação dos espaços de hoje em dia podem superar quaisquer
dificuldades que por ventura possam advir.
Quanto a execução dos nossos ssin∴ e ttoq∴ (verdadeiros segredos da Ordem) penso
que o que mais vale é hoje em dia o entendimento do que eles significam.
Conhecer e compreender o porquê das suas existências é às vezes mais importante
do que realizar propriamente o gesto em si. Não me engano em dizer que muitos
fisicamente hígidos literalmente por aí fazem os ssin∴ e dão os ttoq∴, porém sem ainda conhecer por
completo os seus verdadeiros significados e valores morais.
Assim, com boa vontade, há que se perceber
que o que mais vale é a intenção do gesto, do passo ou da palavra. O seu
significado e a sua aplicação no cotidiano superam em muito o simples ato de se
compor e fazer um sin∴ ou dar um toq∴, ou ainda um pas∴ na marcha. Um portador de
necessidades especiais pode perfeitamente se enquadrar nessa condição.
Por óbvio que em se tratando de
portadores de necessidades especiais cada caso deve ser analisado individualmente.
Medida a sua proporção de dificuldades e possibilidade de participação nas
práticas maçônicas, o portador das necessidades especiais deve também atender o
mínimo possível das exigências previstas nos trabalhos litúrgicos e ritualísticos.
De tudo exposto, devo salientar que
essas são as minhas presunções. Entendo que os nossos legisladores é que devem
se debruçar sobre o tema para adequar as nossas leis à realidade atual,
principalmente porque a tecnologia atual e a boa vontade andam juntas para melhorar
a aplicação da virtude da igualdade.
Em atenção às suas questões
propriamente ditas eu diria:
1. A participação de
qualquer Irmão portador de necessidades especiais numa sessão demanda, além do
bom senso, também do que prevê a legislação da Obediência.
2. Na questão esotérica
o ato está na compreensão da sua essência. Sua realização mental é mais do que
suficiente para atingir o objetivo.
3. Em linhas gerais, a
minha opinião quanto à participação de um Irmão portador de necessidades
especiais já se encontra expressa no que escrevi até aqui nessas considerações.
Sob o ponto de vista legal, entendo que nada pode ferir a lei. No caso, se
existir aspecto contraditório, os nossos legisladores devem primeiro atuar na
legislação para adaptar as condições e situações ao diploma legal.
4. Eu não teria nada
mais a acrescentar, a despeito de que minhas colocações no texto parecem ser
suficientes para a conjuntura desse escrito.
T.F.A.
PEDRO JUK
JAN/2020
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