domingo, 12 de abril de 2020

ESTRELAS DA COMISSÃO DE RECEPÇÃO



Em 30.01.2020 a Secretaria Estadual de Orientação Ritualística (GOB) de uma unidade da Federação apresentou a seguinte questão:

ESTRELAS

Recebi mais uma consulta cuja resposta está fora do meu alcance e tomo a liberdade de buscar socorro com o irmão: Aqui no Espírito Santo algumas lojas estão substituindo a luz de vela das estrelas por iluminação elétrica (a pilha ou bateria). Justifica-se, pois a ação do ar refrigerado apaga frequentemente muitas velas. Uma Loja vai implantar esse sistema, mas quer usar as estrelas ao pé da letra. No lugar de cada vela irá uma estrela de 5 pontas iluminada (provavelmente cor laranja) e me perguntou se pode ser dessa forma. O que o eminente irmão me orienta a responder?

CONSIDERAÇÕES.

É perfeitamente viável que na atualidade as velas, nesse caso conhecidas como estrelas, sejam substituídas na ponta dos respectivos bastões por outros elementos que produzam luz – por exemplo, uma pequena lâmpada que se acende quando alimentada por uma pilha ou bateria.
Estrelas (conjunto de bastões com velas), nos Ritos que adotam essa prática ritualística, assumem o nome genérico das luzes que são trazidas na mão esquerda de cada componente da Comissão de Recepção. A função dessa liturgia é a de iluminar a passagem.
Nesse caso, a estrela é sinônimo de luz e não necessariamente deve ser um objeto de forma estelar com cinco ou mais pontas. Assim, reitero que essas estrelas (velas ou pequenas lâmpadas) são apenas e tão somente elementos que simbolicamente iluminam a passagem dos que adentram em determinadas ocasiões no recinto. Desse modo elas não precisam ser literalmente representadas por estrelas formadas por um determinado número de pontas. O mais importante é o que a sua luz representa, não o formato estelar da lâmpada.
Cabe mencionar que a origem desse costume advém de tempos antigos. Na realidade eram archotes ou tocheiros acesos que alguns Irmãos, designados para tal, empunhavam para iluminar o caminho próximo à entrada do recinto àqueles que chegavam para as reuniões. Nesse sentido, a Moderna Maçonaria, através de alguns Ritos trouxe esse costume se fazendo valer não mais de archotes ou tocheiros, mas de bastões com velas acesas no seu topo que, além da emblemática iluminação do caminho, também sugerem as boas vindas fulguradas àqueles que, de acordo com o protocolo de recepção, passam por essa cerimônia de boas-vindas.
Assim, em se levando em conta o caráter evolucionista da Ordem, é perfeitamente possível na atualidade também se substituir as estrelas (velas acesas) por pequenas lâmpadas alimentadas por fontes individuais de energia de modo a produzir o efeito luminoso, porém sem que essas lâmpadas obrigatoriamente devam possuir o exato formato de uma estrela tal como comumente ela é representada e ainda por cima com um determinado número de pontas. Destaque-se que a função desse objeto de trabalho é o de produzir luz para simbolicamente clarear a passagem.
Na liturgia maçônica dos ritos que adotam esse costume, explica-se que o maior número de estrelas posicionadas sempre ao Norte se deve à ideia iniciática de que o setentrião é mais escuro que o meridião, daí maior número de luzes ficar em mãos da comissão sempre ao lado Norte.

T.F.A.

PEDRO JUK - SGOR/GOB

ABRIL/2020

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