terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

APRENDIZES E COMPANHEIROS NÃO OCUPAM CARGOS E NEM INGRESSAM NO ORIENTE

Em 20.08.2021 o Respeitável Irmão Roberto Loiola, Loja Barão De Cayru, 1305, REAA, GOB-RJ, Oriente do Rio de Janeiro, formula a seguinte questão:

 

OCUPAÇÃO DE CARGOS E INGRESSO NO ORIENTE

 

Meu irmão, teria algum material falando sobre os cargos que o Aprendiz pode ocupar em Loja?

E sobre o mesmo poder "visitar" o Oriente.

 

CONSIDERAÇÕES:

 

Conforme previsto na legislação do Grande Oriente do Brasil, Aprendizes e Companheiros não podem ocupar cargo.

Nesse sentido, segue o que exara o Artigo 229 do Regulamento Geral da Federação:

Art. 229 - Para o exercício de qualquer cargo (o grifo é meu) ou comissão é indispensável que o eleito ou nomeado pertença a uma das Lojas da Federação e nela se conserve em atividade. 

§ 1º – Os cargos são privativos (o grifo é meu) de Mestre Maçom.

Quanto a Aprendizes e Companheiros no Oriente, estes não ingressam nesse quadrante no REAA, salvo em momento específico previsto nas cerimônias de Iniciação, Elevação.

Fora isso, sob nenhuma hipótese eles ingressam no Oriente em Loja aberta, pois o Oriente é o final da jornada iniciática, o que ocorre apenas com a Exaltação ao sublime grau de Mestre Maçom.

Numa breve explanação a respeito, a jornada iniciática no simbolismo maçônico s
e inicia com o grau de Aprendiz representando especulativamente a infância e a adolescência, pelo que na doutrina do REAA ele ocupa na Loja o topo da Coluna do Norte (parede setentrional onde se colocam as seis primeiras Colunas Zodiacais). A próxima etapa dessa jornada só é alcançada pelo grau de Companheiro, oportunidade em que ele representa a juventude no topo da Coluna do Sul (parede meridional onde se colocam as outras seis Colunas Zodiacais – mais particularmente em Libra).

Concluindo a jornada de aprimoramento vem a maturidade do Mestre que é simulada ainda no topo do Sul quando o iniciado alcança o ciclo do inverno.

Vale mencionar que o final dessa senda ocorre sobre o eixo do Templo, ao centro, onde se dá a representação iniciática da Exaltação (a Grande Iniciação), oportunidade em que o homem iniciado que sucumbiu no inverno é revivido tal como o Sol que retorna para o hemisfério na primavera. A cena de H revivido é a chave que abre a porta para o Oriente e só assim ele, o Mestre, poderá afirmar: A A M É C.

Em síntese, essa representação teatral, pertinente ao hemisfério Norte da Terra (onde nasceu a Maçonaria), é uma teatralização dos ciclos da vida humana tal como a Natureza que nasce na primavera, cresce, frutifica e morre nas trevas do inverno para novamente renascer na Luz da primavera. É o fogo (a volta do Sol) que renova toda a Natureza.

Graças a todo esse teatro iniciático, proposto e indicado na decoração e na topografia de um templo do REAA é que só pode ocupar o Oriente da Loja aquele que completou a sua jornada – depois da primavera vem o verão, depois o outono e depois o inverno. E assim se sucedem os ciclos da Natureza. Da mesma forma ocorrem os ciclos da vida humana. Não dá para subverter essa ordem.

Eis aí a razão pela qual em muitos ritos maçônicos o Aprendiz e o Companheiro simbolicamente não podem ainda ingressar no Oriente de uma Loja aberta.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

FEV/2021

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