terça-feira, 12 de julho de 2022

VISITANTE DE OUTRO RITO

Em 10.12.2021 o Respeitável Irmão Rogério Avelar Polito, Loja Cavaleiros do Oriente, 76, GLMMG, sem mencionar o Rito e Oriente, Estado de Minas Gerais, apresenta a seguinte questão:

 

VISITA EM LOJA DE OUTRO RITO

 

Estimado Irmão Pedro Juk, por gentileza, peço seu entendimento sobre o tema supracitado é indicado na questão abaixo.

O obreiro de uma loja praticante do Rito de York, ao visitar uma loja do REAA, este Irmão pode ou não pode executar os sinais, toques e palavras do rito de York?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Em linhas gerais, sem que seja uma regra rígida, um visitante oriundo de uma Loja de outro rito deve se adequar aos trabalhos da Loja visitada.

Salvo melhor juízo, essa é uma regra de educação, pois um visitante não deve interferir nos trabalhos da sua anfitriã. Afinal, a Loja que recebe um visitante não pode alterar o seu ritual, sua forma de trabalho em face a uma visita.

Prevendo-se situações desagradáveis que possam ocorrer, sugere-se ao visitante que antes se certifique de qual é o rito da Loja que ele irá visitar. Caso não seja o mesmo rito que ele pratica na sua Loja de origem, então é de bom alvitre que o visitante
chegue com antecedência e se apresente relatando a situação.

Em assim procedendo, prudentemente o visitante terá tempo para se adequar ao ambiente e aprender o necessário para ingressar na Oficina visitada.

Não há, contudo, uma forma de recepção generalizada quando se trata de um visitante de outro rito. Cada caso é um caso, sendo que cada qual deve ser analisado com prudência e bom-senso para que uma visita não acabe se tornando em sinônimo de interferência nos trabalhos alheios. Lembro que visita a outra Loja é direito consagrado do maçom, mas existem regras para o visitante e o visitado.

No tocante ao visitador do Rito de York, como o Irmão menciona, ele deve seguir as regras do REAA, que é o rito a Loja visitada.

Por exemplo quando do uso da palavra: para não interferir no andamento litúrgico, o visitante deve se dirigir protocolarmente à assembleia e falar à Ordem como previsto no REAA (fala em pé e à ordem). Nesse caso, destaco que os Sinais de Ordem, em ambos os ritos, são muito parecidos, portanto, sem excesso de preciosismo, o visitante não precisa alterar o Sinal de Ordem desse para aquele rito.

Por razões óbvias, é prudente que um visitante de outro rito, caso não conheça a contento a ritualística da Loja visitada, apenas se limite a assistir os trabalhos. Digo isso porque não raras vezes vê-se visitantes ocupando cargos nas lojas visitadas. Numa situação dessa (ritos diferentes) esse não é um procedimento aconselhável.

Também se recomenda um cuidado especial com o traje, pois muitos ritos não admitem o uso do balandrau. Nesse caso é prudente também que o visitante se apresente trajado na maneira consagrada, ou seja, de terno preto, sapatos e meias pretas e camisa branca. Já os paramentos do visitante, os mesmos devem ser aqueles adotados pelo seu rito (da Loja que ele pertence).

A Loja anfitriã também deve se mostrar tolerante, pois alguns ritos usam cobertura (chapéu, cartola), outros utilizam gravata borboleta, outros ainda se servem de gravatas lisas de cores distintas (preta, azul, grená, branca), etc. A utilização dessas peças de vestuário em Loja por visitantes não alterará a liturgia dos trabalhos. Como dito, antes de tudo deve imperar o bom-senso.

Algumas Obediências possuem regras claras a esse respeito nos seus regulamentos. Daí a importância de que nessas ocasiões o visitante de outro rito sempre se apresente com tempo hábil para antes tomar conhecimento das exigências que porventura possam se apresentar na ocasião.

De tudo é inadmissível que um visitante, por conta do seu rito de origem, venha interfir no andamento dos trabalhos da Loja que ele visita. Fora isso, o bom-senso é sempre bem-vindo. Também é inadmissível uma loja não receber um visitante regular por conta de diferença nos trajes.

Concluindo, especificamente a respeito da sua questão – um visitante do Rito de York em Loja do REAA - entendo que no caso o Sinal de Ordem é perfeitamente admissível (são parecidos entre os ritos), já o toque e palavras me parecem inadequados nesse contexto. Por isso mais uma vez reitero a importância de que um visitante de outro rito chegue com antecedência mínima para que detalhes a respeito possam ser adequados aos costumes da loja anfitriã. Enfim, são várias as situações que poderão se apresentar envolvendo visitantes de outro rito (toques, baterias, palavras, etc.).

 

 

T.F.A.

 

 

PEDRO JUK

jukirm@hortmail.com.br

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

JULHO/2022

Nenhum comentário:

Postar um comentário