Em 03/04/2023 o Respeitável Irmão Carlos Alberto da Silva Santos, Loja Marcos Daher, REAA, GOB-ES, Oriente de Nova Venécia, Estado do Espirito Santo, apresenta a dúvida seguinte:
OFÍCIO DO DIÁCONO
Caro Irmão Pedro, em conversas com Irmãos sobre
Ritualística e Procedimentos, surgiram algumas dúvidas em relação ao Irmão 2°
Diácono, em relação à resposta que este dá ao Ven∴ Mestre na abertura dos trabalhos.
"Para ser executor e transmissor de suas ordens e zelar para que os Irmãos
se conservem nas Colunas com respeito, disciplina e ordem." (pag. 46).
Seguem as dúvidas: - 1) Quando este responde
"Transmitir SUAS ordens", está se referindo a quem, ao Venerável Mestre
que o está interrogando ou ao Irmão 1° Vigilante, a quem ele disse anteriormente
estar sentado ao lado direito, ou seja, de qual dos dois o Irmão 2° Diácono se
configura um oficial?
2) Se o Irmão 2° Diácono é responsável por
"zelar para que os Irmãos se conservem nas Colunas com respeito,
disciplina e ordem, "caso algum Irmão. nas colunas esteja ferindo algum
desses três preceitos, qual o procedimento deve ser adotado pelo Irmão 2° Diácono,
informar ao responsável pela Coluna ou ao Venerável Mestre para que corrija o
Irmão "infrator", ou ele próprio, como "zelador" da ordem e
disciplina, pode "enquadrar" o transgressor? Espero que tenha me
feito me entender bem. Certo da pronta compreensão do Irmão.
CONSIDERAÇÕES.
Nada disso tem a ver com prática ritualística determinada pelo Ritual.
No REAA os Diáconos atuam apenas na liturgia da transmissão da palavra durante
a abertura e o encerramento dos trabalhos.
No REAA os Diáconos são os mensageiros que levam a “palavra” do Oriente
ao Ocidente e ao Meio-Dia.
A dialética ritualística que os menciona em outras atividades é apenas uma reminiscência simbólica efetivada para resguardar a tradição e a origem dos antigos oficiais de chão (hoje Diáconos) que eram os mensageiros que operavam entre o Mestre da Obra e os Wardens (Vigilantes) durante as aprumadas e nivelamentos dos cantos para o início dos trabalhos, e as suas respectivas conferências ao final da jornada.
Nos imensos canteiros de obras dos construtores de catedrais (Maçonaria
Operativa), além de mensageiros, os Diáconos também auxiliavam na tarefa de
organizar os trabalhos nos canteiros. Assim, essa dialética acabou sendo
mantida para relembrar esses velhos costumes praticados pelos nossos ancestrais.
À vista disso, o REAA preserva nos rituais apenas o diálogo entre as
Luzes e os Diáconos como um emblema das práticas de outrora, já que as
aprumadas, nivelamentos e conferências, na Maçonaria Especulativa da atualidade,
relegaram-se apenas ao simbolismo de uma palavra que, estando nos conformes da
Arte, significa estar J∴ e P∴.
Infelizmente, sem atentar para as minúcias da história é que alguns Veneráveis
Mestres e Vigilantes indevidamente utilizam os Diáconos como seus ajudantes e entregadores
de documentos, recados e bilhetes. Definitivamente, isso está completamente
errado em se tratando do REAA, pois essa é uma das funções do ofício do Mestre
de Cerimônias.
Como orientação oficial a respeito, isso pode ser constatado na página
oficial do GOB in SOR - Sistema de Orientação Ritualística criado pelo
Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral para ser aplicado sobre os rituais em
vigência.
Desse modo, em que pese essa dialética simbólica constante no ritual
durante a abertura dos trabalhos, vale repetir que os Diáconos só foram incluídos
no REAA para atuar na liturgia da transmissão da palavra.
T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
http://pedro-juk.blogspot.com.br
JUL/2023
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