Em 13/03/2020 o Respeitável Irmão Patrick Daniel Silva Pereira, Loja Perfeita União, Trabalhos de Emulação, Grande Oriente de Minas Gerais (COMAB), Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, formula a seguinte questão:
SINAIS NO WORKING (TRABALHOS DO CRAFT)
Eu estudo muito o nosso ritual, nos três graus, no português, porém, eu nunca tive acesso no
Inglês, e também o meu inglês não é fluente.
No nosso Ritual,
não há informação ou explicação de como é realizado o Grande ou Real Sinal/Sinal
de Exaltação e Júbilo.
O senhor poderia me
explica-lo como ele é feito, por favor?
E mais informações
que o senhor poder me passar.
CONSIDERAÇÕES.
Caro Irmão, segue abaixo
uma resposta que eu dei sobre os Trabalhos no Craft há algum tempo atrás. Em
que pese a resposta ter sido dirigida para o GOB, penso que na essência a espinha
dorsal é a mesma. Não tenho, por óbvio, o ritual em vigência na sua Obediência,
assim, espero que o conteúdo abaixo lhe seja útil. O anexo ao escrito e as
colocações escritas em vermelho são de cunho sigiloso e somente o Irmão está
recebendo.
“Conforme o Irmão Joselito comenta, geralmente a explicação que envolve
a composição dos Sinais tem sido detalhada nos rituais brasileiros, entretanto
as dúvidas se apresentam mais pelo desconhecimento das palavras, o que às vezes
influencia conclusões levando a fazer com que Irmãos pratiquem modos
diferenciados dessa liturgia.
Parece-nos que o ideal seria que um instrutor (preceptor) sempre pudesse
demonstrar os sinais para que eles fossem executados corretamente. Um sinal
deve ser executado com rigor ritualístico, mas sempre com naturalidade, não
existindo para ele gestos marciais estereotipados e nem movimentos providos de
desmedido exagero.
Em não existindo a possibilidade da presença de um instrutor, sugere-se
que se preste bastante atenção nos sinais e como vão colocados conforme a ordem
descrita no Ritual, cuja mesma tem o desiderato de dar sentindo a prática que
segue sempre o drama descrito pela lenda hirâmica.
Nesse entendimento, enfatiza-se que os Sinais estão ligados
diretamente aos C. PP. do Companheirismo e figuradamente resumem a dramatização
da lenda.
Outro aspecto a se considerar é o de que alguns termos utilizados nos
Rituais do GOB foram traduzidos e muitas vezes adaptados àquilo que o tradutor,
ou editor pensou ser o mais adequado à cultura e à prática da liturgia maçônica
brasileira.
Nesse contexto aparecem discussões de tradução a exemplo do substantivo
“sympathy”, cuja tradução que mais se
coaduna com a realidade ritualística do caso é “compaixão”, ou “condolência”,
embora ela signifique também no idioma bretão “simpatia e benevolência”. Ainda
sob essa mesma conjuntura aparece os “Five
Points of Fellowship”, onde o substantivo fellowship, que significa “companheirismo” no idioma bretão, às
vezes é entendido como “confraternização”???
Eu acrescentaria ainda que
no Brasil, inadvertidamente, muitos dos compiladores da ritualística maçônica misturam
práticas litúrgicas de vertentes maçônicas distintas – no caso entre a francesa
(REAA\) e a inglesa (Craft).
Dados esses comentários,
seguem as respostas, mas de modo resumidas devido ao sigilo que o assunto
merece. Por esse particular segue um anexo com explicações mais detalhadas, já
que a sua divulgação aqui poderia afrontar o sigilo maçônico.
1. É verdade que há duas
palavras do Mestre Maçom, uma derivada dos Antigos e outra dos Modernos, quando
da União das duas potências, resolveram adotar as duas palavras? Quais são
elas?
De
fato, existiram duas palavras que provavelmente pertenceram cada qual a uma das
Grandes Lojas Rivais e eram usadas pelas Lojas na época (antes da união de
1813). Devido a não existência de rituais impressos como é comum no costume inglês,
seria temerário fazer afirmativa sobre qual era a palavra exclusiva nessa ou naquela
Grande Loja. O que se sabe é que as palavras são M. B. e M.
Por
exclusão há possibilidade de que M. B. seja a palavra relativa aos Modernos, já
que essa palavra também é comum no Rito Moderno ou Francês. Sabendo-se que a
França do Século XVIII desconhecia completamente as práticas dos Antigos, é
bastante possível que os franceses adotassem práticas dos Modernos ingleses de
1717, adoção essa que deu, inclusive, o título de “ou Moderno” para o Rito Francês.
2. O que é esse "Sn. de R."
feita no grau de Ap.? O que significa? Como ele é feito?
Na
verdade, ele não é utilizado só Grau de Aprendiz. Ele é também utilizado, além
da cerimônia de Iniciação, na cerimônia de Passagem, de Exaltação e de
Instalação.
Pelo
forte cunho teísta da Maçonaria Inglesa, ela adota esse sinal como atitude de
respeito, acatamento e veneração durante as preces e orações. Há que se
perceber que esse sinal somente se aplica nessas circunstâncias.
3. No grau de MM há cinco
sinais: o Sn P, o Sn. de H, o Sn de Ang ou S, o Sn de Compx e o Sn de Jub ou Aleg.
Como são feitos esses sinais? O ritual não deixa muito claro e as cifras são um
pouco confusas para mim.
Esses
cinco sinais aludem aos C. PP. do C. e estão diretamente ligados à dramatização
da Lenda de Hiran.
Na ordem ritualística, eles
são: o Sinal de Hor., o Sinal de Simp.,
o Sinal Pen., o Sinal de Afl. e Agon. e o Sinal de Exalt. e Júb., esse também
chamado de Grande ou Real Sinal.
A descrição e explicações
relativas a esses sinais podem ser consultados no anexo relativo a essa
resposta” (este anexo, atendendo ao sigilo, não será publicado.” (a) Pedro Juk –
Fev/2018.
Esses são os comentários pertinentes.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
SET/2020
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