Em 01/07/2021 o Respeitável Irmão Fernando Rodrigues de Souza, Loja Virtude e Bondade, 146, GOB-AL, REAA, Oriente de Maceió, Estado de Alagoas, formula a seguinte pergunta:
BALANDRAU
O uso de balandrau é permitido entre Aprendizes e Companheiros em sessões ordinárias?
CONSIDERAÇÕES:
Alguns ritos maçônicos permitem o uso do balandrau, outros não. No caso
do REAA ele é uma vestimenta permitida para todos os Irmãos nas sessões ordinárias,
isto é, vestem-no Aprendizes, Companheiros e Mestres.
Obviamente que o uso do balandrau na Maçonaria deve seguir regras como a
de ser de cor negra, sem nenhuma inscrição ou símbolo, talar (até os talões),
manga comprida e abotoado no colarinho.
No que diz respeito à sua gradação negra, é porque o matiz alude à
neutralidade. Para a Maçonaria nada existe de iniciático e esotérico quanto à
sua cor.
Infelizmente aqui no Brasil alguns cultuam antipatia contra o uso do
balandrau, talvez mais por questão cultural, já que o terno preto e camisa
branca é o velho traje de missa da igreja que era usado com frequência no
passado tupiniquim.
É bom que se diga que o terno preto - embora usem normalmente a parelha
- também não é unanimidade na Maçonaria Universal, pois existem países em que
os maçons se vestem conforme sua cultura e mesmo não adotam nem o terno e nem o
balandrau, aceitando um traje compatível com os trabalhos maçônicos, desde que
acompanhado do avental. A propósito, longe está a qualidade de um rito ser
melhor do que outro porque uniformiza os seus obreiros. É bom lembrar que a verdadeira
vestimenta do maçom é o avental e esse todos os ritos obrigatoriamente adotam.
A bem da verdade, embora alguns contestem, o balandrau acompanha a
Maçonaria desde os tempos do ofício, a exemplo das Associações Monásticas e
Confrarias Leigas até as Guildas de Construtores da Idade Média.
Como vestimenta de construtores, o balandrau é registrado já na primeira
associação de ofício organizada como a dos Collegia Fabrorum, século VI a.C.
que acompanhavam as legiões romanas para reconstruir o que a atividade bélica
havia destruído durante as conquistas. Nesse caso, o balandrau como traje os
diferenciava da vestimenta dos legionários.
Em tempo, vale ainda lembrar que não existia Maçonaria no século VI. A
citação aqui é apenas para registrar o uso de uma indumentária e não o tornar
como prova de existência da Maçonaria.
Deste modo, como se pode ver, o balandrau não é nenhum monstrinho que possa
escandalizar alguns apaixonados pelo terno preto. Contudo, aqui no Brasil, cada
rito determina o seu traje, portanto, sem nenhum juízo de valor, segue-se o que
está previsto no regulamento e no ritual em vigência.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
DEZ/2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário