Em 22.11.2021 o Respeitável Irmão Rafael Gomes da Silva, Loja Júlio de Mesquita Filho, 4.382, Rito de York, GOB-DF, Oriente de Brasília, Distrito Federal, apresenta o que segue:
CASTIÇAIS NO REAA
Gostaria de saber o porquê o Ritual do REAA praticado no Grande Oriente
do Brasil não possui no centro do templo os 3 castiçais de altura elevada com o
painel do grau no centro do templo, tendo apenas o painel do grau. Seria a
falta dos castiçais fruto das reformas de Murat que ainda são existentes em
nossos rituais?
CONSIDERAÇÕES.
Não existem tocheiros no centro do Ocidente simplesmente porque eles não
fazem parte do mobiliário do escocesismo simbólico.
No REAA as Luzes da Loja (Venerável Mestre e Vigilantes) têm diante de
si, sobre o Altar (o Venerável) e sobre as mesas (os Vigilantes) um candelabro que
comporta no máximo três luzes cada um (conhecido como candelabro de três
braços). Na liturgia do rito, essas luzes são acesas em número conforme o grau simbólico
de trabalho da Loja.
Essas luzes, conhecidas como litúrgicas, simplesmente simbolizam o
estágio de aprimoramento em que se encontra o iniciado. Isto é, quanto mais luzes
acesas nos candelabros, maior é o grau de esclarecimento do Iniciado, ou seja,
maior é o seu grau
simbólico.
Vale mencionar que não existe nenhum cerimonial especial para o
acendimento dessas luzes. Elas, além de indicar o estágio de aperfeiçoamento em
que se encontra o maçom, também identificam os titulares dirigentes da Loja
(detentores dos malhetes), conhecidos como as Luzes da Loja.
Assim, originalmente no REAA, ao centro do Ocidente, sobre o eixo do
Templo fica o Painel do Grau, sem nenhuma luz acesa ao seu redor.
É oportuno lembrar que no autêntico REAA também não possui luzes acesas (tocheiros
ou candelabros) no, ou sobre o, Altar dos Juramentos. Este fica no Oriente e é uma
extensão do Altar ocupado pelo Venerável Mestre. Traz sobre ele somente as Três
Grandes Luzes Emblemáticas que são o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso e
não literalmente velas ou lâmpadas acesas.
Infelizmente o que não faltam são rituais enxertados com práticas de
outros ritos, o que tem trazido interpretações dúbias e equivocadas. É bom lembrar
que a disposição do mobiliário e dos elementos simbólicos obedecem veladamente a
uma mensagem iniciática proposta pelo arcabouço doutrinário de cada rito. Alterá-la
é ferir os propósitos de aprimoramento.
A propósito, em que pese o REAA ser filho espiritual da França, as reformas
de Amiable e Murat nada tem a ver com ele, mas com o Rito Moderno ou Francês.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
JUNHO/2022
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