sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL



I – INTRODUÇÃO

Dos muitos comentários, apresentações, escritos e afins sobre o a Maçonaria e a Independência do Brasil que compõem a nossa literatura, infelizmente boa parte dela, se sob a óptica da autenticidade histórica, não é de conteúdo muito recomendável, principalmente quando tratamos de autores ufanos que fazem o jogo da parcialidade e produzem escritos tendenciosos.
Na realidade essa presunção acabou, às vezes, por trazer uma narração distorcida e ineficaz dos fatos, o que acabou em prejuízo para as gerações futuras.
Essa alusão é feita principalmente àqueles maçons maniqueístas que num desmedido esforço ufanista tem levado os incautos a acreditar que todo o vulto de destaque da História é, ou foi um Maçom por princípio e por definição, enquanto que os de destaques negativos passam providencialmente despercebidos.
Sob a óptica de se vangloriar e arrogar méritos extraordinários, alguns, sem uma análise mais crítica dos fatos, ainda acreditam que muitos acontecimentos históricos da humanidade se deram pela participação ativa da Maçonaria.
Devido a esse equivocado meio de observar a história é que datas foram alteradas, documentos esquecidos, fatos verdadeiros postergados e mal interpretados, outros ainda simplesmente inventados, transformando boa parte da literatura da história num tribunal tendencioso onde os fatos verdadeiros são julgados, contados e difundidos segundo visões absolutamente temerárias.
É fato, entretanto que nem tudo tem sido elemento perdido, pois a verdadeira pesquisa e historiografia maçônica têm evoluído bastante nos últimos anos, graças a um restrito grupo de pesquisadores sérios que trabalham, ou trabalharam, incansavelmente com fatos e dados comprovadamente primários e cientificamente elaborados e organizados em oposição à fantasia, à quimera, às especulações e a lei do menor esforço.
Assim, sem o propósito de servir de um tribunal é que escrevo esse pequeno arrazoado, suportado por uma bibliografia confiável, sobre alguns fatos que construíram a história da nossa independência.
Se for o caso, quaisquer críticas sobre os fatos e os personagens aqui mencionados ficam por conta do discernimento e do raciocínio crítico dos meus leitores. Não há pretensão alguma que esse conteúdo venha induzir ou influenciar a opinião de alguém.
Desse modo é oportuno mencionar aqui o que escreveu Pitigrilli, em “O Experimento de Pott”: “O espetáculo de um homem julgando o outro, me faria rir, se não me causasse piedade”.
Com o propósito de abordar alguns fatos relativos à Independência do Brasil não poderia ficar de fora o protagonismo dos maçons brasileiros do Grande Oriente do Brasil - a primeira Obediência maçônica brasileira que foi fundada a l7 de junho 1822 e se envolveu de modo oficial na campanha separatista do Brasil de Portugal.
É inquestionável que a Independência do Brasil e a Maçonaria Brasileira tenham caminhado lado a lado nesse mosaico da História do Brasil, tornando-se um atrativo principal para a elaboração dessa peça de arquitetura que, embora sucinta, traz no seu conteúdo o ideário temático deixado por dois dos mais respeitáveis autores da vertente autêntica da Maçonaria – Irmãos José Castellani e Frederico Guilherme da Costa.

II – O PRINCÍPIO DA MAÇONARIA NO BRASIL.

Nos primeiros tempos de existência de agrupamentos maçônicos no Brasil, esses de maneira geral objetivavam acabar com o regime colonial imposto por Portugal, o que acabaria por produzir a participação maçônica como movimentos autonomistas regionais, geralmente mais dirigidas para a implantação de repúblicas individuais ou delimitadas, do que para a emancipação de todo o Território brasileiro. A despeito disso, entretanto, não deixava de ser o princípio de um movimento que viria culminar em 1.822 com a independência do nosso País.
Embora inúmeras especulações sobre terem Lojas maçônicas existido no Brasil a partir da metade do século XVIII, na verdade, de acordo com o manifesto do Grão-Mestre José Bonifácio de Andrada em 1.832, tomando-se em conta a regularidade de uma Loja Maçônica, a primeira Loja regular foi fundada em 1.801 no Rio de Janeiro, sob o título distintivo de “REUNIÃO” e era movida pela liturgia e com fins político-sociais. Era filiada ao Oriente da Ilha de França, representada pelo cavaleiro Laurent, que na oportunidade presidira a sua instalação.
Segundo o mesmo manifesto, dois anos depois o Grande Oriente Lusitano desejando também propagar no Brasil a verdadeira doutrina maçônica, nomeou três delegados para criar Lojas regulares no Rio de Janeiro, o que resultou na instalação das Lojas CONSTÂNCIA e FILANTROPIA, as quais, em conjunto com a primeira – a REUNIÃO – serviram de centro comum para todos os Maçons existentes no Rio de Janeiro.
Consideradas como regulares essas foram às primeiras Lojas em solo brasileiro, embora até existissem outros agrupamentos secretos, mais ou menos nos moldes maçônicos, a exemplo do Areópago de Itambé que existiu nas raias entre a Paraíba e Pernambuco em 1.796.
Após a fundação das três primeiras Lojas “oficiais” espalharam-se nos primeiros anos do século XIX muitas Lojas maçônicas nas províncias da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro.
Entretanto, fatos ligados à Corte portuguesa e sob o governo do Conde dos Arcos – D. Marcos de Noronha e Brito, inimigo ferrenho da Maçonaria – último dos vice-reis do Brasil no período compreendido entre 1.806 até 1.808, ano da chegada da família real portuguesa ao Brasil, tinha o mesmo instruções da Coroa para perseguir e fechar Lojas. Assim, as Lojas Constância e a Filantropia, em 1.806, contiveram as suas atividades, o que provocaria uma interrupção nos trabalhos maçônicos, pelo menos no Rio de Janeiro, já que na Bahia e em Pernambuco, eles continuaram.
Mesmo no Rio de Janeiro, não demoraria a que os trabalhos secretamente fossem retomados, a exemplo da Loja São João de Bragança que reunia a elite maçônica carioca, principalmente os que pertenciam à Corte, embora esses também estivessem livres das perseguições do Conde dos Arcos.
Destarte as perseguições sofridas, a Maçonaria continuava a crescer em solo brasileiro pelo surgimento de mais Lojas como, por exemplo, a Virtude e Razão (mais tarde Virtude e Razão Restaurada) na Bahia, a Restauração, a Patriotismo, a Guatimozin, a Regeneração em Pernambuco.
Cabe mencionar que a Loja Regeneração foi criada com finalidade política e como cerne de instalação para outras Lojas, pois dela fizeram parte os principais próceres da Revolução Pernambucana datada 06 de março de 1.817.
Outra Loja importante que merece menção pela sua atividade política foi a “Distintiva”, fundada em 1.812 na freguesia de São Gonçalo com o objetivo revolucionário e republicano.
A despeito da importância de todas as Lojas dessa época, sem dúvida a mais importante para o ideário da Independência do Brasil foi a Loja “Comércio e Artes”. Essa Loja permanecia independente e adiava a sua filiação ao Grande Oriente Lusitano, já que os seus membros pretendiam fundar uma Obediência exclusivamente brasileira e com fins políticos para emancipação do território brasileiro. Assim, em 1815 era fundada no Rio de Janeiro à Rua Pedreira da Glória, na casa de João José Vahia, a Loja Comércio e Artes.


III – AÇÕES DA MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA.

Com o fracasso da Revolução Pernambucana de 1817, era então expedido a 30 de março de 1818 o alvará que proibia o funcionamento das sociedades secretas. Com isso as Lojas resolveram cessar as suas atividades até que pudessem, sem correr perigo, ser reabertas.
Embora a latente proibição, mesmo assim os maçons continuavam secretamente a trabalhar no Clube da Resistência, fundado por Joaquim da Rocha, na sua própria casa que ficava situada na Rua da Ajuda no Rio de Janeiro.
Em 1821, isto é, três anos mais tarde, certos acontecimentos fariam com que a Maçonaria brasileira voltasse à atividade abertamente.
Com a insurreição das tropas que impunham ao rei D. João o juramento à Constituição Portuguesa, o fato provocou intensa conspiração dos brasileiros (dentre os quais muitos Maçons) que visavam à imediata ação para a Independência do Brasil.
Os acontecimentos seguintes e ocorridos nos dias 20 e 21 de abril do mesmo ano fizeram com que os eleitores revoltados exigissem a permanência do Rei no Brasil, o que provocou a pronta reação das tropas portuguesas para garantir o embarque da família real.
Embora, devido aos acontecimentos existisse uma especial vigilância policial contra os maçons, o fato mesmo assim não impediu que a Loja “Comércio e Artes” voltasse a trabalhar secretamente, sendo a mesma reinstalada na Rua São Joaquim, esquina com a Rua do Fogo no dia de São João, a 24 de junho de 1821, conforme consta na sua ata de reinstalação.
O grande número de adesão à causa da Independência nos meses subsequentes, fez com que acendesse a chama de se criar uma Obediência Maçônica genuinamente brasileira, o que acabaria acontecendo já no ano seguinte no dia 17 de junho de 1822, poucos meses antes da Independência, com a divisão da Loja “Comércio e Artes” que formaria um trio de Lojas fundadoras do Grande Oriente do Brasil.
A partir destes acontecimentos, a Maçonaria Brasileira deixava de ser um grupo heterogêneo de Lojas, transformando-se em mais uma célula do sistema obediencial, inserindo-a no contexto de toda a Maçonaria mundial.


IV – OS ACONTECIMENTOS DE 1822 E A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA.

                        Garantido o embarque e o retorno da família real, bem como a permanência do Príncipe Regente D. Pedro I no Brasil, o clima político parecia bastante temerário quanto à volta de um Brasil Colônia com desfazimento do reino de Portugal-Brasil e Algarves, fato que causaria retrocesso na condição sustentada até então pelo Território brasileiro.
A luta pela independência do Brasil era a meta específica dos fundadores do Grande Oriente Brasílico, posto que o processo emancipador já houvesse sido iniciado antes mesmo do dia 17 de junho de 1.822, a data da fundação da Obediência.
O primeiro passo oficial dos Maçons nesse sentido foi o “Dia do Fico” que se deu em 09 de janeiro de 1822 e representou a desobediência aos decretos 124 e 125 emanados das Cortes Gerais Portuguesas que exigiam o imediato retorno do príncipe a Portugal e a reversão do Brasil para a sua condição colonial.
O episódio do “Fico” foi arranjado sob a liderança dos Maçons José Joaquim da Rocha e José Clemente Pereira, bem como a representação de diversas províncias que alimentavam a desobediência aos decretos e a permanência do príncipe no país.
Em 24 de dezembro de 1.821, a representação paulista, redigida pelo maçom José Bonifácio, com a virilidade que sempre o caracterizou, mencionava o seguinte:
“É impossível que os habitantes do Brasil, que forem honrados e se prezarem de ser homens – e mormente os paulistas – possam consentir em tais absurdos e despotismos... V. Alteza Real deve ficar no Brasil, quaisquer que sejam os projetos das Cortes Constituintes, não só para o bem geral, mas até para a independência e futura prosperidade do mesmo. Se V. A. Real estiver (o que não é crível) deslumbrado pelo indecoroso decreto de 29 de setembro, além de perder para o mundo a dignidade de homem e de príncipe, tornando-se escravo de um pequeno grupo de desorganizadores, terá que responder perante o céu, pelo rio de sangue que , decerto, vai correr pelo Brasil com a sua ausência ...”
Assim também se deu com a representação fluminense escrita no Convento de Santa Tereza e que foi redigida pelo maçom e Orador da Loja “Comércio e Artes”, frei Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio. Nos trechos principais do manifesto redigido em 29 de dezembro de 1.821, pode-se ler o seguinte:
“(...) Na crise atual, o regresso de S.A. Real deve ser considerado como uma providência inteiramente funesta aos interesses nacionais de ambos os hemisférios. (...) Se os motivos que as Cortes apontam para fazer regressar S.A. Real, é a necessidade de instrução, de economia política, que o mesmo senhor deve adquirir, viajando pelas Cortes da Europa, o povo julga que se faz mais necessário, para a futura glória do Brasil que S.A. Real visite o interior deste vastíssimo continente desconhecido na Europa Portuguesa e, por desgraça nossa, examinado, conhecido, descrito, despojado pelas nações estrangeiras... (...) Sendo, portanto, de esperar que todas as Províncias do Brasil se reúnam nesse centro de idéias e que se espalha a lisonjeira notícia de que não se verificou o regresso de S.A. Real.
No dia 09 de janeiro de 1822, na sala do trono e interpretando o pensamento geral do povo brasileiro, cristalizado nos manifestos dos paulistas e dos fluminenses e no trabalho de atrair dos mineiros, o Maçom José Clemente Pereira, presidente do Senado e da Câmara, pronunciou inflamado e contundente discurso referindo-se a permanência no Brasil do Príncipe-Regente. Esse precioso texto esconde uma advertência e uma sutil ameaça focalizando as intenções republicanas. Note-se a intenção e o subterfúgio para alertar o príncipe:
“(...) Ah, Senhor! E será possível que estas verdades, sendo tão públicas, estejam fora do conhecimento de Vossa Alteza Real? Será que V.A. Real ignore que um partido republicano, mais ou menos forte, existe, semeando aqui e ali, em muitas províncias do Brasil, por não dizer em todas elas? Acaso os cabeças que intervieram na explosão de 1817 (Revolução Pernambucana) expiraram já? E se existem e se são espíritos fortes e poderosos, como se crê que tenham mudado de opinião?”
                      É inquestionável que essa colocação textual e ameaçadora pesou em muito na decisão do príncipe em não atender aos decretos que exigiam o seu retorno a Portugal.
A alusão às hostes maçônicas era explícita e D. Pedro conheceu-lhes a força e a influência. Entendendo o recado declarou que pela felicidade geral da Nação permaneceria no Brasil.
Começava o aliciamento do Príncipe por parte dos Maçons, cuja continuidade se daria logo depois, quando os Maçons fluminenses, sob a liderança de Joaquim Gonçalves Ledo, resolviam, a 13 de maio de 1822, outorgar-lhe o título de Defensor Perpétuo do Brasil.
               O ato se deu numa cartada política pela qual não faltavam interesses das lideranças que pretendiam melhorar as relações junto ao Regente e suplantar o prestígio do ministro todo-poderoso das pastas do Reino e de Estrangeiros, José Bonifácio. Nas entranhas do aliciamento já afloravam os sentimentos republicanos em oposição aos os monarquistas.
                 Na verdade, a chama da república fazia parte de uma ala que lutava pela Independência e representada pelo seu grande líder Joaquim Gonçalves Ledo que, em oposição a Bonifácio – de tendências monarquistas – propiciaria mais tarde, célebres escaramuças entre monarquistas e republicanos. Embora esse não seja um fato que mereça atenção no tema proposto (república x monarquia), ele foi aqui citado apenas como exemplo para mostrar que mesmo com tendências políticas antagônicas, os Maçons lutaram unidos por um mesmo ideal - a Independência do Brasil.
                    Se o objetivo principal dos maçons em 1822 era conquistar a Independência, outro fato relevante que deu suporte ao intento foi à fundação do Grande Oriente do Brasil. Obediência criada com fins político-sociais, lutou intensamente para a emancipação política do Brasil de Portugal.
                     A reinstalação da Loja Comércio e Artes, líder do movimento de emancipação, fez com que houvesse um grande número de adesão, resultando dela, por desdobramento, mais duas outras. Foi assim que sob os auspícios deste triunvirato de Lojas foi fundado a 17 de junho de 1.822 o Grande Oriente que seria a célula mater da Maçonaria brasileira, cuja qual nos anos posteriores ainda seria partícipe de outros grandes acontecimentos político-sociais da História do Brasil.
                    Começando já no ano da sua fundação com a participação no movimento pela emancipação política do Brasil, os seus fundadores ao encerrarem a Sessão, prometiam solenemente que o Grande Oriente teria como meta específica de seus esforços a Independência do Brasil.
                    Segue um pequeno trecho dessa promessa, a qual consta na Ata de fundação e na oportunidade em que Joaquim de Oliveira Alvarez – delegado do Grão-Mestre, prestava o seu juramento:
“(...) Prometo preencher todas as obrigações do meu cargo, conformando-me com a Constituição deste Oriente e com os Regulamentos, de uma maneira que possa promover o aumento e glória deste Oriente e de todas as Lojas do seu círculo, e empregar todos os meus esforços, sempre que forem necessários, a bem dos maçons, e sustentando a causa do Brasil, quanto compatível for com as minhas faculdades... (...)”.
                  Funcionando num sobrado localizado na esquina da Rua São Joaquim (hoje, Rua Marechal Floriano), com a Rua do Fogo (hoje, Rua dos Andradas), o Grande Oriente Brasílico, logo depois iria se mudar para um prédio localizado na Rua Nova do Conde n.º 4, no Rio de Janeiro.
                   A ata mostra que, para que fosse fundado o Grande Oriente Brasílico – assim era chamado na época – a Loja Comércio e Artes, fundada em 1815, formou por sorteio entre os seus membros, mais duas Lojas, a saber: a Esperança de Nicteroy e a União e Tranquilidade, cujas quais seriam instaladas a 21 de junho de 1.822.
                     Consta na Ata que a Administração do Grande Oriente ficou assim constituída: Grão-Mestre – José Bonifácio de Andrada e Silva, Delegado do Grão-Mestre – Mal. Joaquim de Oliveira Alvarez, 1.º Grande Vigilante – Joaquim Gonçalves Ledo, 2.º Grande Vigilante – Cap. João Mendes Viana, Grande Orador – Cônego Januário da Cunha Barbosa, Grande Secretário – Manoel José de Oliveira, Grande Chanceler – Francisco das Chagas Ribeiro, Promotor Fiscal – Francisco Luiz Pereira da Nóbrega, Grande Cobridor – João da Rocha e Grande Experto – Joaquim José de Carvalho.
                   Para a Loja Comércio e Artes, Venerável Mestre – Manoel dos Santos Portugal; para a Loja Esperança de Nicteroy, Venerável Mestre – Pedro José da Cunha Barros e para a Loja União e Tranquilidade, Venerável Mestre – Albino dos Santos Pereira.
                Todas estas informações constam nas dezenove Atas do Grande Oriente do Brasil, desde a sua fundação até outubro de 1822 quando, os acontecimentos internos (desentendimentos entre Ledo e Bonifácio) levariam o Grão-Mestre D. Pedro I a suspender dos trabalhos no Grande Oriente que seriam reabertos somente em 1831.
                   As dezenove atas contemporâneas dos acontecimentos da independência eram produzidas de cinco em cinco dias como ficou determinado na ocasião da fundação do Grande Oriente, quando então as Lojas fundadoras realizariam sessões, cada qual por sua vez, no espaço de cinco dias.
                  Ainda, no tocante a condição para se ingressar no Grande Oriente, seguem ilustrações que comprovam a adesão à causa da Independência.
Consta na ata da quarta Sessão do Grande Oriente, realizada em 08 de julho de 1.922:
“(...) Para se evitar irregularidades a imperfeições nas informações de adoção, estabeleceu-se que elas devem tocar em quatro objetivos, em relação ao candidato: 1 – Estado civil: se é casado, que tratamento dá à esposa e à família e, se é solteiro, que decência observa de costumes; 2 – Emprego: que crédito tem, no desempenho dos seus deveres civis e morais; 3 – Política: quais os sentimentos pela causa do Brasil e de sua Independência; 4 – Costumes, em geral: que amor à beneficência e adesão à amizade.”
                      Na quinta Sessão do Grande Oriente, realizada em 12 de julho do mesmo ano consta:
(...) Francisco Gomes da Silva... foi reprovado... por indiferença a causa do país e mesmo de imoralidade.”
Mais adiante na mesma ata:
“(...) Que, em todas as Lojas do círculo do Oriente Brasílico haja um Livro chamado dos Juramentos, no qual assinem os atuais operários e todos os filiandos e iniciados, fazendo-se expressa menção da Defesa do Brasil e da sua Independência, sob os auspícios de seu Augusto Defensor”.


V – A INICIAÇÃO DE D. PEDRO I.

                       O próximo passo para a concretização final do aliciamento do Príncipe seria a proposição de sua Iniciação nos Mistérios da Ordem, o que ocorreria no dia 02 de agosto de 1.822 por proposição do Grão-Mestre da Maçonaria brasileira, Irmão José Bonifácio de Andrada e Silva. Consta na Ata da Nona Sessão:
“(...) O Grão-Mestre da Ordem, então o conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva, ter proposto ser Iniciado nos mistérios da Ordem S.A. D. Pedro de Alcântara, Príncipe Regente do Brasil e seu Defensor Perpétuo. E que, sendo aceita a proposta, com unânime aplauso, e aprovada por aclamação geral, foi imediata e convenientemente comunicada ao mesmo proposto, que, dignando-se aceita-la, compareceu logo na mesma sessão e sendo também logo Iniciado no primeiro Grau, na forma regular e prescrita na liturgia, prestou juramento da Ordem e adotou o nome heroico de Guatimozin”.
                  Na Sessão seguinte, a Décima Sessão, realizada no dia 05 de agosto e presidida interinamente pelo 1.º Grande Vigilante, Joaquim Gonçalves Ledo, consta:
“(...) ter sido proposto e aprovado, para o Grau de Mestre Maçom, o sobredito Ilustre Aprendiz Guatimozin, ficando encarregado de conferir-lhe o Grau o Irm\ Manoel dos Santos Portugal, Venerável da Loja Comércio e Artes, a cujo quadro pertence aquele Irmão”.
                    Desse modo o processo maçônico para alavancar o ato de emancipação política acabava de se consolidar com a Iniciação do Príncipe, cabendo agora apenas esperar o momento oportuno para o alcance da meta.

VI – O SETE DE SETEMBRO.

                        Os últimos acontecimentos no Brasil exigiam por parte da Corte Portuguesa o retorno imediato do príncipe para Portugal e, no dia 7 de setembro de 1.822, na província de São Paulo, ocorreria à proclamação da Independência a qual passaria para a história como o “Grito do Ipiranga”, isso por ter surgido de uma exclamação exaltada de D. Pedro quando se encontrava às margens do Riacho do Ipiranga na capital da província.
                       É certo que o teatral gesto foi apenas o corolário de uma intensa luta anterior e que apenas marcou uma posição simbólica, a partir da qual se fez realmente a independência do Brasil.
               Saliente-se que até mesmo neste gesto teatral houve a participação de um maçom, o Grão-Mestre do Grande Oriente, José Bonifácio que, graças à sua posição de prestígio no governo, conseguiu manobrar todos os cordéis e scripts desse anfiteatro da história.
                    Antonio Menezes de Vasconcelos Drummond, destacado maçom e emissário da Maçonaria nas províncias da Bahia e Pernambuco, de onde havia recém regressado no final de agosto de 1.822, testemunhou os prévios acontecimentos onde relata em suas “Memórias”:
“José Bonifácio havia, também, naquele dia ou na véspera, recebido novas de Lisboa; e, juntas estas com aquelas que eu trazia (da Bahia), julgava conveniente acabar com os paliativos e proclamar a independência (o grifo é meu). Fosse essa ou a causa isolada, ou cumulativa com os seus desejos de ser, a independência, proclamada na sua província, o caso é que ele, desde logo entendeu que se não devia adiar para mais tarde esse ato. O príncipe já estava em São Paulo e se a ocasião não fosse aproveitada, quem sabe se outra poderia se propiciar tão cedo. Despediu-me e ordenou que eu me achasse às 11 horas da manhã, no paço de São Cristóvão, mas que lhe entregasse antes, todos os papéis que eu trazia, e para o que me esperava até às 9 horas. Às 8 horas, eu já estava com ele, entreguei os papéis... Às 11 horas, me achei no Paço de São Cristóvão, José Bonifácio lá estava. Havia Conselho. Beijei a mão à princesa. No Conselho se decidiu de se proclamar a independência. Enquanto o Conselho trabalhava, já Paulo Bregaro (o emissário de Bonifácio), estava na varanda, pronto para partir em toda diligência, para levar os despachos ao príncipe regente. José Bonifácio ao sair, lhe disse: - Se não arrebentar uma dúzia de cavalos no caminho, nunca mais será correio; veja o que faz. Não sei se Bregaro arrebentou muitos cavalos; o que sei é que ele deu boa conta de sua missão e que fez a viagem em menos tempo do que até então se fazia muito à pressa.
            Os documentos levados pelo correio Paulo Bregaro e que acabariam proporcionando os acontecimentos na colina do Ipiranga eram: a carta de D. João ao seu filho; carta da princesa Leopoldina; carta de Chamberlain, agente secreto do Príncipe; instruções das Cortes exigindo o regresso imediato de D. Pedro e a prisão de José Bonifácio; e uma carta do próprio Bonifácio que certamente pelo seu teor, influiu nos acontecimentos.
                       Não menos importantes entre os outros documentos, a carta de Bonifácio e da princesa Leopoldina, retratam com clareza a trama e as intenções de induzir imediatamente o Príncipe a concretizar o ato da independência.
                    Em uma análise atenta do texto das duas cartas, vê-se como estavam afinados o ministro e princesa, e como era grande a influência dele sobre ela, sempre no caminho da independência do Brasil.
          Por intermédio da Princesa, José Bonifácio fez com que suas palavras convencessem o Príncipe a permanecer no Brasil separando-o de Portugal. Por ela as suas palavras teriam mais peso e alcançariam o resultado almejado.
                      A seguir vão os dois textos das cartas.
                       A primeira, de José Bonifácio:
 – “Senhor, as Cortes ordenaram minha prisão por minha obediência a V. Alteza. E no seu ódio imenso de perseguição atingiram também aquele que se preza em o servir com a lealdade e dedicação do mais fiel amigo e súdito. O momento não comporta mais delongas ou condescendências. A revolução já está preparada para o dia de sua partida. Se parte, temos revolução do Brasil contra Portugal e Portugal atualmente não tem recursos para subjugar um levante, que é preparado ocultamente, para não dizer, quase visivelmente. Se fica, tem V. Alteza contra si o povo de Portugal, a vingança das Cortes, que direi?! Até a deserdação, que dizem esta combinada. Ministro fiel, que arrisquei tudo por minha Pátria e pelo meu Príncipe, servo obedientíssimo do Senhor D. João VI, que as Cortes têm na mais detestável coação, eu, como Ministro, aconselho a Vossa Alteza que fique e faça do Brasil um reino feliz, separado de Portugal, que é hoje escravo das Cortes despóticas. Senhor, ninguém mais do que sua esposa deseja sua felicidade e ela lhe diz em carta, que com esta será entregue à Vossa Alteza deve ficar e fazer a felicidade do povo brasileiro, que o deseja como o seu soberano, sem ligações e obediências das despóticas Cortes portuguesas que querem a escravidão do Brasil e a humilhação do seu adorado Príncipe Regente. Fique , é o que todos pedem ao magnânimo Príncipe que é Vossa Alteza para orgulho e felicidade do Brasil. E se não ficar, correrão rios de sangue, nesta grande e nobre terra, tão querida do seu Real Pai, que já não governa em Portugal, pela opressão das Cortes; nesta terra que tanto estima a Vossa Alteza e que tanto Vossa alteza ensina”.
                         A da Princesa Leopoldina:
 – “Pedro, o Brasil está como um vulcão. Até no Paço há revolucionários. Até portugueses são revolucionários. As Cortes portuguesas ordenam a vossa partida imediata, ameaçam-vos, humilham-vos. O Conselho de Estado aconselha-vos para ficar. Meu coração de mulher e de esposa prevê desgraças se partirmos agora para Lisboa. Sabemos bem o que têm sofrido nossos pais. O rei e a rainha de Portugal não são mais reis, não governam mais, são governados pelo despotismo das Cortes, que perseguem e humilham os soberanos, a quem devem respeito. Chamberlain vos contará tudo o que sucede em Lisboa. O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca. Com o vosso apoio ou sem o vosso apoio ele fará a sua separação. O pomo está maduro. Colhei-o já, senão apodrece. Ainda é tempo de ouvirdes o conselho de um sábio que conheceu todas as cortes da Europa, que vale de vosso Ministro fiel, é maior de vossos amigos. Ouvi o conselho de vosso Ministro, se não quiserdes ouvir o de vossa amiga. Pedro, o momento é o mais importante de vossa vida. Já dissestes aqui o que ireis fazer em S. Paulo. Fazei, pois. Tereis o apoio do Brasil inteiro e contra a vontade do povo brasileiro os soldados portugueses que estão nada podem fazer”.
                         A preciosidade do texto fala por si.
                    O resultado dessa intenção pode ser avaliado pelo texto escrito pelo Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, membro da Loja Comércio e Artes que acompanhava a comitiva do príncipe D. Pedro naquela oportunidade. Portanto, um testemunho do acontecimento.
                      Segue a carta do Padre Belchior publicada em 1.826 por M. J. Rocha. Diz a mesma em seus principais trechos. É antológica essa preciosidade:
“O Príncipe mandou-me ler alto as cartas trazidas por Paulo Bregaro e Antonio Cordeiro”. (...) D. Pedro, tremendo de raiva, arrancou de minhas mãos os papéis e, amarrotando-os, pisou-os e deixou-os na relava. Eu os apanhei e guardei. Depois, abotoando-se e compondo a fardeta (pois vinha de quebrar o corpo à margem do riacho Ypiranga, agoniado por uma disenteria, com dores, que apanhara em Santos), virou-se pra mim e disse:
- E agora, padre Belchior?
- E eu respondi prontamente: - Se V. Alteza não se faz Rei do Brasil, será prisioneiro das Cortes e talvez deserdado por elas. Não há outro caminho senão a independência e a separação.
- D. Pedro caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado por mim, Cordeiro, Bregaro, Carlota e outros em direção aos nossos animais, que se achavam à beira da estrada. De repente, estacou-se, já no meio da estrada, dizendo-me:
- Padre Belchior, eles o querem, terão a sua conta. As Cortes me perseguem, chamam-me, com desprezo, de Rapazinho e de Brasileiro. Pois verão agora quanto vale o Rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relação: nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal!
(...) E arrancando do chapéu o laço azul e branco, decretado pelas Cortes, como símbolo da nação portuguesa, atirou-se ao chão dizendo:
- Laço fora, soldados! Viva a independência, a liberdade, a separação do Brasil.
- Respondemos com um viva ao Brasil independente e separado um viva a D. Pedro.
O príncipe desembainhou a espada, no que foi acompanhado pelos militares; os paisanos tiraram os chapéus.
E D. Pedro disse:
- Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu “DEUS”, juro fazer a liberdade do Brasil.
- Juramos! Responderam todos.
D. Pedro embainhou a espada, no que foi imitado pela guarda, pôs-se à frente da comitiva e voltou-se, ficando em pé nos estribos:
- Brasileiros, a nossa divisa, de hoje em diante, será Independência ou Morte!
“(...) Firmou-se nos arreios, esporeou sua besta baia e galopou, seguido de seu séqüito, em direção a São Paulo, onde foi hospedado pelo brigadeiro Jordão, capitão Antonio da Silva Prado e outros, que fizeram milagres para contentar o príncipe. Mal apeara da besta, D. Pedro ordenou o seu ajudante de ordens que fosse às pressas ao ourives Lessa e mandasse fazer um dístico em ouro, com as palavras “Independência ou Morte”, para ser colocado no braço, por um laço de fita verde e amarelo. E com ele apareceu o espetáculo, onde foi chamado o rei do Brasil pelo meu querido amigo alferes Aquino e pelo padre Ildefonso (...).”
                       Além do relato, até emocionante, descrito na carta do padre Belchior, existem outros depoimentos e documentos que comprovam que o “Grito do Ipiranga” foi verdadeiramente um fato e não uma lenda. Entre eles destaque-se o relato do coronel Manoel Marcondes de Oliveira e Mello, comandante da Guarda de D. Pedro; a descrição da viagem do Príncipe, do Rio de Janeiro a São Paulo, feita pelo gentil-homem de sua câmara, Francisco de Castro Canto e Mello; relato de Paulo Antonio do Valle, participante da comitiva do Príncipe; relato contido no diário particular de Antonio Mariano de Azevedo Marques; a Proclamação de D. Pedro aos paulistanos, assinada pelo príncipe no dia 08 de setembro e afixada em todos os lugares públicos da cidade; documentos existentes no Museu Paulista, construído junto ao Monumento do Ipiranga; etc.
                 É unânime entre os autênticos historiadores que no exame de todas as narrativas, se podem notar, principalmente pelos relatos integrais das testemunhas, que as narrativas são conscientes em todos os pontos. Delas a indisposição do príncipe, acometido por uma disenteria que o obrigava a constantes paradas; a chegada de Paulo Bregaro, o correio; a leitura das cartas e a revolta do Príncipe; o gesto teatral da “Independência ou Morte!” com todos os detalhes; a recepção no teatro, à noite, e a saudação do povo ao príncipe tratando-o como “Rei do Brasil”.
                     Um fato pitoresco fez com que alguns historiadores desatentos, embarcassem em um erro histórico produzido pelo pronunciamento de Joaquim Gonçalves Ledo no dia 09 de setembro de 1.822 no Rio de Janeiro.
                 Alheio aos acontecimentos do dia 07 de setembro em São Paulo, conforme consta na ata da Décima Quarta Sessão do Grande Oriente realizada no Rio de Janeiro no dia 09 de setembro, nela consta que foram convocados os maçons membros das três Lojas Metropolitanas para esta Sessão Extraordinária, com o especificado fim adiante declarado, sendo também presidida pelo sobredito 1º Grande Vigilante Joaquim Gonçalves Ledo, no impedimento do Grão-Mestre José Bonifácio, dirigindo, do sólio, enérgico e fundado discurso, demonstrando com as mais sólidas razões, que as atuais políticas circunstanciais de nossa pátria, o rico, fértil e poderoso Brasil, demandavam e exigiam, imperiosamente, que a sua categoria fosse inabalavelmente formada, com a proclamação da nossa independência e da Realeza Constitucional, na pessoa do Augusto Príncipe, Perpétuo Defensor do Reino do Brasil (o grifo é meu). Consta também, que esta moção fora aprovada por unanimidade e simultânea aclamação expressada com ardor do mais puro e cordial entusiasmo patriótico.
                      Pelas circunstâncias e pelas dificuldades de uma época em que num Brasil colonial as dificuldades de locomoção e a distância fazia enorme diferença, já que os correios eram feitos nos lombos de animais, a notícia da proclamação da independência por D. Pedro apenas chegou ao conhecimento do público no Rio de Janeiro no dia 10 de setembro.
                     Nessa conjuntura é que Ledo, alheio ao acontecido por falta de informação, proferiu o enérgico discurso no dia 9 de setembro, dois dias depois da Independência proclamada em São Paulo.
                     Embora a falta de informação natural da época, não se pode tirar o mérito deste grandioso maçom e importante personagem na luta pela independência da nossa Pátria.
                      Joaquim Gonçalves Ledo, que adotou o nome histórico de Diderot, nascido em 1.781 no Rio de Janeiro, seguramente foi um dos maiores maçons brasileiros da sua época, tendo sido bastante injustiçado na História do Brasil, pois a historiografia, de maneira geral, pouco o cita no movimento emancipador brasileiro.
                     Ledo lutou de modo austero pela independência e fez da Maçonaria um centro incrementador das idéias de liberdade. Em 1821 fundaria com o cônego Januário da Cunha Barbosa, o Revérbero Constitucional Fluminense, jornal que teve formidável influência no movimento libertador, pois contribuiu para a formação de uma consciência brasileira, despertando a alma da nacionalidade. Trabalhou pela reinstalação da Loja Comércio e Artes em 1.831. Em 13 de maio de 1822, por obra do seu grupo, o Príncipe Regente recebia o título de Defensor Perpétuo do Brasil. Foi um dos fundadores do Grande Oriente do Brasil e nele ocupou o cargo de 1º Grande Vigilante.

VII – CONCLUSÃO.

                 Com esses apontamentos, mesmo que de modo compacto, esperamos ter trazido um pouco de luz sobre os fatos acontecidos há cento e noventa e cinco anos atrás com a participação dos ícones da história da Independência do nosso País, destacando como partícipe o Grande Oriente do Brasil que também nascia no ano de 1822 para servir à causa separatista.




PEDRO JUK

SET/2017


ROTEIRO BIBLIOGRÁFICO SUMÁRIO

CASTELLANI, José – Maçons na Independência do Brasil, Editora Maçônica A Trolha, Londrina, 1993.
CASTELLANI, José – História do Grande Oriente do Brasil, GOB, Brasília, 1993.
CASTELLANI, José; COSTA, Frederico Guilherme da – Conjuração Mineira e a Maçonaria que não Houve – Editora Maçônica A Trolha, Londrina, 1989.
COSTA, Frederico Guilherme da – Breves Ensaios sobre a Maçonaria Brasileira, Editora Maçônica A Trolha, Londrina, 1993.
ARÃO, Manoel – História da Maçonaria Brasileira, Recife, 1925.

BRASIL, Grande Oriente do – Primeiras Atas 1822 – Rio de Janeiro.

2 comentários:

  1. Realmente muito bom! Trouxe muita Luz sobre o tema... Logo penso se não houvesse a revolução de 1817 em Pernambuco, a mais sangrenta, com várias condenações não haveria independência. Mesmo com todos os bastidores e manipulações, havia sim um grande medo que astropas imperiais não conseguissem conter mais de uma província. Matar 120 padres-maçons foi fácil... Imagino. Contudo, o único mártir lembrado por essas bandas é o nosso Joaquim, o Frei Caneca, que sobreviveu a de 1817, mas foi sentenciado após a confederação do Equador, em 1824. Sentença proferida ainda naquele ano em dezembro, o garrote, é executada com o espingardeamento em 13/01/1825, pois nenhum carrasco se dispôs a cumprir a sentença original. De um pernambucano.

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  2. Os meandros da nossa História são preciosos e ricos em detalhes. Obrigado pelo comentário.

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