Em 01/11/2017 o Irmão Companheiro
Maçom Elóis de Arruda Rodrigues, Loja Flor da Acácia, 3.894, REAA, GOB-PR,
Oriente de Francisco Beltrão, Estado do Paraná, apresenta o seguinte:
MAÇONARIA E O PAVILHÃO NACIONAL
Boa tarde meu querido Irmão Juk. Mais uma vez grato ao Grande Arquiteto
do Universo por ter tido a oportunidade de assistir mais um ERAC moderado pelo
Irmão. Mais uma vez, seu fã de Francisco Beltrão, vem por meio desta, tentar
sanar dúvidas.
Conforme os avanços nos estudos de nossos símbolos e mistérios,
identifiquei símbolo
s maçônicos intrínsecos na Bandeira do Brasil. O primeiro,
para mim bastante evidente, é o “Olho” formado pelo losango amarelo e pela
esfera azul. Depois, imaginando a bandeira dobrada na metade, visualiza-se uma
forma semelhante ao Avental Maçom.
Ainda temos a abóbada celeste representada pela esfera com as
constelações. Por fim, a expressão “Ordem e Progresso”, expressão que é o lema
político do positivismo, e que em nossa bandeira aparece na forma abreviada do
lema religioso positivista formulado pelo filósofo Maçom francês Auguste Comte:
"O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim" (em
francês L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but.).
Todas essas evidências me levam a crer que existe um simbolismo maçônico
subliminar em nosso Pavilhão Nacional. Certo que a internet é repleta de
bobagens; Certo também que a empolgação com as descobertas de um humilde CM
podem levar ao fenômeno da “Pareidolia”, e fazer enxergar coisas que não
existem. Portanto, apelo, mais uma vez, à vossa sapiência: A Bandeira do Brasil
é um ícone da simbologia Maçônica?
CONSIDERAÇÕES:
- COMENTÁRIOS
SOBRE A BANDEIRA DO BRASIL[1]
Não há como se
imaginar que a Bandeira do Brasil tenha sido idealizada e elaborada tendo por
base símbolos da liturgia maçônica.
No máximo em
Maçonaria o Pavilhão Nacional é parte integrante de uma alegoria respeitosa que
lhe é devida e regida por leis constitucionais. Não existe nela nenhum apelo
maçônico e nem é ela um símbolo haurido dos construtores do passado.
A Bandeira do Brasil
foi instituída quatro dias após a Proclamação da República a 19 de novembro de
1889 substituindo a bandeira do Império do Brasil.
Na realidade o
Pavilhão Nacional é o resultado de uma adaptação sobre a bandeira do Império. No
lugar do escudo Imperial português dentro do losango amarelo, foi acrescentado
o círculo azul cravejado com estrelas na cor branca.
No que diz respeito a
algumas normas que envolvem as dimensões e proporções do desenho da Bandeira
Brasileira (heráldica), ela possui o formato retangular, com um losango amarelo
sobreposto ao fundo verde, sendo que no centro vai uma esfera azul celeste atravessada
pela faixa branca com o lema Ordem e Progresso em letras maiúsculas verdes,
cuja divisa foi inspirada no positivismo de Augusto Comte.
Essa faixa é oblíqua,
inclinada da esquerda para direita e tem a conotação de representar
simbolicamente o equador terrestre. No círculo azul vão estrelas dispostas como
a retratar o céu do Rio de Janeiro em 15 de novembro de 1889, incluindo várias
constelações, das quais a mais famosa é o Cruzeiro do Sul.
As estrelas em número
de 27 representam simbolicamente os 26 Estados mais o Distrito Federal. A única
estrela que fica na parte superior do círculo representa o Estado do Pará.
Oficialmente as
quatro cores da Bandeira Nacional representam as famílias reais de que descende
D. Pedro I, este o idealizador da Bandeira do Império. O campo verde e o
losango dourado (amarelo) da bandeira imperial anterior foram preservados – o
verde representava a Casa de Bragança de D. Pedro I, enquanto que o ouro
(amarelo) representava a Casa de Habsburgo de sua esposa, a Imperatriz Maria
Leopoldina. O círculo azul com as estrelas brancas substituiu o brasão das
armas do Império.
Entretanto, essa
conotação oficial acabou popularmente sendo substituída por uma adaptação originária
do povo brasileiro. Sob essa óptica, o verde passou a representar as matas, o
amarelo as riquezas do Brasil, o azul o seu firmamento e o branco a paz que
deve reinar entre os povos.
A atual versão do
Pavilhão Nacional, com 27 estrelas, entrou em vigor em 11 de maio de 1992, já
que houve a inclusão de mais quatro estrelas (anteriormente elas eram 23) representando
os estados do Amapá, Tocantins, Roraima e Rondônia.
A concepção da
Bandeira Nacional é de autoria de Raimundo Teixeira Mendes, com a colaboração
de Miguel Lemos, Manuel Pereira Reis e Décio Villares.
- COMENTÁRIOS
SOBRE A QUESTÃO.
O círculo nada tem a
ver com o Olho Onividente. Por mais que possa ser sugestivo para esse tipo de
imaginação, na Bandeira do Brasil ele não é em hipótese alguma símbolo
maçônico.
Do mesmo modo, sem
comentários é a imaginação de que a Bandeira dobrada simbolize um avental
maçônico. Essa dobra não dá nenhuma conotação de que ela represente símbolo
maçônico. Pode até parecer, mas nunca se teve essa intenção.
Abóbada, firmamento e
estrelas não é apanágio da Maçonaria. Mesmo sob o ponto de vista maçônico,
abóbada estrelada não é universalmente adotada. Nem todos os ritos a utilizam.
Sem inverter os fatos, a simples aparência de um firmamento não nos dá o
direito de imaginar a presença da Maçonaria. Assim, o céu estrelado apresentado
no círculo central da Bandeira também não é e nem merece ser interpretado como símbolo
maçônico.
O lema “Ordem e
Progresso” é oriundo da ideia positivista. Sob o ponto de vista maçônico o lema
é perfeitamente adaptável à doutrina maçônica, entretanto é clara a ideia de
que na Bandeira Nacional ela é positivista e positivismo não é obra maçônica.
Nesse sentido, a
Bandeira do Brasil não é um ícone e nem um conjunto de símbolos maçônicos. O
Pavilhão é sim tratado como símbolo da Pátria e, nesse particular, ela é no
Brasil o símbolo da maior autoridade na Loja.
Agora,
doutrinariamente ela não é parte de nenhum arcabouço de aperfeiçoamento
maçônico.
A Maçonaria acima de
tudo respeita as Leis e as autoridades legalmente constituídas, portanto tem na
Bandeira Nacional um símbolo de legalidade, mas nunca como objeto composto por
obra e graça da simbologia maçônica.
De fato, sob esse
aspecto, eu diria ao meu nobre Irmão Companheiro que se afaste do hábito de
imaginar “coisas” onde elas não existem.
Devo salientar que a
Maçonaria é eclética e faz uso de inúmeros símbolos e artifícios oriundos das
diversas manifestações das civilizações humanas. A existência de um esquadro, de
um compasso, de um triângulo, de um prumo, e de um nível, dentre tantos outros
objetos, não indicam pura e simplesmente a presença da Maçonaria.
Herdamos sim uma
enorme gama de símbolos dos construtores do passado, todavia isso não nos dá o
direito de nos imaginarmos proprietários e inventores dos respectivos.
Infelizmente muitos
maçons ainda “acham” que pela simples presença de um objeto representativo
aproveitado na nossa liturgia, já indica a presença da Maçonaria.
Assim, dando por
concluído, devo orientá-lo a desviar-se desse caminho ilusório. Aprenda a
separar o real do aparente, pois nem tudo o que reluz é ouro. A história e a
doutrina da Ordem são riquíssimas e ela não precisa desse tipo de subterfúgio
para representar a sua verdadeira grandeza.
T.F.A.
PEDRO JUK
JAN/2018
[1] - Fonte dessa
Pesquisa – Wikipédia, Enciclopédia Livre e www.suapesquisa.com – Portal de
Pesquisas Temáticas Educacionais. Ambos relativos à Bandeira do Brasil.
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