Em 20/01/2018 o um Respeitável Irmão
que pratica o REAA no Rio Grande do Sul, comentando o uso do terno e do
balandrau na Maçonaria, menciona o seguinte.
O BALANDRAU DA ÉPOCA DOS COLLEGIA FABRORUM
(...) tem outra particularidade que me incomoda (não sei se estou usando
o termo correto). É quando aludem a origem do balandrau aos Collegia Fabrorum. Não entendo
patavina de moda, mas creio que a indumentária dos romanos naquele período nada
se parece com um balandrau.
CONSIDERAÇÕES.
Os Collegia vestiam uma túnica sobre as
vestes para diferenciá-los dos demais já que eles, acompanhando as legiões
romanas, não se davam à atividade bélica. Conforme nos explicam alguns
historiadores suas eram vestes compridas que iam até os talões (tornozelos) e
alguns tinham neles capuzes presos à indumentária no intuito de cobrir a
cabeça. Dessa vestimenta resultou também o hábito de muitos monges medievais.
Quanto à cor dessas
vestimentas, elas eram geralmente de matiz escuro, negro ou marrom.
A Maçonaria, como
herdeira dos construtores medievais, cujos quais sofriam forte influência da
Igreja e, por extensão dos monges das Associações Monásticas, acabou adotando
aos seus costumes essa vestimenta que, obviamente, seguiu os padrões evolutivos
da moda, deixando os incômodos roupões pesados para adotar tecidos mais
modernos, todavia manteve inquestionavelmente duas características: uma a de
manter a cor negra e a segunda a de ser uma veste talar (que vai até os
talões). Também não se adota atualmente no balandrau maçônico o capuz preso a
ele.
Em termos de
Moderna Maçonaria, autores impecáveis como o saudoso Theobaldo Varolli Filho
sempre defenderam o uso do balandrau e do chapéu como indumentária obrigatória
para todos os Mestres trabalhando na Loja em Câmara do Meio nos ritos que detém
essa tradição.
A título de esclarecimento seguem
algumas definições do balandrau conforme o disposto nos dicionários da língua
portuguesa:
Balandrau (do latim “balandrana”) – substantivo
masculino. 1. São as vestes utilizadas por algumas irmandades em cerimônias
religiosas; 2. Capa ou casaco largo e comprido; 3. Antiga vestimenta de capuz e
mangas largas; 4. Roupa ampla e comprida, sem cinto.
De fato, o
balandrau utilizado atualmente por alguns ritos maçônicos não é literalmente
vestimenta idêntica àquela utilizada pelos collegiati
na época do imperador Numa Pompílio (século VI a. C.), entretanto a ideia
da indumentária continua a mesma, até porque se ainda não existia Maçonaria
naquele período da história, é inegável que aqueles usuários do antigo balandrau
se dedicavam à construção e a reconstrução.
T.F.A.
PEDRO JUK
ABRIL/2018
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