Em 08/08/2020 o Respeitável Irmão João Batista Soriani, Lojas Terra Brasilis, Rito Brasileiro e 14 de Julho, REAA, GOB-PR, Oriente de Maringá, Estado do Paraná, apresenta as seguintes questões pertinentes ao Rito Brasileiro.
QUESTÕES SOBRE O RITO BRASILEIRO
Segunda feira
última, quando de sua palestra pela Loja Maringá, queria perguntar alguma coisa
sobre o Rito Brasileiro, mais como era do REAA, me calei.
Como você disse de sua
pesquisa sobre o REAA na sua originalidade francesa, tomo a liberdade que
perguntar a você algo sobre o Rito Brasileiro, considerando a proximidade do RB
com o REAA (ritual de 1968).
1ª - O piso do
Oriente é o quarto degrau, ou seja, o primeiro do Oriente – certo?
2ª – Em se
dirigindo ao Oriente, você faz a saudação no piso (4ºdegrau) do Oriente ou no
3º degrau como que se dizendo – posso entrar? Se fizer a saudação no quarto
degrau, o irmão já não estará no Oriente?
3ª - Você tem como
me dizer a origem dos graus filosóficos do Rito Brasileiro?
CONSIDERAÇÕES.
Entendo que atinge
o Oriente aquele que alcançar o último desnível (o mais alto) em relação ao chão
do Ocidente. Em linhas gerais, o quarto degrau é o piso oriental.
No que diz respeito
à saudação ao se ingressar no Oriente, ela é feita na forma de costume quando o
protagonista imediatamente atingir o piso do quadrante oriental, ou seja, no
seu limite com o Ocidente tomando por base a linha de balaustrada que separa os
dois ambientes. Assim, não se saúda a partir do terceiro degrau, mas assim quando
se atinge o solo oriental.
Do mesmo modo, em
retirada, antes de descer o primeiro desnível, também se presta a saudação
(antes de sair).
Desse modo, uma
baliza referencial para a saudação é o alinhamento da balaustrada fixada sobre
o chão do Oriente.
No que diz respeito
a origem dos 33 graus filosóficos do Rito Brasileiro, cujos quais se distribuem
em Sublimes Capítulos para os graus 4 ao 18 e são dedicados à cultura moral; os
Grandes Conselhos Filosóficos constituídos em Câmaras dos graus 19 ao 30
dedicados à cultura artística, científica, tecnológica e filosófica; Altos
Colégios que englobam os graus 31 e 32 dedicados à cultura cívica e, por fim, o
Supremo Conclave que é dedicado à síntese humanística.
Sobre a origem
desses graus eu sugiro o Irmão que a procure perscrutando a história do Rito
Brasileiro. Particularmente indico os autores Kurt Prober e José Castellani.
Para ilustrar particularidades
e contradições merecedoras de pesquisa pertinentes ao desenvolvimento do Rito
Brasileiro, transcrevo baixo um trecho do que consta no livro Liturgia e
Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom (em todos os Ritos), autor José
Castellani, A Gazeta Maçônica, São Paulo, 1984, página 21:
O Rito Brasileiro, surgido no fim do
século XIX, foi regulamentado a 23 de dezembro de 1914, por Lauro Sodré, Grão-Mestre
do Grande Oriente do Brasil. Foi, posteriormente, abandonado, para ressurgir,
em 1968, com grande vigor, considerando-se o número de Lojas que passaram a
praticá-lo.
Saliente-se, todavia, que existem, no território nacional, dois ritos
Brasileiros, tão díspares, entre si, como se fossem ritos diferentes: um com
rituais aprovados pelo Soberano Supremo Conclave do Rito Brasileiro, que,
embora possuindo tinturas dos Moderno e Adoniramita, é, indisfarçavelmente,
influenciado pelo Rito Escocês, até com as deturpações nele introduzidas;
outro, com rituais aprovados pelo Supremo Conclave Autônomo do Rito Brasileiro,
que, além das influências do escocesismo, mostra, em larga escala, passagens
típicas do Rito de York.
É por essa óptica de construção histórica que eu sugiro uma pesquisa estruturada
de modo acadêmico para que se alcance uma resposta satisfatória à última parte
da sua questão.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
MAR/2021
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