segunda-feira, 1 de março de 2021

REAA - COLUNAS ZODIACAIS. POR QUÊ?

 

Em 07/08/2020 o Respeitável Irmão que se identifica como Janse, Loja Mensageiros do Bem, 812, GOB-PE, REAA, Oriente de Garanhuns, Estado de Pernambuco, apresenta o que segue:

 

COLUNAS ZODIACAIS NO TEMPLO. POR QUÊ?

 

Gostaria que o irmão enviasse alguma literatura sobre as Colunas Zodiacais, estou
preparando uma peça de arquitetura para apresentação.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Certamente o Irmão encontrará escritos a respeito no meu blog em http://pedro-juk.blogspot.com.br

Numa síntese sobre esse assunto, as constelações do Zodíaco primitivamente faziam parte da decoração estelar que ia na base da abóbada no REAA.

Historicamente o primeiro ritual do simbolismo do REAA veio aparecer em 1804 na França e foi estruturado sobre a exposure relativa aos autodenominados “antigos” da segunda Grande Loja rival de 1751 inglesa (As Três Pancadas Distintas), sobre o ritual do Rito Francês e ainda por influências da Loja Geral Escocesa, essa última contribuindo com a decoração da abóbada, com a disposição dos pilares B e J, com a aclamação H, H, H e com a cor encarnada (vermelha) na decoração do rito.

No que diz respeito à decoração estelar e as constelações do Zodíaco, essas originalmente apareciam seis na base da abóbada ao Norte e as outras seis ao Sul, contadas a partir de Áries no canto noroeste do recinto (equinócio de primavera no setentrião).

Com o decorrer do tempo, contudo, na evolução dos rituais apareceriam também doze colunas encravadas nas paredes Norte e Sul correspondente a essas constelações, sobretudo porque muitas Lojas não mais as traziam na base da abóbada os pantáculos das constelações como tradicionalmente ocorria. Como essas constelações marcam simbolicamente a jornada iniciática do maçom desde o topo da coluna do Norte até o topo do Sul (paredes Norte e Sul), as colunas zodiacais, mais apropriadamente passaram a marcar essa senda. Destaque-se que essas colunas não ultrapassam a balaustrada que demarca o Oriente.

Desse modo, notadamente a jornada iniciática no REAA está relacionada aos ciclos naturais (primavera, verão, outono e inverno), lembrando que essas constelações, agrupadas de três em três, correspondem às estações do ano no hemisfério Norte.

Assim sendo, cada ciclo natural corresponde nessa alegoria uma etapa iniciática – Aries, Touro e Gêmeos (primavera), Câncer, Leão e Vigem (verão) relacionados ao Aprendiz (infância e adolescência); Libra, Escorpião, Sagitário (outono) relativo ao Companheiro (juventude) e, por fim, Capricórnio, Aquário e Peixes (inverno) pertinente ao Mestre (maturidade e morte).

Essa emblemática comparação sugere a alegoria ao nascimento, vida e morte da Natureza associada ao nascimento, vida e morte do Iniciado. Todo esse teatro iniciatório simula o maçom a caminho da Luz no Oriente.

Tal qual ocorre na Natureza, o iniciado precisa antes morrer para renascer. Em síntese, as colunas zodiacais marcam o caminho que leva a esse objetivo.

Vale a pena mencionar que a revolução da Natureza aqui mencionada se reporta ao Norte por ser o hemisfério onde nasceu o REAA.

Cabe ainda alertar que as constelações zodiacais aqui abordadas nada tem a ver com a crença de adivinhações e outras concepções de caráter ocultista. Reitera-se: em Maçonaria o Zodíaco representa a aparente jornada anual do Sol que, conforme o deslocamento da Terra ao seu redor, ela se alinha a cada uma dessas constelações (como se passasse pela frente de cada um desses grupos estelares). Segundo cada um desses alinhamentos - que dura aproximados 30 dias – e devido a inclinação do eixo do planeta Terra em relação ao seu plano de órbita (aproximados 23º), as estações do ano paulatinamente se sucedem - de modo oposto conforme o hemisfério.

Assim sendo, a Maçonaria, através do REAA, copiando os cultos solares da antiguidade, acabou construindo a alegoria da transformação e aperfeiçoamento do iniciado para o seu arcabouço doutrinário.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com.br

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

MAR/2021

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