Em 07/08/2020 o Respeitável Irmão que se identifica como Janse, Loja Mensageiros do Bem, 812, GOB-PE, REAA, Oriente de Garanhuns, Estado de Pernambuco, apresenta o que segue:
COLUNAS ZODIACAIS NO TEMPLO. POR QUÊ?
Gostaria que o
irmão enviasse alguma literatura sobre as Colunas Zodiacais, estou
preparando
uma peça de arquitetura para apresentação.
CONSIDERAÇÕES.
Numa síntese sobre esse
assunto, as constelações do Zodíaco primitivamente faziam parte da decoração
estelar que ia na base da abóbada no REAA.
Historicamente o
primeiro ritual do simbolismo do REAA veio aparecer em 1804 na França e foi
estruturado sobre a exposure relativa aos autodenominados “antigos” da segunda
Grande Loja rival de 1751 inglesa (As Três Pancadas Distintas), sobre o ritual
do Rito Francês e ainda por influências da Loja Geral Escocesa, essa última contribuindo
com a decoração da abóbada, com a disposição dos pilares B e J, com a aclamação
H∴, H∴, H∴ e com a cor encarnada (vermelha) na decoração do rito.
No que diz respeito
à decoração estelar e as constelações do Zodíaco, essas originalmente apareciam
seis na base da abóbada ao Norte e as outras seis ao Sul, contadas a partir de Áries
no canto noroeste do recinto (equinócio de primavera no setentrião).
Com o decorrer do
tempo, contudo, na evolução dos rituais apareceriam também doze colunas
encravadas nas paredes Norte e Sul correspondente a essas constelações,
sobretudo porque muitas Lojas não mais as traziam na base da abóbada os pantáculos
das constelações como tradicionalmente ocorria. Como essas constelações marcam simbolicamente
a jornada iniciática do maçom desde o topo da coluna do Norte até o topo do Sul
(paredes Norte e Sul), as colunas zodiacais, mais apropriadamente passaram a
marcar essa senda. Destaque-se que essas colunas não ultrapassam a balaustrada
que demarca o Oriente.
Desse modo, notadamente
a jornada iniciática no REAA está relacionada aos ciclos naturais (primavera,
verão, outono e inverno), lembrando que essas constelações, agrupadas de três
em três, correspondem às estações do ano no hemisfério Norte.
Assim sendo, cada
ciclo natural corresponde nessa alegoria uma etapa iniciática – Aries, Touro e
Gêmeos (primavera), Câncer, Leão e Vigem (verão) relacionados ao Aprendiz
(infância e adolescência); Libra, Escorpião, Sagitário (outono) relativo ao Companheiro
(juventude) e, por fim, Capricórnio, Aquário e Peixes (inverno) pertinente ao
Mestre (maturidade e morte).
Essa emblemática
comparação sugere a alegoria ao nascimento, vida e morte da Natureza associada
ao nascimento, vida e morte do Iniciado. Todo esse teatro iniciatório simula o
maçom a caminho da Luz no Oriente.
Tal qual ocorre na Natureza,
o iniciado precisa antes morrer para renascer. Em síntese, as colunas zodiacais
marcam o caminho que leva a esse objetivo.
Vale a pena
mencionar que a revolução da Natureza aqui mencionada se reporta ao Norte por
ser o hemisfério onde nasceu o REAA.
Cabe ainda alertar
que as constelações zodiacais aqui abordadas nada tem a ver com a crença de adivinhações
e outras concepções de caráter ocultista. Reitera-se: em Maçonaria o Zodíaco
representa a aparente jornada anual do Sol que, conforme o deslocamento da Terra
ao seu redor, ela se alinha a cada uma dessas constelações (como se passasse
pela frente de cada um desses grupos estelares). Segundo cada um desses alinhamentos
- que dura aproximados 30 dias – e devido a inclinação do eixo do planeta Terra
em relação ao seu plano de órbita (aproximados 23º), as estações do ano paulatinamente
se sucedem - de modo oposto conforme o hemisfério.
Assim sendo, a
Maçonaria, através do REAA, copiando os cultos solares da antiguidade, acabou
construindo a alegoria da transformação e aperfeiçoamento do iniciado para o
seu arcabouço doutrinário.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
MAR/2021
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