Em 06.11.2022 o Respeitável Irmão Daniel Lins de Sales, Loja Brasil, 953, GOB-RJ, REAA, Oriente do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, apresenta as questões seguintes:
CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA DO TEMPLO
Tenho dúvidas relação ao átrio do templo -
REAA/GOB:
1-Na planta do templo, página 22, foi empregada
a proporção áurea com números de Fibonacci? Pois, vejo uma semelhança das
disposições dos três retângulos: (sala dos passos perdidos + átrio + sala da
loja) com as imagens de proporções áureas com números de Fibonacci.
2- O átrio deve ter uma foto do Grão-Mestre
Estadual semelhante aos antigos costumes de repartições públicas?
3- O átrio é o local mais apropriado para o Pavilhão Nacional com a loja fechada?
4- O átrio é o local mais apropriado para as
“estrelas” e também das “espadas”?
5- O piso e a parede do átrio devem ser
correspondentes à sala do templo (cor e tipo de piso)?
6- A Câmera da reflexão pode ser adjacente ao
átrio ou deve ficar fora do templo (considerando templo = sala dos passos
perdidos + átrio + sala da loja)?
7- A porta da interface átrio/sala da loja deve
corresponder ao painel do Grau de Aprendiz (três degraus + delta com a letra
IOD + colunas vestibulares da ordem Coríntia)?
CONSIDERAÇÕES.
- Atualmente, no REAA
recomenda-se que o templo maçônico (onde se realizam os trabalhos)
corresponda a um espaço retangular de tal modo que esse retângulo seja o
resultado de três quadrados unidos. Originalmente, os primeiros rituais do
rito recomendavam que a parede oriental fosse construída de modo
semicircular (meio-círculo) a partir da largura do retângulo. Atualmente
não existe mais essa exigência.
Desse
modo, a composição do quadrângulo pertinente ao templo, geralmente se divide em
um quadrado para o Oriente, um quadrado e meio para o Ocidente e o meio
quadrado restante para o Átrio.
A
questão da proporção áurea de Fibonacci foi sobejamente utilizada por
arquitetos na construção de grandes catedrais da Idade Média. Graças a isso, e
porque talvez essas catedrais na sua grande maioria tenham sido construídas por
maçons operativos, nossos ancestrais, logo muitos autores iriam associar os
números da constante de Fibonacci à construção de templos maçônicos.
Todavia,
não há comprovação para isso, embora as igrejas, junto com o parlamento
britânico, tenham servido de modelo para a construção do primeiro templo da
Moderna Maçonaria que fora construído e inaugurado em Londres no ano de 1776.
As lojas
maçônicas no período operativo não possuíam decoração e limites simbólicos como
os que atualmente são utilizados pelos ritos maçônicos. As lojas na realidade
eram as oficinas de trabalho e serviam também como alojamentos para as
corporações de ofício da Idade Média.
Com o
advento da Maçonaria dos Aceitos, devido o declínio do Ofício, os Maçons
especulativos, a partir do século XVII, se reuniam em tabernas, cujas salas da
Loja alugadas e improvisadas estavam longe de seguir padrões de proporções áureas,
por exemplo.
Assim,
paulatinamente, com a profusão de ritos maçônicos no século XVIII, as Lojas
começaram a edificar seus próprios locais de trabalho. Atualmente, por questões
econômicas e racionais muitas Lojas, geralmente de um mesmo rito, ocupam um mesmo
espaço que é alugado para cada dia da semana.
Também
não se exige atualmente medidas e proporções, desde que o espaço comporte os
trabalhos litúrgicos do rito.
No tocante à Planta do Templo constante da
página 22 do Ritual de Aprendiz do REAA/GOB, ela é apenas um croqui esquemático
para orientar a ocupação e decoração do recinto a ser utilizado para os trabalhos
maçônicos. Nada que exerça o excesso de preciosismo.
- Não há
necessidade. Nada consta a respeito no ritual de Aprendiz, dele o item 1.3
– Disposição e Decoração do Templo, página 21. Do mesmo modo, nada consta
do SOR, Sistema de Orientação Ritualística do GOB hospedado na sua página
oficial. Fica a critério da Loja.
- É o espaço consagrado
para essa finalidade. A maioria das Lojas assim procedem.
- Idem.
- Rigorosamente,
conforme o ritual não há necessidade, contudo não exista óbice para tal.
Na verdade, no caso do REAA, o átrio é parte contígua à sala da Loja
(templo). Desse modo, muitas Lojas utilizam o pavimento mosaico também no
átrio. Quanto à gradação da pintura das paredes no átrio, geralmente se
segue o mesmo padrão utilizado nas paredes do interior da sala da Loja.
- A Câmara de
Reflexão pode ser estabelecida em qualquer lugar do edifício que abriga o
templo, desde que fora do átrio e do recinto da Loja. Deve obedecer na sua
constituição os critérios que lhe são característicos – sem janelas, decorada
conforme o ritual e fique em um lugar discreto, longe das vistas de Irmãos
curiosos.
- Absolutamente não.
Não existem degraus para a porta da sala da Loja. O pórtico constante no Painel
e os três degraus são elementos simbólicos do Painel, nada tem a ver com a
porta de entrada para recinto dos trabalhos.
Como referencial,
o piso do átrio possui o mesmo nível do Ocidente da Loja. As Colunas
Vestibulares B∴ e J∴ situadas no átrio (daí vestibulares - de vestíbulo)
ladeiam a porta. Conforme consta no ritual de Aprendiz, página 21, as colunas
são de estilo egípcio (na verdade babilônico). No REAA as Colunas Vestibulares não
são de ordens de arquitetura grega.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
MAR/2023
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