sábado, 18 de março de 2023

CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA DO TEMPLO MAÇÔNICO

Em 06.11.2022 o Respeitável Irmão Daniel Lins de Sales, Loja Brasil, 953, GOB-RJ, REAA, Oriente do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, apresenta as questões seguintes:

 

CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA DO TEMPLO

 

Tenho dúvidas relação ao átrio do templo - REAA/GOB:

1-Na planta do templo, página 22, foi empregada a proporção áurea com números de Fibonacci? Pois, vejo uma semelhança das disposições dos três retângulos: (sala dos passos perdidos + átrio + sala da loja) com as imagens de proporções áureas com números de Fibonacci.

2- O átrio deve ter uma foto do Grão-Mestre Estadual semelhante aos antigos costumes de repartições públicas?

3- O átrio é o local mais apropriado para o Pavilhão Nacional com a loja fechada?

4- O átrio é o local mais apropriado para as “estrelas” e também das “espadas”?

5- O piso e a parede do átrio devem ser correspondentes à sala do templo (cor e tipo de piso)?

6- A Câmera da reflexão pode ser adjacente ao átrio ou deve ficar fora do templo (considerando templo = sala dos passos perdidos + átrio + sala da loja)?

7- A porta da interface átrio/sala da loja deve corresponder ao painel do Grau de Aprendiz (três degraus + delta com a letra IOD + colunas vestibulares da ordem Coríntia)?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

  1. Atualmente, no REAA recomenda-se que o templo maçônico (onde se realizam os trabalhos) corresponda a um espaço retangular de tal modo que esse retângulo seja o resultado de três quadrados unidos. Originalmente, os primeiros rituais do rito recomendavam que a parede oriental fosse construída de modo semicircular (meio-círculo) a partir da largura do retângulo. Atualmente não existe mais essa exigência.

Desse modo, a composição do quadrângulo pertinente ao templo, geralmente se divide em um quadrado para o Oriente, um quadrado e meio para o Ocidente e o meio quadrado restante para o Átrio.

A questão da proporção áurea de Fibonacci foi sobejamente utilizada por arquitetos na construção de grandes catedrais da Idade Média. Graças a isso, e porque talvez essas catedrais na sua grande maioria tenham sido construídas por maçons operativos, nossos ancestrais, logo muitos autores iriam associar os números da constante de Fibonacci à construção de templos maçônicos.

Todavia, não há comprovação para isso, embora as igrejas, junto com o parlamento britânico, tenham servido de modelo para a construção do primeiro templo da Moderna Maçonaria que fora construído e inaugurado em Londres no ano de 1776.

As lojas maçônicas no período operativo não possuíam decoração e limites simbólicos como os que atualmente são utilizados pelos ritos maçônicos. As lojas na realidade eram as oficinas de trabalho e serviam também como alojamentos para as corporações de ofício da Idade Média.

Com o advento da Maçonaria dos Aceitos, devido o declínio do Ofício, os Maçons especulativos, a partir do século XVII, se reuniam em tabernas, cujas salas da Loja alugadas e improvisadas estavam longe de seguir padrões de proporções áureas, por exemplo.

Assim, paulatinamente, com a profusão de ritos maçônicos no século XVIII, as Lojas começaram a edificar seus próprios locais de trabalho. Atualmente, por questões econômicas e racionais muitas Lojas, geralmente de um mesmo rito, ocupam um mesmo espaço que é alugado para cada dia da semana.

Também não se exige atualmente medidas e proporções, desde que o espaço comporte os trabalhos litúrgicos do rito.

No tocante à Planta do Templo constante da página 22 do Ritual de Aprendiz do REAA/GOB, ela é apenas um croqui esquemático para orientar a ocupação e decoração do recinto a ser utilizado para os trabalhos maçônicos. Nada que exerça o excesso de preciosismo.

  1. Não há necessidade. Nada consta a respeito no ritual de Aprendiz, dele o item 1.3 – Disposição e Decoração do Templo, página 21. Do mesmo modo, nada consta do SOR, Sistema de Orientação Ritualística do GOB hospedado na sua página oficial. Fica a critério da Loja.

 

  1. É o espaço consagrado para essa finalidade. A maioria das Lojas assim procedem.

 

  1. Idem.

 

  1. Rigorosamente, conforme o ritual não há necessidade, contudo não exista óbice para tal. Na verdade, no caso do REAA, o átrio é parte contígua à sala da Loja (templo). Desse modo, muitas Lojas utilizam o pavimento mosaico também no átrio. Quanto à gradação da pintura das paredes no átrio, geralmente se segue o mesmo padrão utilizado nas paredes do interior da sala da Loja.

 

  1. A Câmara de Reflexão pode ser estabelecida em qualquer lugar do edifício que abriga o templo, desde que fora do átrio e do recinto da Loja. Deve obedecer na sua constituição os critérios que lhe são característicos – sem janelas, decorada conforme o ritual e fique em um lugar discreto, longe das vistas de Irmãos curiosos.

 

  1. Absolutamente não. Não existem degraus para a porta da sala da Loja. O pórtico constante no Painel e os três degraus são elementos simbólicos do Painel, nada tem a ver com a porta de entrada para recinto dos trabalhos.

Como referencial, o piso do átrio possui o mesmo nível do Ocidente da Loja. As Colunas Vestibulares B e J situadas no átrio (daí vestibulares - de vestíbulo) ladeiam a porta. Conforme consta no ritual de Aprendiz, página 21, as colunas são de estilo egípcio (na verdade babilônico). No REAA as Colunas Vestibulares não são de ordens de arquitetura grega.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

MAR/2023

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