Em 05.11.2022 o Respeitável Irmão Nicodemos Pinheiro Rodrigues, Loja Liberdade e Justiça, 1712, REAA, GOB-CE, Oriente de Crateús, Estado do Ceará, formula a seguinte pergunta:
CHEGANDO ATRASADO
Gostaria do nobre Irmão me tirasse uma dúvida ritualista. Quando o Irmão
chega atrasado em loja para adentra no templo ele dá a bateria do grau?
Como o Cobridor Interno responde? Se é com uma pancada ou três.
CONSIDERAÇÕES
Como eu tenho dito, não dá para se oficializar o atraso em Loja, pois os
rituais foram e são construídos prevendo a presença dos Irmãos regulares para
seguirem e cumprirem a liturgia prevista no ritual. Não faz sentido elaborar um
ritual prevendo o péssimo hábito de não se cumprir o horário marcado.
Infelizmente se sabe que o atraso existe. Alguns casos esporádicos são até justificáveis, enquanto outros, na sua maioria, só servem para desrespeitar e atrapalhar aqueles que são pontuais.
Afora isso, ainda nessa conjuntura, há os desfiles de verdadeiras “batucadas”
na porta do templo proporcionadas pelo atrasado e pelo Cobridor. Tudo, ainda bem
recheado com uma boa dose invencionice e achismo.
“No creo em brujas, pero que las hay, las hay”.
Assim, o atraso existe, e no que diz respeito a ele no REAA e a
constante ausência do Cobridor Externo, o mais recomendável, mas não oficializado,
é que quando um retardatário bater na porta do templo e seja possível a interrupção
dos trabalhos para atende-lo, ele, ao chegar deverá dar na porta a bateria de
Aprendiz para pedir ingresso. Não importa o grau em que a Loja esteja trabalhando,
bate-se como Aprendiz Maçom.
Partindo dessa premissa, podem existir duas situações:
A primeira é a de que o momento seja propício para atende-lo, ou seja, não
haverá interrupção no andamento litúrgico ritualístico. Desse modo, o Cobridor
Interno faz a comunicação na forma de costume. Sendo autorizado, armado ele se
dirige à porta para verificar quem bate. Se for um Irmão conhecido, ele
simplesmente comunica e é providenciado o ingresso com as formalidades
previstas. Caso seja um Irmão desconhecido dar-se-á o telhamento pelo 2º
Experto e o envio dos seus documentos para a verificação do Orador.
A segunda possibilidade é a de que o momento não seja propício para a verificação
e ingresso. Nesse caso o retardatário deve aguardar. Para que isso aconteça, o
Cobridor Interno, depois de ter ouvido as batidas e sem nada comunicar, se
dirige à porta e nela dá a bateria de Aprendiz, o que significa como resposta
que o retardatário deve esperar até que a ocasião seja propícia para a
verificação e ingresso. O Cobridor Interno não se deve dar pancada única, ou
outras baterias nessa ocasião como maneira de informar que o retardatário deva
aguardar. Não se deve inventar procedimentos. Basta responder com a bateria de
Aprendiz para que o atrasado entenda que deve aguardar. Dessa maneira, no
momento plausível dá-se ingresso ao retardatário. Obviamente que se espera do
atrasado que ele bata como Aprendiz e aguarde e não replique com outra bateria –
veja como o assunto é complexo, sabendo que nada disso ocorreria se não fossem
os atrasados.
Nesse contexto ainda existe a possibilidade de a Loja estar trabalhando
em outro grau, de Companheiro ou de Mestre, por exemplo.
Nesse caso, se o Cobridor Interno ao averiguar que quem bate não tem grau
necessário para ingressar, ele informa ao atrasado da impossibilidade de
ingresso. Caso seja possível seu ingresso, ele será recebido na forma de
costume.
Vale observar que mesmo que a Loja esteja trabalhando em outro grau,
acima do de Aprendiz, o Cobridor Interno, na hipótese avisar para que o
retardatário aguarde, ele dará pelo lado interno da porta apenas a bateria universal,
a de Aprendiz. Não se deve aumentar a bateria para outro grau. Se for o caso, no
momento certo o retardatário saberá em qual grau a Loja está aberta naquele
momento.
Assim, qualquer outro procedimento não é recomendável, lembrando,
contudo, que esta é apenas uma orientação, pois como dito, o atraso não pode
ser regulamentado. Atrasados não são citados no ritual.
De tudo, o ideal mesmo é que o Maçom chegue no horário marcado à Loja. Atrasos,
a meu ver, além de ser atitude desrespeitosa para os que são pontuais e, por
não estarem previstos no ritual, ainda atrapalham o andamento litúrgico dos
trabalhos
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
MAR/2023
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