Em 04.11.2023 o Respeitável Irmão José Idílio Machado dos Santos, Loja Fênix, 32, REAA, GLP (CMSB), Oriente de Ivaiporã, Estado do Paraná, apresenta a dúvida seguinte:
POSIÇÃO DO TEMPLO
Venho mais uma vez usufruir do conhecimento do ilustre irmão. O templo maçônico no hemisfério Sul é uma cópia fiel dos templos do hemisfério Norte. Como o sol faz seu percurso de leste para oeste independente do hemisfério o sentido do comprimento do templo não muda em nada. No entanto a projeção do sol no hemisfério Norte ocorre do sul para o norte, tanto que a janela no centro do templo está no lado sul. E no hemisfério sul a projeção ocorre do norte para o sul. No templo o lado N, dos aprendizes é onde tem menos sol e no lado sul dos Companheiros onde tem mais sol. A circulação no templo ocorre do lado de menos luz para o lado de mais luz. Frente ao exposto, os templos no hemisfério Sul não teriam que ser o contrário? Aprendizes a direita no Sul e Companheiros a esquerda no Norte, assim como as colunas B e J ser invertidas e os primeiro e segundo vigilantes nos lados opostos também? A circulação da direita para a esquerda? Se o simbolismo da ritualística tem como um dos objetivos a energia positiva no templo, não estamos fazendo o processo ao contrário no hemisfério Sul.
CONSIDERAÇÕES.
Primeiramente, gostaria de dizer que esses conceitos que envolvem energias negativa, positiva, etc., são apenas especulações no contexto da pura Maçonaria. Originariamente estas apreciações não pertencem à doutrina REAA.
Assim, convenciona-se que na Maçonaria Simbólica, em qualquer dos hemisférios em que se possa estar, as relações astronômicas são sempre as relativas à meia-esfera Norte. Graças a isto, as Colunas Zodiacais do templo são distribuídas do ponto de vista do setentrião, de Áries até Peixes.
Esta relação com o Norte ocorre porque o REAA nasceu acima da linha do equador, portanto, nada mais natural que a sua base doutrinária solar seja construída atendendo ao movimento aparente do Sol visto do hemisfério Norte.
Como praticamos a Maçonaria simbólica, não há o porquê de inversões na decoração do Templo conforme o hemisfério. Nesta conjuntura, é bom lembrar que este misticismo maçônico foi herdado dos Cultos Solares da Antiguidade, não obstante a imensa maioria deles estar relacionada às latitudes setentrionais, inclusive a própria Lenda de Hiran.
Inversão de hemisfério no templo somente é admissível para os ritos maçônicos que nasceram abaixo da linha do equador, a exemplo do Brasileiro. Nele justifica-se a inversão que a sua estrutura doutrinária solar pertence ao hemisfério Sul. Obviamente que se o Rito Brasileiro for praticado em algum lugar acima da linha do equador, mesmo assim ele mantém suas características sulistas.
Assim, atendendo ao ideário iniciático relativo aos ciclos da Natureza, cada rito solar adota a mecânica celeste original do hemisfério em que ele nascera, daí o REAA, de origem francesa (ao Norte do equador) ter todo o seu referencial iniciático no hemisfério Norte, não importando onde ele esteja sendo praticado.
Graças a isso é que, sob o ponto de vista da autenticidade, conceitos de elementos de energia, magnetismo, circulações anti-horárias e tantos outros ideários deste gênero não satisfazem à originalidade do REAA.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
AGO/2024
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