sábado, 10 de fevereiro de 2018

RITUAL DE EMULAÇÃO (RITO DE YORK) - SINAIS

Em 08/10/2017 o Respeitável Irmão Henri Marques, Loja de Pesquisas e Estudos Maçônicos de Ribeirão Preto, 3150, Ritual de Emulação, GOSP-GOB, Oriente de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, solicita as seguintes informações:

RITUAL DE EMULAÇÃO


Mais uma vez recorro à ajuda do irmão para sanar algumas dúvidas referentes ao ritual de Emulação.
Recentemente me filiei em uma Loja que funciona segundo o ritual de Emulação e gostaria que o Irmão me auxiliasse em algumas dúvidas referentes a esse belo ritual, mas só que no próprio ritual elaborado pelo GOB não há esclarecimentos detalhados quanto às posturas de certos sinais nos três graus. Vamos lá:
1. É verdade que há duas palavras do Mestre Maçom, uma derivada dos Antigos e outra dos Modernos, quando da União das duas potências, resolveram adotar as duas palavras? Quais são elas?
2. O que é esse "Sn de R" feita no grau de Ap.? O que significa? Como ele é feito?
3. No grau de MM há 5 sinais: o Sn P, o Sn de H, o Sn de Ang ou S, o Sn de Compx. e o Sn de Jub. ou Aleg. Como são feitos esses sinais? O ritual não deixa muito claro e as cifras são um pouco confusas para mim.
P.S.: por discrição e já que o Ir. costuma publicar as perguntas dos demais IIr., se puder manter as palavras cifradas nas respostas e responder sem abreviações no privado em nome da promessa do sigilo, eu agradeço; ou se o Ir preferir responder a mim de maneira cifrada e abreviada, e caso eu não compreenda algumas abreviações, eu posso ir perguntando ao Ir ao longo das dúvidas e esclarecimentos.

CONSIDERAÇÕES.

Para os comentários a seguir obtive o competente auxílio do Respeitável Irmão Joselito Hencotte, um dos conhecedores e estudioso da Maçonaria Inglesa.
Conforme o Irmão Joselito comenta, geralmente a explicação que envolve a composição dos Sinais tem sido detalhada nos rituais brasileiros, entretanto as dúvidas se apresentam mais pelo desconhecimento das palavras, o que às vezes influencia conclusões levando a fazer com que Irmãos pratiquem modos diferenciados nessa liturgia.
Parece-nos que o ideal seria que um instrutor (preceptor) sempre pudesse demonstrar os Sinais para que eles fossem executados corretamente. Um sinal deve ser executado com rigor ritualístico, mas sempre com naturalidade, não existindo para ele gestos marciais estereotipados e nem movimentos providos de desmedido exagero.
Em não existindo a possibilidade da presença de um instrutor, sugere-se que se preste bastante atenção nos sinais e como vão colocados conforme a ordem descrita no Ritual, cuja mesma tem o desiderato de dar sentindo a prática que segue sempre o drama descrito pela lenda hirâmica.
Nesse entendimento, enfatiza-se que os Sinais estão ligados diretamente aos C. PP. do Companheirismo e figuradamente resumem a dramatização da lenda.
Outro aspecto a se considerar é o de que alguns termos utilizados nos Rituais do GOB foram traduzidos e muitas vezes adaptados àquilo que o tradutor, ou editor pensou ser o mais adequado à cultura e à prática da liturgia maçônica brasileira.
Nesse contexto aparecem discussões de tradução a exemplo do substantivo “sympathy”, cuja tradução que mais se coaduna com a realidade ritualística do caso é “compaixão”, ou “condolência”, embora ela signifique também no idioma bretão “simpatia e benevolência”. Ainda sob essa mesma conjuntura aparece os “Five Points of Fellowship”, onde o substantivo fellowship, que significa “companheirismo” no idioma bretão, às vezes é entendido como “confraternização”???
Eu acrescentaria ainda que no Brasil, inadvertidamente, muitos dos compiladores da ritualística maçônica misturam práticas litúrgicas de vertentes maçônicas distintas – no caso entre a francesa (REAA\) e a inglesa (Craft).
Dados esses comentários, seguem as respostas, mas de modo resumidas devido ao sigilo que o assunto merece. Por esse particular segue um anexo com explicações mais detalhadas, já que a sua divulgação aqui poderia afrontar o sigilo maçônico.
1.     É verdade que há duas palavras do Mestre Maçom, uma derivada dos Antigos e outra dos Modernos, quando da União das duas potências, resolveram adotar as duas palavras? Quais são elas?
De fato existiram duas palavras que provavelmente pertenceram cada qual a uma das Grandes Lojas Rivais e eram usadas pelas Lojas na época (antes da união de 1813). Devido a não existência de rituais impressos como é comum no costume inglês, seria temerário fazer afirmativa sobre qual era a palavra exclusiva nessa ou naquela Grande Loja. O que se sabe é que as palavras são M.B. e M.
Por exclusão há possibilidade de que M. B. seja a palavra relativa aos Modernos, já que essa palavra também é comum no Rito Moderno ou Francês. Sabendo-se que a França do Século XVIII desconhecia completamente as práticas dos Antigos, é bastante possível que os franceses adotassem práticas dos Modernos ingleses de 1717, adoção essa que deu, inclusive, o título de “ou Moderno” para o Rito Francês.
2.     O que é esse "Sn. de R." feita no grau de Ap.? O que significa? Como ele é feito?
Sinal de Reverência. Na verdade ele não é utilizado só Grau de Aprendiz. Ele é também utilizado, além da cerimônia de Iniciação, na cerimônia de Passagem, de Exaltação e de Instalação.
Pelo forte cunho teísta da Maçonaria Inglesa, ela adota esse sinal como atitude de respeito, acatamento e veneração durante as preces e orações. Há que se perceber que esse sinal somente se aplica nessas circunstâncias.
Obs. – a descrição do sinal fica velada sendo só remetida pessoalmente ao consulente.
3.     No grau de MM há cinco sinais: o Sn P, o Sn de H, o Sn de Ang ou S, o Sn de Compx e o Sn de Jub ou Aleg. Como são feitos esses sinais? O ritual não deixa muito claro e as cifras são um pouco confusas para mim.
Esses cinco sinais aludem aos C. PP. do Companheirismo e estão diretamente ligados à dramatização da Lenda de Hiran.
Na ordem ritualística, eles são: o Sinal de Horror, o Sinal de Simpatia, o Sinal Penal, o Sinal de Aflição e Agonia e o Sinal de Exaltação e Júbilo, esse também chamado de Grande ou Real Sinal.
A descrição e explicações relativas a esses sinais podem ser consultados no anexo relativo a essa resposta.

Fraternalmente em fevereiro de 2018

PEDRO JUK




6 comentários:

  1. Trabalho no REAA porém gosto e tenho os rituais de emulação da GLESP , potência a qual pertenço...Quando adquiri os mesmos, fiquei perdido quanto as práticas do terceiro grau. Logo esperei a oportunidade de estar em lojas que praticam o ritual para ver como ocorria tudo que era dúvida . Alguns dizem que nossos segredos estão justamente na performance , já que de tudo se encontra publicado. Nada como ver e trabalhar essa performance em loja... Sinceramente na minha opinião meio virtual não é o local para tal, digo, explicar como se faz sinal, etc...

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  2. Agradeço o seu comentário. No que diz respeito a explicação de sinais, me parece que não é o caso na ninha resposta, até porque para o consulente eu enviei um anexo com comentários a respeito.
    Justifico as minhas respostas procurando dividir o pouco que aprendi na Maçonaria. Penso que o pouco que eu aprendi devo dividir com os meus Irmãos. Quem dera as Lojas na sua totalidade explicassem os procedimentos corretos. Vejo pelas consultas que eu recebo (média de 200 por mês) e que eu respondo diretamente sem publicar. Respeito profundamente sua opinião, embora não concorde em parte com ela. Receba meu fraterno abraço.

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    1. Caro irmão! Realmente não expôs nada, deveria eu ter direcionado ao irmão que o consultou. Um fraterno abraço

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    2. Denis, não sei se você realmente leu na íntegra as minhas questões ou se passou batido por você, mas eu pedi ao irmão Juk na parte do "P.S." que ele mande em reservado os esclarecimentos ou de forma cifrada, justamente para não expor os segredos do grau aos olhos profanos que porventura passem por este sítio eletrônico.

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  3. Vamos aqui deixar bem claro: A resposta que eu enviei ao Irmão Henri foi completa e diferente do que eu publiquei. Aqui no Blog a resposta não detalhou Sinais nem Palavras, de tal modo que no texto da resposta eu me referi a um "anexo". Nele estão as particularidades aqui omitidas. Sinceramente eu não seria irresponsável para revelar segredos ao mundo dos não iniciados. No mais, quero deixar claro ao leitor que uso essa ferramente para divulgar conhecimento entre os maçons. Quem dera as Lojas ensinassem a contento ao ponto de não mais existirem questões sobre Maçonaria. Tenho dito que a minha missão é esclarecer e dar sentido às práticas liturgicas àqueles que desejarem, ou seja, que o maçom saiba o que está fazendo e o porquê dos trabalhos ritualísticos. De nada adianta apenas "decorar" o que está no ritual, antes é preciso saber a razão das coisas litúrgicas e saber se o que está no ritual é verdadeiro.

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  4. Este espaço, tão bondosa e pacientemente mantido pelo Respeitável Irm.'. Juk, é ferramenta das mais valiosas, e que contribui para o esclarecimento e a instrução, de modo a desfazer equívocos, como também proporcionando a aquisição de cultura e informação de qualidade!
    Vida Longa!
    T.'.F.'.A.'.

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