Em 26/06/2019
o Respeitável Irmão Marcelo Guazzelli, Loja Fraternidade VII, REAA, GORGS (COMAB),
Oriente de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, solicita
esclarecimentos.
APRENDIZES E COMPANHEIROS NAS COLUNAS ZODIACAIS
Uma dúvida quanto a posição de
aprendizes e companheiros em suas respectivas colunas no REAA.
Partindo do pressuposto que os
aprendizes devem sentar-se no topo da coluna, junto ao 1º Vigilante, no ponto
mais próximo à coluna de ÁRIES, que significa o ardor iniciático, etc., penso
que os companheiros, por sua vez, devem sentar-se próximo à coluna de LIBRA,
próximo à balaustrada, início da sua "vida de companheiro" e não
junto à coluna de PEIXES, próximo ao Segundo Vigilante (ritual em vigor do
GORGS/COMAB) que representa o final do ciclo.
CONSIDERAÇÕES.
Sem dúvida, o Irmão está certo na sua colocação.
Os Aprendizes, iniciaticamente ocupam o Topo da
Coluna do Norte (parede norte), cujo caminho iniciático é marcado pelas Colunas
Zodiacais ao norte.
Numa síntese iniciática, eles representam a infância
e a adolescência. Associados à alegoria da Natureza, os Aprendizes passam pelos
ciclos da primavera e do verão, iniciando as suas jornadas em Áries e terminando
em Vigem.
Cabe lembrar que no zodíaco compreende as doze constelações
que marcam os alinhamentos da Terra durante a sua viagem em torno do Sol
(translação).
Seguindo a mesma regra iniciática, o Aprendiz ao se
tornar Companheiro passa para a perpendicular ao nível[1]
o que ritualisticamente significa passar do ciclo do verão para o do outono.
Topograficamente, no Templo ele cruza (atravessa) a
linha do equador em direção ao Sul – o Sol em equinócio começa a sua declinação
em direção meridião. Assim, o Companheiro, seguindo a sua revolução, passa a ocupar
o Topo da Coluna do Sul (parede sul) a partir da constelação de Libra, cuja Coluna
Zodiacal representativa se situa próxima da balaustrada do Oriente.
Nesse sentido, a partir daí o Companheiro prossegue
na sua jornada – da juventude até a maturidade. Simbolicamente essa etapa está
representada pelo ciclo natural do outono (Libra, Escorpião e Sagitário). Ao
ingressar no inverno (Capricórnio), última etapa representada pelas três
últimas Colunas Zodiacais (Capricórnio, Aquário e Peixes), o Companheiro atinge
o último ciclo da sua existência – a maturidade – quando ele então se transforma,
no solstício de inverno, Mestre Maçom – o Sol atinge seu ponto mais meridional
na eclíptica.
Essa alegoria solar é a chave para se entender o
caminho do Iniciado no REAA. Nasce para a Luz na primavera e morre para se
tornar Luz no inverno - tempo em que a Terra se torna “viúva do Sol” e a
Natureza se prepara para iniciar um novo ciclo.
É com base nesse teatro iniciático que o Iniciado
atinge simbolicamente as etapas da sua existência.
Por fim, cabe destacar que a relação iniciática
entre os ciclos da Natureza e a Maçonaria se refere ao hemisfério Norte da
Terra, onde a Coluna Solsticial B\, no setentrião,
marca a passagem do trópico de Câncer, enquanto que a J\, no meridião, baliza a passagem do Trópico de Capricórnio. Alegoricamente,
nesse espaço (Loja) o iniciado é preparado para um dia, na sua grande iniciação
(Exaltação) renascer para a Luz no Oriente.
T.F.A.
PEDRO JUK
SET/2019
[1] Para
a perpendicular ao nível – significa que o iniciado passa do Nível para o Prumo,
ou seja do Nível do 1º Vigilante (norte) para o Prumo do 2º Vigilante (sul). Entenda-se
que o Nível é representado por um segmento de linha horizontal, enquanto que o Prumo,
perpendicular à linha horizontal, é representado por um segmento de linha na
vertical (o fio de prumo é perpendicular à linha horizontal). Dado a isso é que
o termo correto é “para a perpendicular”
e nunca “da perpendicular ao”.
O Nível e a Perpendicular perfazem o Esquadro. Esse símbolo de alto valor é visível
geralmente nos aventais dos Mestres Instalados, embora muitos, por ignorância
do seu verdadeiro significado, temerariamente o chamam de “tau invertido”, isso como se a 19ª letra do alfabeto grego, e ainda
por cima de ponta cabeça, tivesse alguma coisa a ver com símbolos e objetos utilizados
na construção. Bem, nada para se estranhar, pois já tivemos até autores irresponsavelmente
chamando o símbolo (nível/prumo) de martelo de Thor!
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