sexta-feira, 20 de setembro de 2019

REAA - SENDA INICIÁTICA DOS APRENDIZES E COMPANHEIROS NAS COLUNAS ZODIACAIS


Em 26/06/2019 o Respeitável Irmão Marcelo Guazzelli, Loja Fraternidade VII, REAA, GORGS (COMAB), Oriente de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, solicita esclarecimentos.

APRENDIZES E COMPANHEIROS NAS COLUNAS ZODIACAIS


Uma dúvida quanto a posição de aprendizes e companheiros em suas respectivas colunas no REAA.
Partindo do pressuposto que os aprendizes devem sentar-se no topo da coluna, junto ao 1º Vigilante, no ponto mais próximo à coluna de ÁRIES, que significa o ardor iniciático, etc., penso que os companheiros, por sua vez, devem sentar-se próximo à coluna de LIBRA, próximo à balaustrada, início da sua "vida de companheiro" e não junto à coluna de PEIXES, próximo ao Segundo Vigilante (ritual em vigor do GORGS/COMAB) que representa o final do ciclo.

CONSIDERAÇÕES.

Sem dúvida, o Irmão está certo na sua colocação.
Os Aprendizes, iniciaticamente ocupam o Topo da Coluna do Norte (parede norte), cujo caminho iniciático é marcado pelas Colunas Zodiacais ao norte.
Numa síntese iniciática, eles representam a infância e a adolescência. Associados à alegoria da Natureza, os Aprendizes passam pelos ciclos da primavera e do verão, iniciando as suas jornadas em Áries e terminando em Vigem.
Cabe lembrar que no zodíaco compreende as doze constelações que marcam os alinhamentos da Terra durante a sua viagem em torno do Sol (translação).
Seguindo a mesma regra iniciática, o Aprendiz ao se tornar Companheiro passa para a perpendicular ao nível[1] o que ritualisticamente significa passar do ciclo do verão para o do outono.
Topograficamente, no Templo ele cruza (atravessa) a linha do equador em direção ao Sul – o Sol em equinócio começa a sua declinação em direção meridião. Assim, o Companheiro, seguindo a sua revolução, passa a ocupar o Topo da Coluna do Sul (parede sul) a partir da constelação de Libra, cuja Coluna Zodiacal representativa se situa próxima da balaustrada do Oriente.
Nesse sentido, a partir daí o Companheiro prossegue na sua jornada – da juventude até a maturidade. Simbolicamente essa etapa está representada pelo ciclo natural do outono (Libra, Escorpião e Sagitário). Ao ingressar no inverno (Capricórnio), última etapa representada pelas três últimas Colunas Zodiacais (Capricórnio, Aquário e Peixes), o Companheiro atinge o último ciclo da sua existência – a maturidade – quando ele então se transforma, no solstício de inverno, Mestre Maçom – o Sol atinge seu ponto mais meridional na eclíptica.
Essa alegoria solar é a chave para se entender o caminho do Iniciado no REAA. Nasce para a Luz na primavera e morre para se tornar Luz no inverno - tempo em que a Terra se torna “viúva do Sol” e a Natureza se prepara para iniciar um novo ciclo.
É com base nesse teatro iniciático que o Iniciado atinge simbolicamente as etapas da sua existência.
Por fim, cabe destacar que a relação iniciática entre os ciclos da Natureza e a Maçonaria se refere ao hemisfério Norte da Terra, onde a Coluna Solsticial B\, no setentrião, marca a passagem do trópico de Câncer, enquanto que a J\, no meridião, baliza a passagem do Trópico de Capricórnio. Alegoricamente, nesse espaço (Loja) o iniciado é preparado para um dia, na sua grande iniciação (Exaltação) renascer para a Luz no Oriente.

T.F.A.

PEDRO JUK


SET/2019


[1] Para a perpendicular ao nível – significa que o iniciado passa do Nível para o Prumo, ou seja do Nível do 1º Vigilante (norte) para o Prumo do 2º Vigilante (sul). Entenda-se que o Nível é representado por um segmento de linha horizontal, enquanto que o Prumo, perpendicular à linha horizontal, é representado por um segmento de linha na vertical (o fio de prumo é perpendicular à linha horizontal). Dado a isso é que o termo correto é “para a perpendicular” e nunca “da perpendicular ao”. O Nível e a Perpendicular perfazem o Esquadro. Esse símbolo de alto valor é visível geralmente nos aventais dos Mestres Instalados, embora muitos, por ignorância do seu verdadeiro significado, temerariamente o chamam de “tau invertido”, isso como se a 19ª letra do alfabeto grego, e ainda por cima de ponta cabeça, tivesse alguma coisa a ver com símbolos e objetos utilizados na construção. Bem, nada para se estranhar, pois já tivemos até autores irresponsavelmente chamando o símbolo (nível/prumo) de martelo de Thor!

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