Em 18.08.2020 o Respeitável Irmão Fernando Alves Queiroz, Loja Cláudio das Neves, 1.939, sem mencionar o nome do Rito, GOB-MG, Oriente de Uberlândia, Estado de Minas Gerais, solicita esclarecimentos para o que segue:
ABREVIATURA MAÇÔNICA
Estimado Irmão Pedro Juk, antecipadamente agradeço
pela gentileza e presteza no esclarecimento de importantes pontos de nossa
Fraternidade.
Gostaria de esclarecimentos sobre abreviatura de palavras, sempre que vou escrever procuro
seguir à risca os ensinamentos, no entanto tenho visto circular orientações diferentes de como fazer as abreviações.
Então pergunto: temos no GOB uma orientação
formalizada/oficial ou na Literatura Maçônica que devemos seguir? Se sim onde
consigo?
Veja exemplo abaixo de duas formas, qual a correta?
À∴ G∴ D∴ G∴ A∴ D∴ U∴ ou À Gl∴ do Gr∴ Arq∴ do Un∴
CONSIDERAÇÕES.
Cabe antes mencionar que o modo de se abreviar por três
pontos na forma de um delta com um dos ápices para cima (∴) não é unanimidade na Maçonaria universal, sendo essa
forma apropriada à Maçonaria de origem francesa (latina). Para a Maçonaria inglesa
e americana não há nenhuma abreviatura tripontual triangular. Essas vertentes, com
outras normas ortográficas, respeitam outras regras.
Embora queiram alguns tratadistas designar para
essa tripontuação toda sorte de simbolismo, vale mencionar que não existe para
ela nenhuma interpretação esotérica, mística e iniciática. A sua aplicação possui
apenas o desiderato de indicar uma palavra abreviada.
A presença dessa forma tripontual de abreviatura maçônica
no Brasil se deve à origem da Maçonaria Brasileira que é filha espiritual da
França. Reforça ainda mais esse costume a forte presença do REAA no Brasil.
No que diz respeito às origens da forma de abreviar
por três pontos em forma de delta, segundo Jules Boucher, tal costume já era
registrado na Loja La Sinceritè em 1764 na França.
O Grande Oriente da França inseriu o modelo de
abreviatura por apócope seguida por três pontos na intenção de dificultar o
entendimento, por não iniciados, dos seus escritos em rituais e impressos
maçônicos.
Evidentemente que no contexto do escrito o maçom
compreende perfeitamente as palavras abreviadas, contudo, o que não deve acontecer
são os excessos de abreviações que acabam às vezes tornando textos e rituais
incompreensíveis até para o próprio maçom.
No que diz respeito a forma de se abreviar,
geralmente seguem-se duas regras. A primeira é a de que o corte da palavra é feito
entre uma consoante e uma vogal, embora, dependendo do contexto, possa existir
caso em que a palavra é cortada entre consoantes. Há também a possibilidade de existir
abreviatura pela letra inicial. Na verdade, não é uma regra que se identifique pelo
excesso de rigidez. A segunda regra é aquela pertinente a palavras no plural.
Nesse caso o plural se dá pela repetição da letra inicial.
Por fim, cabe salientar que no campo do
entendimento maçônico - vasto e complexo - essa é a regra mais comum que se
aplica sobre as abreviaturas na Maçonaria latina. Não há no GOB um dicionário
para essa finalidade, cabendo, nesse caso, seguir a forma de abreviação
utilizada nos seus rituais em vigência.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
ABRIL/2021
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