Em 29/09/2020 o Respeitável Irmão Thiago André Adame, Secretário da Loja Luz e Esperança, 3.486, REAA, GOB-PR, Oriente de Cascavel, Estado do Paraná, apresenta a questão seguinte:
ACESSO AO BALAÚSTRE SEM COMPARECER À SESSÃO
Com o advento da pandemia do corona vírus, no momento nossa Oficina está
realizando sessões presenciais sem cobrar a presença dos Irmãos do grupo de
risco, no entanto alguns Irmãos deste grupo gostariam de ter acesso ao balaústre
sem ter comparecido à sessão. Existe alguma maneira de, dentro da ritualística,
os Irmãos terem acesso ao que ocorreu nas sessões?
COMENTÁRIOS.
Embora até existam alguns paradoxos que cercam a leitura da ata
(balaústre) de uma sessão maçônica privativa para maçons, principalmente no que
diz respeito àqueles que podem ou não ouvir a sua leitura, sabemos que por uma
questão de operacionalidade administrativa a ata (balaústre) é lida na sessão
seguinte na presença de todos, inclusive daqueles que não estiveram presentes nos
trabalhos a ela correspondentes.
Até aí há uma explicação para essa forma consagrada, principalmente na
maçonaria brasileira, ou seja, estando presente na sessão, todos ouvem a sua
leitura, apenas se restringindo a sua discussão e aprovação àqueles que dela tenham
participado. Isso é ponto pacífico.
Essa forma se sustenta, de ouvir mesmo quem não esteve presente, porque
subentende-se que todos os que ouvem a sua leitura estão em Loja aberta e assim
se obrigam atender ao Landmark do sigilo, ou seja, de nada revelar o que ali se
passou. Desse modo, o conhecimento do conteúdo da ata é dado em Loja aberta,
portanto ali fica restrito – só ouve quem está presente.
Agora, remeter a ata de uma sessão maçônica para Irmãos ausentes é algo
intolerável, mesmo que sob a justificativa de grupos de risco, pandemia, etc. Ouvir
e conhecer o conteúdo da ata recém redigida, em qualquer circunstância, somente
em loja aberta na oportunidade da sua leitura para aprovação. Isso quer dizer
que é preciso se estar presente ao trabalho para ouvi-la.
Como foi mencionado é até tolerado que um Irmão que não esteve
presente nos trabalhos relativos à ata, possa ouvi-la quando da sua leitura para
aprovação, todavia desde que ele esteja presente à sessão na hora da sua
respectiva leitura. Nesse caso ele ouve, mas não participa de discussão e nem
da sua aprovação – simplesmente se abstém.
Assim, reitera-se que para ouvir a leitura da ata o Irmão tem que estar
presente na sessão em que ela é lida. Nesse sentido, cabe destacar que no caso
do GOB e o ritual do REAA em vigência está bem claro que a ata deve ser lida na
sessão e não enviada para fora da Loja para eventuais conhecimentos. Agrava-se
ainda qualquer revelação inerente a ela feita fora de uma loja aberta em qualquer
conjuntura.
Concluindo, em que pese a questão da pandemia e as situações que
envolvem Irmãos que fazem parte de grupos de risco, o conhecimento do conteúdo
de uma sessão maçônica privativa para maçons é restrito à loja ritualisticamente
aberta. Qualquer revelação que não atenda aos parâmetros do sigilo é
completamente ilegal. Sob nenhuma circunstância a ata de uma sessão maçônica é
redigida para que Irmãos dela tomem conhecimento fora de Loja.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
JUN/2021
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