quarta-feira, 21 de junho de 2017

CIRCULAÇÃO NA MESMA COLUNA - REAA

Em 08.05.2017 o Respeitável Irmão Marcelo Gass, Loja Tríplice Aliança, 3.277, REAA, GOB-PR, Oriente de Toledo, Estado do Paraná, solicita esclarecimento para o seguinte:

CIRCULAÇÃO NA MESMA COLUNA



Vi em uma resposta que o Irmão escreveu em um consultório, que o Irmão não precisa circular quando se desloca no mesmo hemisfério: Sendo assim, o Mestre de Cerimônias, pode passar alguma informação ao Guarda Interno e voltar ao seu lugar sem fazer a circulação, já que ambos estão na Coluna do Sul? Do mesmo modo, o Segundo Diácono, também pode executar uma ordem a um Irmão da Coluna do Norte, sem precisar fazer a circulação?

CONSIDERAÇÕES.

Como o espaço ocupado pela Loja, além de representar alegoricamente um canteiro de trabalho do passado onde nossos ancestrais desbastavam a pedra tosca para torna-la capaz de servir ao Mestre na edificação das obras perfeitas e duráveis, ele (o espaço) também é a representação simbólica de um segmento do nosso Planeta constituído pela figura de um quadrilongo orientado de Leste para o Oeste e que se posiciona sobre a linha imaginária do equador, cujos trópicos de Câncer ao Norte e Capricórnio ao Sul estão representados pelas Colunas Solsticiais e vestibulares B e J respectivamente.
Graças a isso é que também existe uma linha longitudinal abstrata Leste-Oeste dividindo a sala da Loja em dois hemisférios que se denominam na Maçonaria como Colunas do Norte e do Sul.
No Ocidente da Loja, espaço esse localizado entre o limite com o Oriente e a parede onde se situa a porta do Templo, existe, no REAA, uma regra para quem sobre ele precise se deslocar em Loja aberta e tenha que atravessar de uma para outra Coluna. Isso na realidade não é bem um movimento comparado a um círculo, mas sim uma referência destrocêntrica relativa ao movimento diário do Sol (o dos ponteiros do relógio). Assim, quem passar em Loja do Norte para o Sul, obrigatoriamente o fará atravessando a linha imaginária do equador pelo espaço mediano entre a retaguarda do Painel da Loja e o limite com o Oriente. Da mesma forma, quem atravessar do Sul para o Norte, obrigatoriamente terá que transitar pelo médio espaço entre a frente do Painel da Loja e a porta do Templo. Para esses deslocamentos – Norte/Sul e Sul/Norte – convencionou-se chamar de “circulação”, ou o mesmo que atravessar de um para outro lado do mundo.
Como a questão desse trânsito só acontece quando ocorrer passagem por sobre o equador da Loja, obviamente que quem transitar na mesma Coluna não o transporá nunca. É por aí que existe a expressão conceitual para o termo: “no mesmo hemisfério não existe circulação”.
Usando os exemplos da sua questão, se o Mestre de Cerimônias vai até o Cobridor, de retorno ao seu lugar ele voltará pela mesma Coluna. O mesmo ocorrerá com o Segundo Diácono caso ele precise transitar apenas na Coluna do Norte – de retorno ele vai diretamente para seu lugar. Note que em ambos os exemplos ninguém necessitou passar de uma para outra Coluna. Como o espaço da Loja se compara a um segmento do solo terrestre, não faria sentido que alguém, transitando no mesmo hemisfério, de retorno, tivesse que antes passar pelo outro lado do mundo. Essa é a regra da circulação em Loja.
Entretanto, esse modo de transitar em Loja não ocorre com quem necessite se deslocar pelo Oriente. Em síntese, nele não existe circulação. No Oriente só existe regra para nele se ingressar e dele se retirar. Assim, nele sempre se ingressa a partir da Coluna do Norte e dele se retira consecutivamente em direção à Coluna do Sul.
Ainda sobre o deslocamento no Ocidente, quando dele se tratar da mesma Coluna, o que não existem são as pretensas circulações horárias em torno, por exemplo, da mesa do Vigilante ou de outro móvel qualquer que alguns costumam praticar. Isso não está previsto justamente por não existir, sendo apenas um mero produto de invenção.
O deslocamento horário no Ocidente tem apenas como referência o Painel da Loja que fica genuinamente no REAA no centro do espaço. Esse movimento horário obrigatório entre as Colunas do Norte e do Sul apenas simboliza o movimento diário do Sol e a marcha da Luz, já que a Maçonaria é a própria representação de Obra de Luz (sabedoria e evolução), portanto não faria sentido um giro sinistrocêntrico entre os hemisférios da Loja, já que esse movimento contrário representa o oposto da Luz e se distingue como obra das trevas (ignorância e atraso), dentre as quais qualquer imaginação supersticiosa que tenda a conduzir o homem ao flagelo da civilização.


T.F.A.


PEDRO JUK


JUNHO/2017


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