Em 07/05/2017 o Respeitável Irmão
Euro Ferreira Guedes, Loja Pedro Michael Struthos, 2.065, REAA, GOB-RO, Oriente
de Guajará Mirim, Estado de Rondônia, solicita os seguintes esclarecimentos:
POSIÇÃO DO PAINEL DO GRAU NA LOJA
Qual a melhor maneira de ser colocado
o Painel do Grau, em Loja? O Ritual diz que ele estará no meio do Templo, no
Ocidente. Algumas Lojas colocam um porta-painel e então o Painel fica em pé, no
centro do Templo, voltado para o Ocidente. Evidentemente, somente os Irmãos que
estão no Ocidente, do meio do Templo para a entrada podem ver o Painel. Sei que
algumas Lojas o colocam deitado no chão, que pode ser então observado por todos
em Loja. Qual seria o correto? Na pag. 50 do Ritual GOB 1. Grau, (último
parágrafo) diz que o Mestre de Cerimônias EXPÕE o Painel do Grau. O que
significa exatamente EXPOR o Painel do Grau? Muitas Lojas usam um Porta Painel
onde ficam os 3 Painéis, do lado avesso e o Mestre de Cerimônias o desvira,
conforme o Grau que a Loja esta trabalhando. O Ritual é omisso quanto a esse
Porta-Painel. Qual seria a melhor maneira de guardar os Painéis e expô-los
conforme diz o Ritual?
CONSIDERAÇÕES
No caso do Rito Escocês Antigo e Aceito o
Painel da Loja originalmente se localiza ao centro do Ocidente e sobre a linha
imaginária do equador do Templo (eixo).
Costumeiramente ele é colocado em um dispositivo
(porta-painel) que o suporta na posição quase na vertical, levemente inclinado
para trás, tendo a sua face voltada para o lado da porta de entrada do Templo.
Ele só fica à mostra se a Loja estiver aberta ritualisticamente (trabalhando).
Existe dispositivos porta-painéis que
acondicionam os três quadros concernentes aos respectivos graus simbólicos,
ficando exposto apenas o que corresponde ao grau de trabalho da Loja. Exposto,
o Painel mantém a sua base (sua parte de baixo) direcionada para o Pavimento Mosaico
(piso de todo o Ocidente).
Não é comum expor o Painel deitado sobre o
piso, já que essa posição é mais adequada para os “tapetes decorados” que são
adotados, ao invés do Painel, por alguns ritos, a exemplo do Schröder.
Em um breve relato da sua história, no
princípio, os Painéis eram desenhados (riscados) com giz ou carvão no chão das
salas das tabernas usadas pelos maçons antigos por ocasião dos trabalhos da
Loja. Encerrada a sessão os desenhos eram literalmente apagados – o que não era
um procedimento muito prático. Havia também o costume, sobretudo nos espaços ocupados
nos adros das igrejas, de quando a Loja operativa se reunia o de se usar uma
espécie de tablado grande de madeira com bordas salientes onde era despejada e
alisada sobre ele areia seca para que nela fossem riscados os símbolos, cujos
quais eram desmanchados no encerramento. Esse antigo costume, tanto o de riscar
no chão como o do tablado, seriam, a partir da Moderna Maçonaria, transformados
em um tapete decorado que ia estendido no centro da Loja durante os trabalhos. Concluídos
esses, o mesmo era enrolado e guardado. Já no século XIX com a evolução dos
costumes, os tapetes então seriam substituídos em muitos ritos por painéis,
tais quais como os conhecemos na atualidade, sendo que os primeiros foram elaborados
pelos maçons Willian Dight e John Harris.
Prosseguindo em atenção à sua questão, no que
diz respeito ao ritual em vigência no GOB e o verbo transitivo direto e
indireto “expor”, ele significa o ato
de pôr o painel à vista, nesse caso, coloca-lo ou desvirá-lo no suporte (porta-painel).
Obviamente que essa exposição não possui nenhum caráter de preciosismo ao ponto
que ele careça de um lugar específico onde todos, de qualquer quadrante do
recinto, literalmente possam contemplá-lo. Para tanto, já é suficiente que ele
seja colocado ao centro e na forma de costume conforme instituído pelo rito. Na
verdade a localização do Painel aproximadamente coincide com o lugar do tapete,
só que esse último vai estendido no chão (na horizontal), já o Painel fica a
moda de um quadro emoldurado em pé (quase na vertical).
Quanto à omissão no ritual mencionada na sua
questão, não a vejo, pois não há como nele mencionar detalhadamente os
procedimentos de cada rito e, em particular minudenciando um dispositivo que
sirva como porta-painel. Note que na Planta do Templo indicada nos rituais do
REAA em vigência no GOB, aparecem os Painéis ao centro do Pavimento Mosaico,
mas apenas como referência, já que lá eles se apresentam deitados, entretanto é
apenas uma forma figurada de mencionar a existência do Painel naquele lugar,
mas que consuetudinariamente ele fica posicionado na vertical ao centro. A
posição vertical do Painel tem apenas o caráter de tornar prático e confortável
o seu manuseio.
O que não é permitido e que não raras vezes
se vê por aí, é o equivocado costume que alguns Mestres de Cerimônias
inventaram de ao expor o Painel, antes de o fazerem, erguem-no com as mãos ao
alto e o giram para todos os quadrantes da Loja como se o estivessem
apresentando para a assembleia. Isso nada mais é do que mera filigrana. Basta
que o Oficial o exponha na forma de costume junto ao dispositivo e nada mais.
Finalizando, menciono que o dispositivo
próprio (porta-painéis) não é elemento obrigatório, pois o importante é o
Painel que, ao ser exposto pode apenas ficar encostado em outro objeto que lhe possa
servir de suporte.
E.T.
– Para melhores esclarecimentos sobre as origens dos Painéis da Loja, veja o
livro de minha autoria – Exegese Simbólica para o Aprendiz Maço – Tomo I,
Editora Maçônica A Trolha, Londrina, Pr.
T.F.A.
PEDRO
JUK
JUNHO/2017.
Prezado irmão, agradeço pela explicação detalhada. Pelo que pude compreender, apesar do costume em se posicionar o painel na vertical, não haveria nenhum problema em posicioná-lo na horizontal. Estou certo?
ResponderExcluirO modo mais utilizado, digamos... Consagrado, é que ele fique num dispositivo como vemos costumeiramente. No que diz respeito a ele ser exposto deitado diretamente no piso, não há óbice mas me parece não ser muito prático, sobretudo quando ele for fechado pelo encerramento. Tenho dito, se há um modo consagrado e aceito da exposição do painel, para que complicar. O painel não é tapete, e também não se riscam os símbolos no chão como era comum nas velhas tabernas.
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