sábado, 4 de novembro de 2017

OFÍCIO DO CHANCELER

Em 12/08/2017 o Respeitável Irmão Cláudio Rodrigues do Oriente de Belo Horizonte me envia uma questão formulada pelo Respeitável Irmão Maurício José Razzaboni, Loja Rui Barbosa, nº 10, REAA, Grande Oriente do Paraná (COMAB), Oriente de Sertanópolis, Estado do Paraná.

OFÍCIO DO CHANCELER:


Estou elaborando um trabalho sobre a importância do Chanceler e li seu trabalho pu
blicado no JB News – informativo n. 1590 e gostaria primeiro de parabeniza-lo pelo excelente trabalho.
Estou elaborando um trabalho para ser apresentado em minha loja e gostaria se possível, da ajuda do Irmão, pois tenho um número reduzido de obras maçônicas.
Pois bem.
No REAA de qualquer Potência, é preciso, para a loja ser justa e perfeita: “que três a governem, cinco a componham e sete a completem”.
No vosso trabalho, o irmão citou o Chanceler, para compor os sete mestres.
DÚVIDAS:
1. Quem verifica se a Loja está completa? Seria o Chanceler no momento da coleta das assinaturas dos presentes?
2. Em caso positivo, não seria conveniente adicionar uma pequena fala ao Chancelar, ainda na sala de passos perdidos, avisando o Venerável mestre que a Loja contém o número suficiente/legal para ser aberta? (É esse o ponto de pesquisa do meu trabalho).
Veja o Mestre de Cerimonias, comunica ao Venerável Mestre que os Irmãos estão revestidos de suas insígnias, pois este os revestiu, anteriormente.
E o trabalho do chanceler é verificar as faltas, presenças e assinaturas dentro outros.
A meu ver seria também o responsável para comunicar o Venerável do número de Irmãos presentes.
Compulsando outros rituais de outras Potências, bem como a obra do irmão José Castellani, no tocante ao REAA, o aludido Irmão faz referência a este procedimento, asseverando que o Irmão chanceler comunica o Venerável do número de presentes (para abrir a sessão) dentro do templo, antes da ritualística com os Vigilantes.
Porém, acredito ser pertinente tal comunicação, na Sala de Passos Perdidos, antes de adentrar no tempo, como acima mencionei.
Neste sentido estou elaborando um trabalho e gostaria que o Irmão, se possível, respondesse minhas indagações.

CONSIDERAÇÕES.

Bem, devo comentar que não citei o Irmão Chanceler na resposta mencionada no JB News 1590. Naquele questionário, a questão nº 5 se referia ao número mínimo de Mestres para a abertura da Loja, pelo que eu citei como resposta que no REAA\ seriam as três Luzes da Loja, o Orador, o Secretário e, somados a esses cinco, ainda o Cobridor Interno e ao próprio Mestre de Cerimônias – obviamente essa seria uma condição precária.
Sem dúvida que dentre as obrigações do Chanceler, uma delas é a de registrar no livro próprio da Loja a presença dos Irmãos do quadro, dos visitantes e deles colher suas assinaturas.
Num caso de estarem presentes apenas sete Mestres para os trabalhos, então o Mestre de Cerimônias é quem geralmente assume a eventual lacuna deixada pela falta do titular da chancelaria exercendo também o seu ofício.
Também não se discute aqui as obrigações dos titulares dos cargos na Loja, já que se eles existem é porque os trabalhos litúrgicos deles dependem.
Assim, é devido a isso que o Chanceler responde ritualisticamente, conforme especifica ritual, a indagação do Venerável Mestre quando ele pergunta se existe número regular de Irmãos para a abertura dos trabalhos. É sabido que o número mínimo regular é de sete Mestres.
Evidentemente que a dialética de abertura da Loja envolve aspectos simbólicos e, dentre os quais, o do ofício do Chanceler que é quem guarda do Livro de Presenças da Loja. Entretanto, isso é meramente simbólico, pois se porventura não existisse na oportunidade a presença mínima de Irmãos exigida por lei, a Loja nem mesmo estaria em processo de abertura.
Agora ainda querer atribuir ao Chanceler à missão de comunicar ao Venerável no ambiente que antecede os trabalhos da inexistência desse número regular me parece ser um excesso de preciosismo, pois esse baixo índice de presença seria obviamente notado por aqueles que transitam no recinto. Em síntese, não há o porquê de comunicar o óbvio.
Concluindo, não obstante a sua boa vontade e preocupação com as práticas da liturgia maçônica, eu penso que não seria pertinente o Chanceler comunicar o que está escancaradamente visível.


T.F.A.

PEDRO JUK



NOV/2017

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