Em 10/08/2017 o Respeitável Irmão Orlando
Sanchez Junior, Loja Amor e Liberdade 2427, REAA, GOB-PR, Oriente de Ivaiporã,
Estado do Paraná, solicita o seguinte esclarecimento:
SAUDAÇÃO AOS VISITANTES
Tenho um questionamento quanto à saudação dos visitantes em Loja. O
Orador é o responsável por tais saudações, mas não concordo com isso, porque
quando o Venerável Mestre está com a palavra ele vai repetir toda a saudação
aos visitantes, o que acho mais coerente, já que como presidente da Sessão, ele
faz o papel de anfitrião e acho muito estranho quando o Venerável Mestre não
toma esta atitude, mesmo sabendo que estamos entre Irmãos e que todos conhecem
a ritualística. Penso que somente o Venerável Mestre deveria fazer está
saudação, mas não tenho conhecimento ritualístico que justifique ao Orador tal
função.
CONSIDERAÇÕES:
Antes devo
lembra-lo que o Venerável Mestre é um dos obreiros que menos manifesta a sua
opinião ou se pronuncia em determinadas ocasiões em Loja.
Além do mais, o
último obreiro a se pronunciar em nome da Loja antes do encerramento
ritualístico é o Orador, salvo se estiver presente o Grão-Mestre, já que nessa
situação, ele é o último a falar.
Também, não é o
Venerável Mestre o anfitrião, porém é a Loja que ele preside que é quem recebe
os visitantes. O Venerável a dirige e para que a sua direção seja bem sucedida,
cada Dignidade e cada Oficial deve trabalhar conforme a liturgia do Rito.
Assim, não deve existir nada de “estranho”,
pois não é atribuição do Venerável Mestre saudar os Irmãos visitantes, já que
essa atribuição é, de acordo com nossos usos e costumes, do Orador, e isso
inclusive está descrito no Ritual de Aprendiz em vigência, página 77, no
explicativo correspondente quando o Venerável Mestre coloca a palavra no
Oriente antes do encerramento ritualístico. Menciona o referido explicativo:
“Reinando silêncio o Ven\ fará os avisos e comentários, deixando a saudação aos VVisit\ para o Ir\ Orad\” (o grifo é meu).
Ainda, na página 77 no último
explicativo consta o seguinte:
“O Orad\ fará uma rápida análise dos trabalhos, saúda os VVisit\ (o grifo é meu) dando, então, a sessão como...”.
O que não pode
existir é o péssimo costume de alguns Veneráveis Mestres que se antecipam e
ficam a exercer um ofício que não é o deles – nesse caso o de saudar os
visitantes.
No que diz respeito
às origens do cargo da Dignidade do Orador, sugiro que seja consultada
bibliografia relativa ao tronco francês de Maçonaria e a evolução dos ritos e
rituais no século XIX. Essa pesquisa é vasta, trabalhosa, mas compensadora (nem
tudo está pronto e nem condensado em escritos maçônicos).
O Orador, além de ser
o Guardião da Lei, era ele quem no passado conferia o produto auferido pela
doação dos “metais” que eram destinados às obras de benemerência da Loja e
trazidos pelos visitantes. Nessa ocasião ele os agradecia pela ajuda nos
trabalhos e pelos “metais” trazidos que reforçavam o “tronco” da Loja. O termo
“metais” se referia aos “metais preciosos” e às medalhas cunhadas que eram na
época pesados e conferidos na presença de todos (não existiam cédulas de papel).
É desse agradecimento e saudação que se originou o costume de se atribuir ainda
hoje ao Orador à missão de cumprimentar os visitantes (ainda existem bons
rituais onde genuinamente o Orador é quem confere o produto do Tronco).
Então, como se pode
notar, as coisas parecem bem claras nesse sentido. É direito seu em não
concordar, porém é nossa obrigação seguir o que está legalmente aprovado. Alterações
no ritual são possíveis sim, desde que, se fundamentadas, sigam elas os
trâmites legais para aprovação e publicação pelo Poder Central.
T.F.A.
PEDRO JUK
NOV/2017
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