quarta-feira, 1 de novembro de 2017

REAA - SAUDAÇÃO AOS VISITANTES - ORADOR OU VENERÁVEL?

Em 10/08/2017 o Respeitável Irmão Orlando Sanchez Junior, Loja Amor e Liberdade 2427, REAA, GOB-PR, Oriente de Ivaiporã, Estado do Paraná, solicita o seguinte esclarecimento:

SAUDAÇÃO AOS VISITANTES


Tenho um questionamento quanto à saudação dos visitantes em Loja. O Orador é o responsável por tais saudações, mas não concordo com isso, porque quando o Venerável Mestre está com a palavra ele vai repetir toda a saudação aos visitantes, o que acho mais coerente, já que como presidente da Sessão, ele faz o papel de anfitrião e acho muito estranho quando o Venerável Mestre não toma esta atitude, mesmo sabendo que estamos entre Irmãos e que todos conhecem a ritualística. Penso que somente o Venerável Mestre deveria fazer está saudação, mas não tenho conhecimento ritualístico que justifique ao Orador tal função.

CONSIDERAÇÕES:

Antes devo lembra-lo que o Venerável Mestre é um dos obreiros que menos manifesta a sua opinião ou se pronuncia em determinadas ocasiões em Loja.
Além do mais, o último obreiro a se pronunciar em nome da Loja antes do encerramento ritualístico é o Orador, salvo se estiver presente o Grão-Mestre, já que nessa situação, ele é o último a falar.
Também, não é o Venerável Mestre o anfitrião, porém é a Loja que ele preside que é quem recebe os visitantes. O Venerável a dirige e para que a sua direção seja bem sucedida, cada Dignidade e cada Oficial deve trabalhar conforme a liturgia do Rito.
Assim, não deve existir nada de “estranho”, pois não é atribuição do Venerável Mestre saudar os Irmãos visitantes, já que essa atribuição é, de acordo com nossos usos e costumes, do Orador, e isso inclusive está descrito no Ritual de Aprendiz em vigência, página 77, no explicativo correspondente quando o Venerável Mestre coloca a palavra no Oriente antes do encerramento ritualístico. Menciona o referido explicativo:
“Reinando silêncio o Ven\ fará os avisos e comentários, deixando a saudação aos VVisit\ para o Ir\ Orad\ (o grifo é meu).
Ainda, na página 77 no último explicativo consta o seguinte:
“O Orad\ fará uma rápida análise dos trabalhos, saúda os VVisit\ (o grifo é meu) dando, então, a sessão como...”.
O que não pode existir é o péssimo costume de alguns Veneráveis Mestres que se antecipam e ficam a exercer um ofício que não é o deles – nesse caso o de saudar os visitantes.
No que diz respeito às origens do cargo da Dignidade do Orador, sugiro que seja consultada bibliografia relativa ao tronco francês de Maçonaria e a evolução dos ritos e rituais no século XIX. Essa pesquisa é vasta, trabalhosa, mas compensadora (nem tudo está pronto e nem condensado em escritos maçônicos).
O Orador, além de ser o Guardião da Lei, era ele quem no passado conferia o produto auferido pela doação dos “metais” que eram destinados às obras de benemerência da Loja e trazidos pelos visitantes. Nessa ocasião ele os agradecia pela ajuda nos trabalhos e pelos “metais” trazidos que reforçavam o “tronco” da Loja. O termo “metais” se referia aos “metais preciosos” e às medalhas cunhadas que eram na época pesados e conferidos na presença de todos (não existiam cédulas de papel). É desse agradecimento e saudação que se originou o costume de se atribuir ainda hoje ao Orador à missão de cumprimentar os visitantes (ainda existem bons rituais onde genuinamente o Orador é quem confere o produto do Tronco).
Então, como se pode notar, as coisas parecem bem claras nesse sentido. É direito seu em não concordar, porém é nossa obrigação seguir o que está legalmente aprovado. Alterações no ritual são possíveis sim, desde que, se fundamentadas, sigam elas os trâmites legais para aprovação e publicação pelo Poder Central.

T.F.A.

PEDRO JUK

NOV/2017


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