Em 28/07/2020 o Respeitável Irmão Herych Costa, Loja Tiradentes, 18, REAA, GLEMA (CMSB), Oriente de Porto Franco, Estado do Maranhão, apresenta o que segue:
USO DA PALAVRA – SE DIRIGINDO À LOJA,
Meu Irmão, já li diversos artigos de sua autoria em que menciona que a ordem correta de se dirigir quando do uso da palavra é iniciado pelas Luzes e somente depois se dirigindo
às demais autoridades presentes, mesmo que Grão Mestre esteja presente. Contudo, não encontrei nenhuma disposição nesse sentido nos escritos ritualístico em que tive acesso. O Irmão poderia nos informar onde se encontra tal fundamentação?
CONSIDERAÇÕES PARA
O REAA.
Caro Irmão, nós
precisamos nos desvencilhar dessa maneira latina, extravagante e exagerada de achar
que tudo em Maçonaria tem que estar escrito. É bom lembrar que às vezes nem
tudo o que está escrito contempla a verdade.
Tenho dito que numa
escola de razão, especialmente como é a Maçonaria, antes é preciso se aplicar a
lógica (coerência de raciocínio de ideias) e bom senso (propriedade, razão e sensatez).
Não custa nada
lembrar que muitas das nossas práticas herdadas de um passado distante eram
oralmente ensinadas sem que nada fosse escrito. Afinal, figuradamente
comentava-se: “na construção do Templo não se ouvia qualquer ruído produzido
pelas ferramentas”.
Ora, a Maçonaria prima
pela disciplina e organização, sobretudo pela sua história desde o período
operativo. Atualmente seguimos a Moderna Maçonaria, forma essa que fora
instituída inegavelmente sobre muitos exemplos dos nossos ancestrais oriundos
das guildas de canteiros medievais (construtores de catedrais).
Assim, basta invocar
a tradição e logo veremos que universalmente uma Loja, desde as velhas guildas
de construtores, sempre foi dirigida por “três Luzes”. Essa é uma condição
imemorial, espontânea e universalmente aceita, portanto é considerada um “Landmark”
plenamente utilizado, independente de Rito, pela Moderna Maçonaria.
Em se aplicando a
lógica, o bom senso e o conhecimento histórico da Ordem, por óbvio ver-se-á que
aqueles que atualmente detém o malhete em Loja aberta são os responsáveis pelo
canteiro (Loja) – não à toa que especulativamente os trabalhos de uma Loja ainda
são abertos pelo Venerável Mestre auxiliado pelos seus Vigilantes.
Desse modo, o porte
do malhete pelas Luzes (Venerável e Vigilantes) concebe as suas respectivas autoridades
no ambiente. É por isso que a forma protocolar de alguém se dirigir à assembleia
de maçons (Loja) se inicia hierarquicamente mencionando aqueles que portam os
malhetes, independente de autoridades maçônicas que porventura possam se fazer
presentes.
Vale a pena também mencionar
dois aspectos: o primeiro é que são os detentores dos malhetes que autorizam o uso
da palavra em Loja; o segundo é não confundir modo protocolar de se dirigir à Loja
com saudação maçônica.
Por tudo isso é que
o usuário da palavra no REAA, depois de autorizado deve se dirigir à Loja por primeiro
ao Venerável Mestre e por segundo aos respectivos Vigilantes, para somente depois,
se for o caso, mencionar as autoridades e demais Irmãos na forma de costume.
A título de
ilustração, lembro que a maior autoridade presente em Loja é o Pavilhão Nacional,
cujo qual geralmente fica hasteado no Oriente durante os trabalhos. Nem por
isso o usuário da palavra se dirige ao Pavilhão Nacional primeiramente como a
maior autoridade.
Assim, por uma
questão de lógica e bom senso, na minha opinião nem tudo precisa estar literalmente
escrito para ser cumprido. Entendo que ao se perscrutar nossas tradições, usos
e costumes, bem como os fundamentos que construíram a história da Maçonaria, há
de se achar a razão e a explicação de muitas práticas que num passado distante
eram ensinadas oralmente.
Concluindo, reitero
os meus escritos a respeito, ou seja, o usuário da palavra dirige-se primeiro
às Luzes, em seguida, se for o caso e de modo genérico às autoridades (sem a
necessidade de nominá-las uma a uma) e, por fim, aos demais Irmãos na forma de costume.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
FEV/2021
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