Em 14.06.2023 o Respeitável Irmão Reginaldo Celio de Oliveira, sem mencionar o nome da Loja, Rito, Obediência, Oriente e Estado da Federação, faz a pergunta seguinte:
CÂMARA DO MEIO
Como é chamada a Loja
de Mestre e qual o significado filosófico desse?
CONSIDERAÇÕES.
Como alegoria maçônica
o título C∴ do M∴ tem origem bíblica – “a porta do lado do meio estava no lado direito
da casa; e subiam por um caracol ao andar do meio e deste ao terceiro” – Reis
I, 6, 8.
Nota-se aí uma primitiva
relação com o Grau de Companheiro, a despeito de que o Grau de Mestre é bastante
recente e foi construído à sombra da liturgia do Companheiro Maçom. Nesse
sentido, vale lembrar que até 1738 a Maçonaria Especulativa possuía apenas dois
graus iniciáticos – o de Aprendiz e o de Companheiro. O 3º Grau somente viria
surgir em 1725 na Inglaterra e foi oficializado pela Grande Loja em 1738 quando
da sua segunda constituição.
Sob o aspecto simbólico,
o formato de escada em caracol citado no texto bíblico possui alto sentido para
a Maçonaria geral e para alguns dos seus ritos em particular.
Em termos esotéricos e
interpretativos, a sinuosidade dessa escada sugere o difícil caminho que o
iniciado deve percorrer até alcançar a C∴ do M∴.
O alcance dessa C∴ está condicionado ao conhecimento que o iniciado deve adquirir para
desvendar a árv∴ da vid∴. É daí que vem a senha de reconhecimento a a∴ m∴ é c∴, adotada por alguns ritos.
De modo abrangente, o
3º Grau corresponde à etapa final da jornada iniciática, portanto, a Loja em C∴ do M∴, associada à Lenda de H∴, destaca o ambiente de
consternação pelo desaparecimento de H∴. O Sol e o inverno são elementos chaves na construção dessa lenda
iniciática.
Tudo isso, na conjuntura
iniciática, se encontra simbolizado na decoração estilizada da C∴ do M∴.
Quanto ao sentido
filosófico dessa alegoria, é possível destacar que a semente precisa antes morrer
para depois renascer. Há nesse ambiente um sentido místico haurido dos cultos
solares da antiguidade e dos ciclos agrários e o culto aos vegetais – a semente
que cair no chão e não morrer estará fadada ao esquecimento, porém, aquela que
perecer, certamente estará fadada a produzir bons frutos.
Em linhas gerais o
emblema menciona o finitude da vida humana e a obra deixada pela criatura. No
final da jornada, cada um será avaliado de acordo com a sua obra. O pó volta à
terra, o espírito volta ao Criador e a obra deixada permanecerá para sempre na
mente dos pósteros. Enfim, a colheita se dará conforme a semeadura. A eternidade
está na obra, não no operário.
Eis um pequeno resumo
do significado da alegoria denominada C∴ do M∴.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
NOV/2023
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