terça-feira, 30 de setembro de 2025

CHAPÉU NEGRO E DESABADO NA MAÇONARIA - REAA

 

Em 02.04.2025 o Respeitável Irmão Júlio Marsoletto, Loja Acácia do Triângulo, 1924, REAA, GOB MINAS, Oriente de Uberlândia, Estado de Minas Gerais, apresenta a seguinte pergunta:

 

CHAPÉU NEGRO E DESABADO

 

Por gentileza, eu gostaria de saber o significado do Chapéu do Venerável Mestre nas sessões regulares do GOB/REAA?

 

CONSIDERAÇÕES

 

Sob o ponto de vista histórico, no REAA o uso da cobertura na cabeça é um costume oriundo da Maçonaria Francesa para simbolizar a hierarquia entre os membros da Ordem, não obstante o chapéu seja também, em alguns casos, um emblema de igualdade entre os pares.

Assim, esta alegoria se compara ao Rei, que diante dos seus súditos apenas ele aparece coberto, enquanto que diante dos seus pares, todos se apresentam cobertos.

              No contexto maçônico, em se fazendo esta analogia com o Venerável Mestre e a sua Loja, significa que somente ele, diante dos operários (Aprendizes e Companheiros) reunidos, é quem aparece coberto, enquanto que em Loja de Mestre, além do Venerável, todos os demais Mestres também usam cobertura, já que em última análise, todos os que alcançaram o 3º Grau são detentores da plenitude maçônica.

O REAA, por ser filho espiritual da França, historicamente adota esta alegoria.

Ainda sob o ponto de vista histórico, o chapéu negro e com abas moles era um artefato que ajudava esconder o semblante do seu usuário, lembrando que nas lutas por conquistas sociais, os maçons eram muitas vezes perseguidos por regimes totalitários, assim o chapéu negro e desabado ajudava a disfarçar e preservar a identidade de quem dele se servia para cobrir cabeça e esconder a face.

Sob o ponto de vista do misticismo, na Maçonaria a cobertura possui significado similar ao do judaísmo. Em linhas gerais significa que acima do homem existe algo transcendental, onisciente, onividente e onipresente, que é o Criador, no caso, o Grande Arquiteto do Universo. A bem da verdade, essa cobertura da cabeça demonstra a pequenez humana e a prostração do homem perante Deus. À vista disso, sendo a cabeça a sede do conhecimento e da sabedoria, estando ela coberta, concebe-se a incapacidade humana de entender a coisas Divindade.

Ao finalizar, vale ressaltar que o uso do chapéu negro e desabado na Maçonaria, em especial no REAA, não é nenhuma novidade, pois este costume já foi amplamente adotado em rituais do passado. Deste modo, o que está ocorrendo é o resgate de uma tradição que andava esquecida.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

SET/2025

 

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

CESSAR A PROVA

Em 01/04/2025 o Respeitável Irmão Paulo Fernando Leuckert, Loja Venâncio Aires II, 2369, REAA, GOB-RS, Oriente de Venâncio Aires, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta o que segue:

 

CESSAR A PROVA

 

Dia 26, quarta passada, tivemos na Loja Venâncio a primeira Iniciação com o novo Ritual. Praticamente tudo já estava sendo aplicado, mas houve uma dúvida que talvez tenho sido erro de impressão.

Na página 140 do Ritual, constam as batidas na seguinte ordem:

1º Vigilante

2º Vigilante

Venerável Mestre

Pergunto: está correto ou continua como era

Venerável

1º Vigilante

2º Vigilante

Queremos corrigir logo, caso necessário.

 

CONSIDERAÇÕES

 

O ritual de 2024 está absolutamente correto. Na verdade, o que estava errado era o ritual de 2009. Explica-se:

Esta passagem ritualística mencionada denota que os VVig pedem ao Ven Mestre, por um golpe de malhete cada um, que se cesse a prova - no caso a da taça que o Ven Mestre vem conduzindo.

               Assim, não faria sentido que o Ven Mestre pedisse para ele mesmo interromper a prova. É por isso que quem pede a interrupção ao Ven Mestre são os IIr 1º e 2º VVig, dando cada qual um golpe de malhete.

Desse modo, para atender a súplica dos VVig., o Venerável Mestre fecha imediatamente a liturgia da prova dando, também.

Vale ressaltar que é bastante comum na liturgia maçônica as Luzes da Loja se comunicarem entre elas por um golpe de malhete.

À vista disso, a ordem dos golpes de malhete é exatamente aquela que está prevista no ritual do REAA de 2024 – primeiro os VVig pedem e depois o Ven Mestre concede.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

http://pedro-juk.blogspot.com.br

jukirm@hotmail.com

 

SET/2025

 

ALTAR DOS JURAMENTOS - REAA

Em 01/04/2025 um Irmão que pede anonimato, Loja do Rito Brasileiro, COMAB, Estado de Minas Gerais, apresenta a dúvida seguir:

 

ALTAR DOS JURAMENTOS

 

Estudo sempre outros ritos, dado que creio que devemos ter noção ao máximo de todos os ritos possíveis.

Estudando a história do REAA, deparei-me com o fato de que, aqui no Brasil, o REAA tem duas estruturas para posição do L da L

- GOB: no centro do mosaico, centro da Loja

- Grandes Orientes (COMAB): No oriente.

Estou tentando entender qual foi a primeira posição, quando mudou e o motivo.

Se o Ir puder me dar uma luz sobre isso, ficaria imensamente grato.

 

CONSIDERAÇÕES

 

Creio que o Irmão esteja equivocado ao mencionar que no REAA praticado pelo GOB, o Altar dos Juramentos fica no Ocidente, no centro da Loja.

Como atual Secretário Geral de Orientação Ritualística do GOB/PODER CENTRAL posso lhe assegurar que no REAA o Alt dos JJur fica rigorosamente no Oriente, logo à frente do Altar ocupado pelo Ven Mestre.


Quem de fato utiliza o Altar no centro são as Lojas que fazem parte da CMSB (Grandes Lojas Estaduais Brasileiras).


Esta posição do Altar no centro da Loja ocorre porque Mário Marinho Béhring, ao buscar reconhecimento nos EE UU da América do Norte para a sua Obediência recém fundada em 1927, acabou inserindo no ritual de 1928, elaborado para as suas Grandes Lojas, práticas ritualísticas oriundas do sistema do franco-maçônico básico norte-americano, conhecido como Blue Lodges.

              Além do equivocado Alt ao centro do Templo, Béhring também inseriu no seu novo ritual outros elementos estranhos ao REAA, como por exemplo, a formação de pálio sobre o Alt por ocasião da abertura e fechamento do Livro da Lei, o uso de bastão pelos Diáconos, mudou a cor do avental de Mestre, de vermelho (original) para azul, etc. Mais tarde, esse ritual, mediante essas inserções (1928) ficaria conhecido como Rito Escocês de Mário Béhring.

Especificamente sobre o Alt dos JJur no REEA, por circunstâncias históricas que
ocorreriam no início do século XIX na França, das quais o aparecimento das Lojas Capitulares, nascia também, no Oriente da Loja, um pequeno móvel como extensão do Alt
do Ven Mestre, o qual ficaria conhecido como Alt dos JJur.

Primitivamente, nos Templos do REAA não existia Oriente elevado e nem balaustrada. O espaço de trabalho (sala da loja) era todo do mesmo nível e as obrigações (juramentos) eram tomadas sobre o Altar do Venerável.

À vista do aparecimento das Lojas Capitulares, criadas pelo Grande Oriente da França em 1814, e a necessidade de se ter um espaço exclusivo para o santuário Rosa Cruz capitular, o Oriente do Templo acabou sendo elevado e separado do Ocidente por uma balaustrada. Graças a isto é que aparece o Alt dos JJur como um pequeno móvel separado do Altar mor.

Era de fato uma extensão do Altar do Venerável. Era móvel para atender aos Irmãos do simbolismo, já que no sistema capitular só ingressavam no Oriente irmãos que tinham alcançado os graus capitulares.

Nesse sistema, criado pelo Grande Oriente da França, o Athersata (governador do Capítulo) era também o Ven Mestre do simbolismo. Para as tomadas de juramento dos Irmãos dos três primeiros graus (Lojas de São João), o Alt, ainda no Oriente, era deslocado para a frente até o limite com o Ocidente. Concluídas as tomadas de obrigação, o Alt móvel era recolocado novamente no seu lugar (logo à frente do Alt do Ven).

À bem da verdade, o Altar dos Juramentos não saía do Oriente sob nenhuma hipótese, sendo apenas deslocado pelo Oriente para atender à demanda litúrgica dos três primeiros graus. Esta é a razão do porquê de o Alt dos JJur, no REAA, ficar rigorosamente no Oriente.

Mais tarde, com a extinção das Lojas Capitulares, no final do século XIX e início do XX, o simbolismo resolveu manter o resquício capitular do Oriente elevado e separado. Da mesma forma, também permaneceu no Oriente o Alt dos JJur como uma extensão do Alt do Ven. Assim, no simbolismo extinguia-se o santuário Rosa Cruz e o espaço do Oriente passava a ser o final da jornada iniciática, agora tornando-se lugar restrito aos Mestres Maçons, Ex-veneráveis, Autoridades, além do próprio Venerável Mestre.

Outras informações poderão ser encontras nas respostas publicadas no Blog do Pedro Juk em http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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SET/2025

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

RITUAL E O REGIMENTO INTERNO DA LOJA

Em 29.03.2025 o Respeitável Irmão Walter Roque Teixeira, Loja Palmeira da Paz, 2121. REAA, GOB-SC, Oriente de Blumenau, Estado de Santa Catarina, apresenta a dúvida seguinte:

 

RITUAL

 

Objetivamente: é permitido ao Venerável suprimir partes da Ritualística no REAA para apresentação de palestras ou trabalhos seja informalmente, seja por inclusão de regulamentação específica no Regimento Interno de uma Loja?

 

CONSIDERAÇÕES

 

             Sob nenhuma hipótese o ritual pode ser alterado (por inclusão ou supressão do seu conteúdo).

Em um caso desses, o Orador da Loja, que é o Guarda da Lei, deve interferir nas decisões que desrespeitam ou alteram a liturgia prevista no ritual.

Vale ressaltar que o Ritual é implantando por Decreto do Grão-Mestre Geral. Por conta disso, o Regimento Interno de uma Loja hierarquicamente está abaixo de um Decreto do Poder Executivo. Regimento Interno de Loja não pode alterar o conteúdo de um ritual vigente para todas as Lojas da Federação.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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SET/2025

 

ILUMINAÇÃO DO RETÁBULO DO ORIENTE - REAA

Em 27.03.2025 o Poderoso Irmão Secretário Estadual de Orientação Ritualística, GOB-ES, Oriente de Vitória, Estado do Espírito Santo, apresenta a dúvida seguinte, para o REAA:

 

ILUMINAÇÃO

 

Fui consultado e não soube responder, por isso preciso da sua ajuda. O Retábulo do Oriente deverá ser aceso antes do ingresso no Templo ou simultaneamente ao acendimento das luzes emblemáticas?

 

CONSIDERAÇÕES

 

Veja, no ritual não diz em momento algum que o Sol, a Lua e o Delta devam ser iluminados direta ou indiretamente.

               À vista disso, tolera-se as Lojas que quiserem tenham estes elementos simbólicos iluminados por energia elétrica ou por outro meio similar, todavia sem que haja nenhum momento ritualístico específico para o seu acendimento, muito menos incluí-los na ordem sequencial de acendimento das Luzes Litúrgicas.

Assim, recomenda-se às Lojas que tenham os símbolos do Retábulo do Oriente iluminados, que os acendam ou iluminem antes do início dos trabalhos, quer dizer, antes do ingresso do préstito no Templo.

Por fim, reitera-se: não existe nenhuma cerimônia ou momento especial para a iluminação dos elementos constitutivos do Retábulo do Oriente. Do mesmo modo, no momento para apaga-los depois do encerramento dos trabalhos.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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SET/2025