Em 20/03/2018 o Respeitável Irmão João Batista
de Jesus Goes Pires Castanho, Loja Fraternidade São Roquense, 3.931, REAA,
GOSP-GOB, Oriente se São Roque, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte
questão:
DIÁCONOS E O SINAL NA TRANSMISSÃO DA PALAVRA.
Venho novamente recorrer ao seu vasto conhecimento, de uma
dúvida que surgiu em nossa Loja, inclusive a partir de duas explicações do
Irmão.
No Informativo JB News 806 de 10/11/2012 o Irmão faz a seguinte colocação, no momento
após o primeiro Diácono receber a palavra
do Venerável, (em Loja Aberta): "Transmitida a palavra, volta-se a ordem
novamente. Como o Diácono precisa romper a marcha em direção ao Primeiro
Vigilante, atendendo também a regra de que não se anda com o Sinal este o desfaz
para o cumprimento da missão". Ocorre que no Informativo 1.241 de 25 de
janeiro de 2014, a referencia sobre o ato tem os seguintes dizeres: "Terminada a transmissão o Venerável
volta-se novamente para o Ocidente e compõe o Sinal, enquanto que o 1º Diácono
sem compor o Sinal, desce os degraus e segue sua missão". Fiquei aí com uma dúvida, após receber a palavra o 1º
Diácono volta a ficar a Ordem, desfaz o Sinal e segue sua missão, ou após
receber a palavra o Diácono simplesmente vai cumprir sua missão sem ter que
voltar a Ordem antes? Entendo que a razão da composição do Sinal é por estar
parado, mas se o Diácono após receber a palavra continuar o movimento não
haveria necessidade, o Ritual não preconiza que o mesmo deva, após receber a
palavra, parar e depois seguir na missão, é um tanto confuso, e o Ritual deixa
no ar, mas com certeza o Irmão tem uma explicação plausível.No Informativo JB News 806 de 10/11/2012 o Irmão faz a seguinte colocação, no momento
CONSIDERAÇÕES.
No que diz respeito à resposta no Informativo
1.241, o texto “sem compor o Sinal, desde
os degraus e segue sua missão” é apropriado ao momento de deslocamento, ou
seja, alerta para que ele não ande com o Sinal.
É oportuno
então se comentar o seguinte: a transmissão ocorre em duas situações. Uma se
refere ao encerramento dos trabalhos, isto é, quando a Loja ainda
está aberta. Nesse momento, assim que o Diácono recebe a Palavra ele volta
à Ordem para aguardar o Venerável ficar novamente de frente para o Ocidente.
Assim que ele (o Venerável) retomar essa posição, o Diácono desfaz o Sinal e
prossegue no seu percurso (no caso, não anda com o Sinal).
Cabe aqui uma
explicação: durante a transmissão da Palavra em Loja aberta, é plausível que os
protagonistas desfaçam o Sinal por uma questão de conforto e praticidade na
execução do ato. Terminada a transmissão, ambos voltam à Ordem – o Venerável
vira-se de frente para o Ocidente e o Diácono, ato contínuo, desfaz o Sinal
para prosseguir na sua missão.
Veja. A ritualística é disciplina e não pode
existir pressa na execução das suas ações. Assim, o Diácono aguarda o Venerável
se voltar para o Ocidente na intenção de antes não lhe dar às costas. Enquanto
aguarda, nesse breve momento, ele fica à Ordem. Justifica-se essa atitude em
nome da elegância e da boa educação. Não há nada de esotérico nisso, senão uma
questão de geometria refinada.
Já a outra, relativa ao início dos trabalhos,
ao contrário do encerramento, a Loja ainda não está aberta, assim
dispensa-se o Sinal, entretanto mantém-se a elegância que o ato merece, ou
seja, sem compor o Sinal o Diácono aguarda o Venerável se voltar novamente para
o Ocidente para ele então possa prosseguir no seu ofício.
Tudo é só uma questão de ordenamento
ritualístico, entretanto se alguém não concordar e achar que essas ponderações
sejam desnecessárias, então que ele proceda conforme o seu entendimento.
Se um ritual tiver que descrever minuciosamente
a ritualística ele pode se tornar um meio temeroso de revelar a liturgia
maçônica a não iniciados. Assim, prudentemente muitas das nossas verdadeiras
práticas têm sido verbalmente transmitidas entre nós maçons. É bom que se diga
que edição de rituais não é unanimidade na Maçonaria Universal. O Ritual é uma
ferramenta que ordena os trabalhos ritualísticos, e não um artifício para
descrever a liturgia minuciosamente. É dessa falsa compreensão que boa parte da
Maçonaria latina vive apenas “do que está
escrito”, não se importando com a veracidade daquilo que está escrito. Algumas Obediências lançam mão de Manuais de Dinâmica Ritualística para
detalhar procedimentos.
Concluindo, devo mencionar que não quero com
isso me tornar um consultor que dá respostas laudatórias, apenas eu tenho
procurado encontrar explicações para a razão das práticas litúrgicas maçônicas,
nesse caso, àquelas pertinentes ao REAA\. Afinal, por que elas existem? Por razão, ou
por imaginação?
T.F.A.
PEDRO JUK
MAIO/2018
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