Em 29/03/2018 o
Respeitável Irmão Paulo Assis Valduga, REAA, GOERGS (COMAB), Oriente de São
Borja, Estado do Rio Grande do Sul, solicita as seguintes informações:
INGRESSO DE COSTAS NO TEMPLO?
Pelo
presente venho dirimir uma dúvida: se um Irmão chegar atrasado, ou um Aprendiz
adentrar no Templo após se revestir e receber as devidas instruções na sua
iniciação, como deve se postar após pedir ingresso pelas batidas ritualísticas
(3 batidas universais):
1.
Entrar e ficar de costa para o Oriente
sem armar o sinal, esperar a porta ser cerrada, para, então, se voltar, armar o
sinal, dar os passos e saudar o Venerável Mestre e Vigilantes.
2.
Entrar ficar de frente para o Oriente
esperar a porta ser cerrada, fazer o Sinal, dar os passos e saudação.
Ou
seja, para melhor esclarecimento, quando entrar fica de costa ou de frente para
o Oriente, esta é a minha dúvida;
Outrossim,
já ouvi os dois comportamentos.
CONSIDERAÇÕES.
Chegar atrasado não deveria ser prática
maçônica, mas como é público e notório, infelizmente nos meios maçônicos esse
costume tem sido uma prática quase que constante, sobretudo nos ritos da na
vertente latina da Maçonaria.
Como o Irmão menciona na sua questão,
dela o item 01, houve tempos em que certos “luminares” maçônicos apregoavam
essa bobagem justificando que o atrasado deveria ingressar de costas
(literalmente andando de marcha ré) porque, no entendimento deles, o
retardatário não sabia ainda em que grau a Loja estaria trabalhando.
Na verdade isso foi mais um delírio
imaginativo do que uma afirmativa racional, já que ninguém, sem ser antes
autorizado e comunicado, está habilitado a ingressar nos trabalhos de uma Loja
aberta. Ora, é indispensável que o recepcionista do atrasado antes verifique se
ele possui qualificação para ingressar. Por conseguinte, antes deverá informa-lo
do grau de trabalho da Loja.
Agora, entrar de costas é mesmo uma
orientação prosaica que, por obvio, é mera invenção.
O correto numa situação dessas é aquela
pertinente ao número 2 da sua questão. Nesse sentido, quando um retardatário, após
ter dado a bateria universal (três pancadas) na porta pedindo ingresso e,
depois de tomadas as providências de costume, das quais informá-lo do grau de
trabalho da Loja, ele ingressa andando normalmente de frente para o Oriente e
se coloca à Ordem sobre o eixo do Templo no extremo do Ocidente (próximo à
parte interna da porta). Ato seguido ele, no caso do REAA, executará a Marcha
do Grau e, ao final saudará as Luzes da Loja pela ordem hierárquica. Ato
concluído, ele aguarda os procedimentos de costume – questionário do telhamento
(se for o caso) e a condução ao seu lugar.
Cabe mencionar que o ato de esperar o
Cobridor fechar a porta para depois se posicionar à Ordem, embora com certo excesso
de preciosismo, até se justifica devido ao fato de que o maçom somente compõe o
Sinal de Ordem em Loja, isto é, estando ele sob cobertura, o que assim se dá
porque o Templo é coberto pelo Cobridor que fecha a porta – de fora
ninguém pode ver e nem ouvir o que se passa no interior do recinto.
Dando por concluído, ratifica-se que
quem nessa situação ingressar no Templo, o faz sempre de frente para o Oriente,
nunca de costas.
T.F.A.
PEDRO JUK
MAIO/2018
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