segunda-feira, 28 de maio de 2018

INGRESSO DE COSTAS NO TEMPLO?


Em 29/03/2018 o Respeitável Irmão Paulo Assis Valduga, REAA, GOERGS (COMAB), Oriente de São Borja, Estado do Rio Grande do Sul, solicita as seguintes informações:

INGRESSO DE COSTAS NO TEMPLO?

Pelo presente venho dirimir uma dúvida: se um Irmão chegar atrasado, ou um Aprendiz adentrar no Templo após se revestir e receber as devidas instruções na sua iniciação, como deve se postar após pedir ingresso pelas batidas ritualísticas (3 batidas universais):
1.     Entrar e ficar de costa para o Oriente sem armar o sinal, esperar a porta ser cerrada, para, então, se voltar, armar o sinal, dar os passos e saudar o Venerável Mestre e Vigilantes.
2.     Entrar ficar de frente para o Oriente esperar a porta ser cerrada, fazer o Sinal, dar os passos e saudação.
Ou seja, para melhor esclarecimento, quando entrar fica de costa ou de frente para o Oriente, esta é a minha dúvida;
Outrossim, já ouvi os dois comportamentos.

CONSIDERAÇÕES.

Chegar atrasado não deveria ser prática maçônica, mas como é público e notório, infelizmente nos meios maçônicos esse costume tem sido uma prática quase que constante, sobretudo nos ritos da na vertente latina da Maçonaria.
Como o Irmão menciona na sua questão, dela o item 01, houve tempos em que certos “luminares” maçônicos apregoavam essa bobagem justificando que o atrasado deveria ingressar de costas (literalmente andando de marcha ré) porque, no entendimento deles, o retardatário não sabia ainda em que grau a Loja estaria trabalhando.
Na verdade isso foi mais um delírio imaginativo do que uma afirmativa racional, já que ninguém, sem ser antes autorizado e comunicado, está habilitado a ingressar nos trabalhos de uma Loja aberta. Ora, é indispensável que o recepcionista do atrasado antes verifique se ele possui qualificação para ingressar. Por conseguinte, antes deverá informa-lo do grau de trabalho da Loja.
Agora, entrar de costas é mesmo uma orientação prosaica que, por obvio, é mera invenção.
O correto numa situação dessas é aquela pertinente ao número 2 da sua questão. Nesse sentido, quando um retardatário, após ter dado a bateria universal (três pancadas) na porta pedindo ingresso e, depois de tomadas as providências de costume, das quais informá-lo do grau de trabalho da Loja, ele ingressa andando normalmente de frente para o Oriente e se coloca à Ordem sobre o eixo do Templo no extremo do Ocidente (próximo à parte interna da porta). Ato seguido ele, no caso do REAA, executará a Marcha do Grau e, ao final saudará as Luzes da Loja pela ordem hierárquica. Ato concluído, ele aguarda os procedimentos de costume – questionário do telhamento (se for o caso) e a condução ao seu lugar.
Cabe mencionar que o ato de esperar o Cobridor fechar a porta para depois se posicionar à Ordem, embora com certo excesso de preciosismo, até se justifica devido ao fato de que o maçom somente compõe o Sinal de Ordem em Loja, isto é, estando ele sob cobertura, o que assim se dá porque o Templo é coberto pelo Cobridor que fecha a porta – de fora ninguém pode ver e nem ouvir o que se passa no interior do recinto.
Dando por concluído, ratifica-se que quem nessa situação ingressar no Templo, o faz sempre de frente para o Oriente, nunca de costas.


T.F.A.

PEDRO JUK


MAIO/2018

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