segunda-feira, 18 de junho de 2018

QUESTÕES DE RECONHECIMENTO ENTRE AS OBEDIÊNCIAS MAÇôNICAS


Em 19.04.2018 o Eminente Irmão Lourival Mariano de Santana, Grão-Mestre Estadual do GOB-SE, Oriente de Aracajú, Estado de Sergipe, apresenta algumas questões pertinentes ao GOB e outras em relação aos reconhecimentos.

QUESTÕES DE RECONHECIMENTO


É com grande satisfação que volto a entrar em contato com você para mais uma vez me servir dos seus conhecimentos.
Irei fazer um trabalho sobre a organização da maçonaria em geral no que tange
à parte administrativa. Se o Irmão puder me ajudar neste sentido ou me direcionar para outras fontes eu ficarei muito grato.
São os seguintes questionamentos:
1- O sistema tripartite existe só no GOB ou existe também em outras potências?
2- Quando começou no GOB esse sistema?
3- Como funciona em outras potências no Brasil e mundo a fora?
4- Quantas potências existem no Brasil e quantas são reconhecidas?
5- Como se cria uma potência?
6- Por que a Grande Loja da Inglaterra tem o poder de reconhecimento?
7- Existe mais alguma potencia mundial com o mesmo poder da Inglaterra?

CONSIDERAÇÕES:

  1. Segundo o que mencionam as autoridades do GOB, é apenas o Grande Oriente do Brasil que possui essa organização, cuja qual é composta por três poderes maçônicos, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Eu mesmo, pessoalmente, desconheço se esse sistema é adotado por outras Obediências ao redor do mundo.
  2. Sem afirmar peremptoriamente, no GOB esse formato se consolidou desde o século passado, entretanto eu sugiro ao Irmão que obtenha melhores informações a respeito junto ao Poder Central.
  3. Isso é particularidade de cada uma das Obediências. No Brasil, a COMAB e a CMSB não conta com um Poder Central tal qual acontece no GOB, mas sim como uma Confederação de Obediências Estaduais. A CMSB não adota o Poder Legislativo. Fora do Brasil, sugiro ao Irmão que contate aquelas que lhe forem convenientes e tenha delas diretamente essa resposta.
  4. Conhecidas são aquelas oriundas do Grande Oriente do Brasil, no caso três, sendo as Grandes Lojas Estaduais (CMSB) resultantes da cisão de 1927 e os Grandes Orientes Independentes (COMAB) oriundos da cisão de 1973. A questão de reconhecimento é um assunto muito delicado e que deixo essa informação para que seja obtida junto ao Poder Central. Eu, particularmente tenho apenas como autênticas no Brasil aquelas que surgiram do GOB, no caso, as Grandes Lojas e os Grandes Orientes Independentes, o restante é para mim, salvo raríssimas exceções, pura picaretagem.
  5. Uma Obediência só pode ser criada se por ventura seguir os princípios de reconhecimento de alguma outra Obediência que seja considerada regular. Nesse sentido, a Obediência que irá reconhecer o nascimento de outra é quem dará esses pontos de reconhecimento.
  6. Esse tem sido, segundo alguns exegetas, um assunto contraditório. Se ela tem esse poder de reconhecimento, provavelmente é porque ela assim se declarou e as outras a aceitaram como Obediência com poder para reconhecer. No tocante a Grande Loja inglesa, existe ainda o fator histórico e político que envolveu a expansão inglesa pelo mundo, sobretudo no século XIX e início do XX.
  7. Não é bem uma questão de poder, mas o de se aderir ao reconhecimento. Muito próximo à Grande Loja Unida da Inglaterra, existe o sistema das Grandes Lojas Norte-americanas, a despeito de que, ao que parece, a Grande Loja Inglesa não interferir no sistema norte-americano de Maçonaria, e vice-versa.
A questão pode ser subjetiva, pois qualquer Obediência pode se arvorar a reconhecer outra, desde que a outra- se submeta a esse reconhecimento.

Esses são os poucos comentários que me atrevo a proferir sobre esse assunto, já que essas questões administrativas e de reconhecimento não me são muito atraentes, posto que eu prefiro, sempre cumprindo a lei, me dedicar mais à filosofia, ritualística, liturgia e a história das origens da nossa Sublime Instituição. Particularmente, penso que a partir da Moderna Maçonaria, muitas inserções feitas a partir desses costumes obedienciais acabaram, às vezes, por descaracterizar os verdadeiros propósitos na Ordem. Vejo a Maçonaria como uma escola iniciática de razão e que objetiva o aperfeiçoamento humano, enquanto que o resto, se o Irmão me permitir, eu prefiro não comentar.

T.F.A.


PEDRO JUK


JUNHO/2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário