Em 27/04/2017 o Respeitável Irmão Paulo Afonso Pinheiro Leal, Loja Irmão
Augusto Nogueira Paranaguá, 4.540, REAA, GOB-PI, Oriente de Corrente, Estado do
Piauí, solicita orientações para o que segue:
COMPOSIÇÃO DA LOJA COM APENAS SETE MESTRES.
Meu Nobre irmão. Numa Loja com apenas 7 Mestres, como a
compõe? Cobridor Inte
CONSIDERAÇÕES.
Desde o
aparecimento do grau especulativo de Mestre Maçom, o que viera aparecer sob a
égide da Moderna Maçonaria em 1725, é que a presença mínima de sete Mestres
Maçons é exigida para a abertura de uma Loja.
Isso se deu
por questão iniciática e também por questão de administração litúrgica de uma
Loja com seus principais componentes - Luzes, Dignidades e Oficiais.
O Grande
Oriente do Brasil, em respeito a esse viés iniciático, dispõe no Artigo 96 do
Regulamento Geral da Federação, Inciso XXII, a previsão de que é obrigatória a
presença de no mínimo sete Mestres para a realização de uma sessão. Também no
seu Artigo 229, § 1º, dispõe que os cargos em Loja são privativos de Mestres
Maçons. É essa a base legal que proíbe Aprendizes e Companheiros assumirem
cargos.
Em um caso
precário, o que pode se dar apenas com a presença mínima de sete Mestres, uma
Loja no REAA\ então assim ficará composta: Venerável Mestre, Primeiro e
Segundo Vigilantes, Orador, Secretário, Cobridor Interno e o Mestre de
Cerimônias.
Nesse caso, para
o cumprimento da liturgia da transmissão da Palavra Sagrada que acontece durante
a abertura e encerramento, o Mestre de Cerimônias preenche momentaneamente o
cargo do Segundo Diácono e o Secretário o do Primeiro Diácono. Transmitida a
Palavra eles retornam aos seus cargos de origem.
Assim, essa
regra preenche a tradição de que uma Loja é sempre dirigida por três Luzes
(Venerável, Primeiro e Segundo Vigilantes), assim como é obrigatória à presença
de um Cobridor (sigilo). Ainda, no escocesismo, a presença indispensável do
Orador como Guarda da Lei e do Secretário como o aquele que efetua os registros
inerentes à sessão. Assim, com esses sete Mestres a Loja pode funcionar em
situações precárias, mas nunca definitivas, pois é sabido que cada rito possui
um número exato de cargos que o caracterizam e que devem, na medida do
possível, serem todos preenchidos.
Esotericamente
o número sete se refere ao número da criação, cujo qual se destaca na Maçonaria
dos Aceitos, enquanto que historicamente, na Maçonaria de Ofício ele lembra que
uma guilda construtora do século XII se constituía de no mínimo sete
profissionais da arte de construir, destacando-se nesse particular, que à época não
existia o grau de Mestre especulativo e quem dirigia o canteiro de obras (hoje
a Loja) era um Companheiro do Ofício tido como o mais experiente entre eles. Naquele
período só existiam duas classes de trabalhadores – Aprendiz Admitido e
Companheiro do Ofício.
Foi para
conservar essa tradição que a Moderna Maçonaria, especulativa por excelência,
manteve o costume de constituir uma Loja com o mínimo de sete maçons que já
tenham alcançado o grau de Mestre, dos quais, um deles, é eleito e instalado na
cadeira principal da Loja.
T.F.A.
PEDRO JUK
JULHO/2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário