quarta-feira, 15 de maio de 2019

REAA - CONDUTAS RITUALÍSTICAS


Em 18/12/2018 o Respeitável Irmão Arimar Marçal, sem mencionar o nome da sua Loja, Rito Brasileiro, GOB-RS, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, se referindo a uma resposta que eu dei em junho de 2014 apresenta o que segue:

CONDUTAS RITUALÍSTICAS


Recebo (e distribuo) seus e-mails esclarecedores.
Neste de hoje, sobre “Irmãos em visita ficarem à Ordem quando o representante de
sua Loja usar a palavra”.
Reenviei para alguns irmãos, entre eles o Ex Venerável e estudioso do Rito Brasileiro Eduardo Lecey.
Transcrevo abaixo para que (sem ofensa) o nobre Irmão possa contrapor.
Saudação às Autoridades e Portadores de Títulos:
– No Rito Brasileiro quando vários Irmãos da mesma Loja, forem visitar uma Loja do Rito ou Lojas dos demais Ritos coirmãos, deverá ser indicado um Irmão que falará pelos demais e todos deverão tomar a seguinte postura: Quando for dada a Palavra ao Irmão este e todos os que o acompanham deverão se colocar à Ordem e somente o Irmão que falará deverá fazer as saudações devidas, após o que, ele passará ao Sinal de Obediência para fazer uso da Palavra, todos os demais que o acompanham passarão também ao Sinal de Obediência. Terminada a fala todos farão o Sinal de Saudação e sentarão.
– O Maçom do Rito Brasileiro ao fazer uso da Palavra relativa ao Ato ou a Bem Geral da Ordem e do Quadro faz da seguinte forma: Venerável Mestre, Irmãos 1º e 2º Vigilantes, meus Estimados Irmãos.
– Se estiverem presentes o Grão-Mestre Geral da Ordem ou o Grão-Mestre Estadual ou do Distrito Federal se procede da seguinte forma:
Soberano Ir\ (nome) Grão-Mestre Geral do GOB ou Eminente Ir\ (nome) Grão-Mestre Estadual ou Distrital do GOB-(UF), Venerável Mestre, Irmãos 1º e 2º Vigilantes, meus estimados Irmãos.
– Se estiverem presentes outras autoridades que não os Grão-Mestres se procede da seguinte forma:
Venerável Mestre, (nomina-se as autoridades sempre da maior para a menor faixa), Irmãos 1º e 2º Vigilantes, meus estimados Irmãos.
– As autoridades Maçônicas serão saudadas pela ordem hierárquica, da maior para a menor faixa.
– Admite-se quando houver muitas autoridades presentes que se faça a saudação às autoridades que se encontram no Altar do Venerável e dizendo a seguir: “nas pessoas das quais eu saúdo as demais autoridades presentes”.
Como o nosso objetivo é aprender, fico na expectativa de alguma manifestação.

OBSERVAÇÃO:
Trecho da questão e da resposta a que se refere a questão dada pelo Irmão Pedro Juk e publicada no JB News nº 1365, Florianópolis, SC, em 03/06/2014. O consulente era um Irmão da Loja Fraternidade Londrinense, Grande Loja do Paraná e praticante do REAA:
Trecho da pergunta: (...) existe algo a respeito sobre quando um Irm\ visitante pede a palavra, de os demais IIrm\ que o acompanham fiquem também em pé e à Ordem? Desconheço que isso esteja em qualquer ritual ou manual de (...).
Trecho da resposta: (...) o Irmão está corretíssimo em sua manifestação. Essa “estória” é mera filigrana e invenção que só depõe contra a ritualística. Quem autoriza alguém a ficar em pé, dependendo da situação ou é o Venerável, ou é um dos Vigilantes. Então que invenção é essa desse tal “senta-levanta”? Com autorização de quem? Mera filigrana que nada acrescenta.

CONSIDERAÇÕES.

Como o Irmão pode notar, a questão a mim dirigida e respondida no dia 03/06/2014 era para um Irmão do REAA\, por conseguinte, a resposta fora dada com base nos costumes REAA.
Assim, volto a reafirmar que esse procedimento não é próprio e não está de acordo com as condutas ritualísticas do escocesismo simbólico.
Agora, se existem ritos em que o ritual prevê esse procedimento, por óbvio, certo ou errado, atende-se o ritual em vigência.
Na minha resposta, reitero, dada aos praticantes do REAA e não do Rito Brasileiro, eu procurei antever situações que são previstas e que não podem se contradizer quando da sua prática – talvez seja até motivo para se fazer uma reflexão a respeito.
Na prática ritualística em si, eu entendo que muitos procedimentos na liturgia maçônica dependem de autorização para serem executados, nesse caso especificamente quem autoriza é o Venerável e os VVig\.
Baseado nisso é que não vejo como boa geometria, por exemplo, obreiros ficando em pé sem ter autorização, sobretudo por serem eles visitantes. Mas isso é a minha opinião obviamente e não é meu propósito se arvorar contra costumes, mesmo que contraditórios, se estiverem previstos em rituais vigentes.
O que eu posso mesmo reafirmar é que no REAA, em particular, esse costume não é permitido. No Rito Escocês, salvo o Mestre de Cerimônias que é um oficial que tem liberdade para se locomover sem pedir permissão, os demais Irmãos, genericamente, até para ficar em pé em Loja aberta, precisam pedir permissão.
Por outro lado, também não vejo como muito elegante é Irmãos ficando em pé sem autorização, bem como algumas vezes o próprio visitante usuário da palavra ordenar que os seus acompanhantes fiquem à Ordem.
Que cada rito tenha o seu costume eu até posso entender, porém na casa alheia é sempre de boa geometria seguir os costumes do dono da casa.
Quanto a menção protocolar às autoridades antes do uso da palavra eu já escrevi bastante a respeito, portanto não vou fazer nenhum comentário a respeito, sobretudo porque o ritual do Rito mencionado na questão já determina o procedimento. Falar o que é certo ou errado nesse caso é o mesmo que chover no molhado.
A propósito, ao concluir, duas coisas:
Em Maçonaria os donos da casa, em qualquer situação, são sempre aqueles que estão de posse dos seus respectivos malhetes. E por fim, tenha certeza que não sou dado a expor as minhas convicções ofendendo alguém.


T.F.A.

PEDRO JUK


MAIO/2019

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