Em 18.02.2025 o Respeitável Irmão Rafael Teixeira, Loja Fraternidade Sul Mineira, 1093, REAA, GOB MINAS, Oriente de Pouso Alegre, Estado de Minas Gerais, apresenta a questão seguinte:
ATIVIDADES SOCIAIS.
Novamente me recorro a você em busca de uma direção. Espero que não se importe. Trata-se de um assunto que antes era tratado com naturalidade em minha loja, mas de uns tempos pra cá estão se tornando melindrosos. Eu me refiro a projeto sociais. Eventos para arrecadar fundos para ajudar uma instituição e/ou investir em infraestrutura da loja. Há alguns irmãos que "condenam" qualquer projeto social que envolva algum tipo de "festividade", como por exemplo: um boi no rolete, bingo, etc... A alegação é que a maçonaria é uma escola e que esse tipo de atividade não é "fazer maçonaria".
Eu particularmente concordo que a maçonaria seja uma escola e que este seja o objetivo fim da instituição. Por outro lado, penso que as leis que nos regem alertam sobre a importância de se ter um olhar para o social, também.
Nós já tivemos a Feira das Nações que ajudou diversas instituições que participavam dela, arrecadando fundos e promovendo entretenimento e divulgação da maçonaria para a nossa cidade e região. Recordo-me que durante os anos que esse evento aconteceu, não houve nenhuma oposição sobre a realização da mesma. Portanto, essa questão de oposição a projetos sociais, inclusive com argumentos de que a Maçonaria não é Lions e nem Rotary está fazendo com que a nossa loja fique estacionada com esse quesito. Muitos irmãos reclamam da situação atual. Provavelmente serei o próximo Venerável Mestre e penso que temos que reativar projetos para, inclusive, unir mais os irmãos. Peço a sua opinião sobre o relatado acima, pois estou certo que o irmão é conhecedor de nossas leis e poderá me auxiliar com sua sabedoria.
CONSIDERAÇÕES
Na verdade, esta não é uma questão voltada para a liturgia e ritualística maçônica - assuntos do meu ofício. À vista disso, segue apenas a minha opinião sobre o exposto na vossa questão acima.
Nesse sentido, entendo que além das atividades iniciáticas, também as obras sociais são muito importantes para o cotidiano das Lojas no contexto social das comunidades que as envolvem.
As Lojas maçônicas abertas ritualisticamente em sessões exclusivas para maçons, ordinárias ou magnas, têm o desiderato principal de construir e aprimorar o homem maçom, ao ponto de torna-lo um digno e atuante construtor social.
Obviamente que estou me referindo aos verdadeiros ensinamentos maçônicos envolvidos em esmero e responsabilidade, e não aqueles que se servem apenas do replicar vazio de batidas de malhetes para satisfazer operários amorfos, supersticiosos e contemplativos.
Vale ressaltar que uma coisa é forjar, dentro da Loja, o maçom conforme as exigências da Arte, a outra coisa é torna-lo um elemento moldado e útil à sociedade, fora dos umbrais dos nossos templos.
No intuito de conciliar a preparação e o exercício da atividade, imagino que os projetos sociais de uma Loja não precisam ser construídos em Loja ritualisticamente aberta. Entendo que muito mais proveitoso seria tratá-los nas sessões administrativas, onde certamente haverá, para este fim, mais desenvoltura e progresso (objetividade), ficando as sessões ritualísticas legadas à preparação iniciática individual do construtor social.
Por exemplo, em uma sessão administrativa, marcada nos conformes da legislação, é possível debater temas e projetos sem as formalidades da liturgia maçônica, ficando apenas a decisão formal para votação na Ordem do Dia de uma sessão ordinária. Assim, os debates em sessão administrativa se tornam muito mais produtivos, o que facilita o alcance do objetivo.
Creio que assim a Loja poderá cumprir as suas obrigações, tanto sociais como iniciáticas de modo coerente e organizado em sem entraves desnecessários.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
AGO/2025
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