quinta-feira, 30 de março de 2017

LEVANTAR OS CALCANHARES

Em 10/03/2017 o Respeitável Irmão Paulo Chagas, Mestre Maçom Instalado da Loja Visconde Mauá, REAA, Oriente de Porto Alegre, GORGS (COMAB), Estado do Rio Grande do Sul, formula a seguinte questão:

LEVANTAR OS CALCANHARES


Solicito orientação do motivo por que na Marcha do Mestre no momento de exclamação levantamos os calcanhares por três vezes, embora muitos anos de estudos não encontrei explicação plausível. Tenho orgulho do Irmão estar cumprindo tão bem a função de um Mestre que é dividir seus conhecimentos. Gostaria da resposta por e-mail.

CONSIDERAÇÕES.

Penso que a “exclamação” que o Irmão menciona seja o Sin\ de Adm\ oriundo do teatro lendário protagonizado na Exaltação do REAA\ quando o corpo de H\ é reconhecido pelo Rei que, admirado e entristecido faz por três vezes o gesto conhecido ao mesmo tempo em que profere as palavras exclamando: A\ S\ M\ D\!
Alguns rituais mencionam a efetivação do o Sin\ de Adm\ na sequência da Marcha do Mestre (antes da saudação às Luzes), enquanto que outros, nessa oportunidade, não o mencionam - embora corretamente ele também seja parte integrante do Cobridor do Grau.
Agora quanto a “levantar os calcanhares” (sic) na oportunidade em que se faz o Sin\ de Adm\ para mim é novidade. Obviamente que o Irmão não encontrará nenhuma explicação plausível sobre isso, simplesmente porque genuinamente no REAA ele não existe. Se essa prática estiver mencionada em algum ritual em vigência, cumpre-se incondicionalmente o escrito, entretanto explicar essa anomalia ritualística, talvez só mesmo por quem a tenha inventado e colocado no procedimento.
Ratifico que essas minhas considerações se pautam na tradição do REAA\, rito esse que, diga-se de passagem, não é propriedade desta ou daquela Obediência. Menciono isso antes que apareçam os “contestadores” a dizer que se está no ritual existe. Se nele existe poderemos até concordar, entretanto esse objeto de enxerto não denota verdade alguma e não se ampara em nenhuma explicação aceitável.





T.F.A.

PEDRO JUK


MARÇO/2017

SUBSTITUIÇÃO E JOIA

Em 08/03/2017 o Respeitável Irmão Danilo Rezende Lopes, Loja Oito de Maio, 3.927, REAA, GOB-PR, Oriente de Ubiratã, Estado do Paraná, formula a seguinte pergunta.

SUBSTITUIÇÃO E JÓIA


Peço sua ajuda para esclarecer se quando o Primeiro Vigilante substitui o Venerável Mestre em Sessão Ritualística, deve usar a Joia do Cargo (Esquadro), sem usar os paramentos (Punho e Avental de Mestre Instalado) ou deverá portar a Joia e paramentos de Primeiro Vigilante.

CONSIDERAÇÕES.

Basta que o substituto use a joia, já que a substituição é apenas temporária pela ausência do titular. As joias correspondem aos cargos e os seus respectivos lugares, portanto quem ocupa o cargo usa a insígnia correspondente.
O que não entra nessa classificação é o avental, pois ele é específico do Mestre Maçom que passou pela cerimônia de instalação. Os punhos são geralmente usados apenas pelo Venerável Mestre no exercício da sua função. No caso do cargo estar preenchido precariamente pelo Primeiro Vigilante não é necessário o seu uso.
Lembro que nas Sessões Magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação, havendo ausência do titular, conforme previsto no GOB, somente assume um Mestre Maçom portador do título honorífico de Instalado da Loja, preferencialmente o mais recente. Nunca é demais mencionar que Mestre Instalado não é Grau.
Às vezes, procedimentos simples e singelos acabam se tornando um verdadeiro “abacaxi” para ser resolvido, isso porque não raras vezes surgem adaptações e enxertos que acabam se tornando Lei. Como não bastasse o enxerto do Mestre Instalado no REAA, o que não é original nessa vertente de Maçonaria, inventaram também paramentos diferenciados para os Vigilantes (avental e punhos). Nada disso é original no Rito em questão, entretanto viraram procedimentos legais por fazerem parte do ritual.
Para que não haja esse troca-troca de paramentos, em havendo preenchimento por ausência, o substituto usa a joia do titular.


T.F.A.

PEDRO JUK


MARÇO/2017.

quarta-feira, 29 de março de 2017

RITUALÍSTICA - REAA

Em 08/03/2017 o Respeitável Irmão Marcos Alberto de Paiva, Loja União e Trabalho VI, REAA, sem mencionar a Obediência, Oriente de Paulínia, Estado de São Paulo, formula a seguinte questão:

RITUALÍSTICA – REAA.


Aproveitando teu profundo conhecimento, solicito que esclareça algumas questões.
a) Na saída e entrada do Oriente o Mestre deve fazer o sinal do grau e desfazê-lo pelo sinal penal e voltar ao sinal do grau? (Saudação Maçônica).
b) O que devo fazer para convencer minha Loja de que o lugar das Colunas B e J são no Atiro?
c) Minha Loja tem como tradição de ao orientar a entrada dos Irmãos o Mestre de Cerimônias chama pelos Irmãos. É correto?
d) Tivemos uma Sessão ordinária nos Três Graus. Pergunto que ao transformar a Loja de Companheiro para Mestre devemos usar os panos pretos?
e) Há Possibilidade de tua vinda em nossa região para nos dar uma palestra de ritualística?

CONSIDERAÇÕES.

a)    Se isso ocorresse o pobre do protagonista ficaria ali até o final da Sessão, já que não se pode andar com o Sinal composto, salvo na Marcha do Grau. Eu já expliquei inúmeras vezes que a orientação para voltar à Ordem está relacionada ao Telhamento no Cobridor do Grau quando o Mestre de Cerimônias ou o Venerável instruem alguém nos procedimentos, porém isso nada tem a ver com a saudação ao Venerável, embora as saudações em Loja sejam também feitas pelo Sinal – gestos iguais, mas objetivos diferentes.
De modo tradicional, o obreiro ao ingressar no Oriente em Loja aberta, saúda o Venerável pelo Sinal (desfazendo-o pela pena simbólica) e, sem voltar à Ordem, imediatamente prossegue no seu percurso. Do mesmo modo assim também se decorre quando da retirada do Oriente.
b)    Se sua Loja pertencer ao Grande Oriente do Brasil, é só cumprir o ritual em vigência, pois o mesmo corretamente indica a colocação das colunas vestibulares B e J no átrio, ou vestíbulo do Templo.
Não sei o que preconizam os rituais da Grande Loja Estadual ou os da COMAB, portanto vale mencionar que, certo ou errado, cumpre-se o ritual legalmente aprovado e em vigência. No caso da sua Loja pertencer ao GOB, não e o caso de “convencer o Quadro”, mais sim o de cumprir a Lei – se for o caso, o Orador como fiscal da Lei deve, por dever de ofício, fazer cumprir o que está escrito – descumprimento do ritual é atitude delituosa.
Em se mencionando a tradição do simbolismo do Rito Escocês, genuinamente as Colunas Vestibulares deveriam permanecer no vestíbulo (daí o nome vestibular), portanto ambas devem ladear a porta de entrada no átrio, tal como se apresentam alegoricamente mencionadas no Livro de Reis ou em Crônicas e Paralipomenos na Bíblia. Antes que os palpiteiros se arvorem a falar sandices, lembro que para se entrar no edifício, enxergamos o prédio primeiro pelo lado de fora – primeiro a garrafa, depois a rolha.
c)     Não é procedimento necessário, senão seguir a ordem de entrada prevista no ritual (no caso do GOB). Em se seguindo essa ordenação, nada impede que o Mestre de Cerimônias mencione os nomes, mas repito: não é necessário fazer chamada individual. Eu diria inclusive, que isso só serve mesmo é para retardar o início dos trabalhos.
d)    Por transformação de Loja não, pois isso seria excesso de preciosismo. Geralmente a decoração completa da Câmara do Meio se faz quando a Sessão é integralmente realizada no Terceiro Grau.
e)    Sem dúvida, mas isso se tratará a parte.
Antes de dar por concluído eu gostaria de insistir para que quando me forem remetidas questões, é primordial que seja informado além do nome do consulente, da sua Loja, do rito, do Oriente (cidade) e do Estado da Federação, também seja mencionado o nome da Obediência, já que dependendo das questões, as mesmas devem ser respondidas conforme o ritual em vigência na Obediência, pois é sabido que, entre os seus rituais do mesmo rito, principalmente aqui no Brasil, existem várias diferenças de procedimentos. A não observação desse particular, nem sempre dá a resposta uma conclusão satisfatória. Devo mencionar ainda que pela imensa quantidade de correspondentes para comigo, me é humanamente impossível decorar todas essas características individualmente, assim, a cada consulta enviada, rogo, por favor, que seja observada essa orientação me enviando todos os dados possíveis.


T.F.A.

PEDRO JUK

MARÇO/2017

MAÇONARIA E RITUALÍSTICA - REAA

Em 06/03/2017 o Respeitável Irmão Eduardo Adolfo Squef Manevy, Mestre Maçom Instalado, sem mencionar o nome da Loja, REAA, Oriente (Vale) de Encarnacion, Paraguay, solicita as informações seguintes através do meu blog http://pedro-juk.webnode.com/

MAÇONARIA E RITUALÍSTICA – REAA.


Mi Querido y Respetado Hermano, soy iniciado en los misterios Masonicos en el año 1998, soy MM\, tambien soy Maestro Instalado. Pertenezco al Valle de Encarnacion, Oriente de Paraguay. Me gustaria recibir de vuestro bastisimo conocimiento sobre Masoneria, informaciones sobre nuestra noble Institucion, principalmente sobre Ritualismo, principalmente del REAA. Tus aclaraciones sobre Ritualistica ayudan mucho a mi entendimiento profundo de nuestra filosofia.

CONSIDERAÇÕES.

Prezado Irmão, escrever a respeito da Maçonaria, sua história e sua filosofia, mesmo que só de um dos seus ritos, como e o caso do REAA\, eu temo que tenha de escrever alguns espessos volumes a respeito. Assim, penso que seria melhor se o nobre Irmão pudesse elencar questões a respeito enviando-as em seguida para minha pessoa para análise e possíveis respostas.
Como eu sou adepto da autenticidade, enxergo a nossa Ordem sob a égide da razão. Entendo-a historicamente como uma Instituição herdeira do ofício perpetrado pelos canteiros medievas, cuja história tem aproximadamente oitocentos anos de existência – obviamente em se despindo das falsas interpretações que alguns temerariamente querem dar sobre as lendas e alegorias que promovem o arcabouço doutrinário da Moderna Maçonaria.
Observo a Ordem Maçônica, atualmente, como herdeira de duas vertentes universais – uma de feição teísta, a anglo-saxônica, e a outra de feição deísta, a de vertente francesa. Entretanto, ainda nesse particular, existem características que devem ser levadas em consideração. É o caso, por exemplo, do REAA\ que é um rito originário da França, mas que por motivos conjunturais de separação do franco-maçônico básico dos altos graus, acabou sofrendo também fortes influências anglo-saxônicas (teístas).
Além dessas conjunturas maçônicas, a Maçonaria e os seus ritos, particularmente o REAA\, ao longo da sua existência sofreu - e ainda vem sofrendo - inúmeras intervenções falaciosas transformando-o, conforme as circunstâncias, numa verdadeira “colcha de retalhos” (figuradamente, é uma mistura de elementos estranhos à sua doutrina).
Nesse caso então, é necessária primeira a separação do joio do trigo, pois palpiteiros, ufanistas e mal intencionados, como ervas-daninhas se espalham sobre o solo da literatura e da prática maçônica universal.
Ainda sobre o REEA\, para citar só ele dentro da constelação de ritos maçônicos, o mesmo é um sistema à parte e precisa ser muito bem compreendido quanto as suas origens e os seus documentos básicos, destacando-se inclusive o seu nome como “escocês”, cuja história, filosofia e ritualística não têm nenhuma raiz com a Escócia (país situado ao norte da Bretanha), senão um longínquo elo de razão revolucionária adquirida na revolução puritana de Cromwell em 1.649 com a deposição dos Stuarts (reis católicos naturais da Escócia) do reino inglês. Na verdade o termo “escocês”, segundo alguns autores, como nome associado a um rito é oriundo de uma distinção existencial (alcunha) entre grupos maçônicos exilados em solo francês no século XVIII. Tanto que isso pode ser verificado ainda hoje, já que na Europa é comum o rito ser conhecido apenas como Rito Antigo e Aceito.
Ainda no que diz respeito do escocesismo, outra consideração importante é a de que desde a criação da sua estrutura original com o Rito de Héredon e os seus 25 graus até a criação do Supremo Conselho em 1.801 com 33 graus já sobre solo norte-americano, o Rito não conviveu com graus simbólicos próprios (originais). Historicamente se sabe que desde os primeiros tempos do Supremo Conselho Mãe do Mundo do REAA\, para praticar os três primeiros graus, o Rito se valeu das Lojas Azuis, ou do Craft norte-americano que, por sua vez, é filho espiritual da Maçonaria inglesa.
Na verdade, como REAA\, originalmente ele foi criado do grau 4 até o 33, cuja prática do franco maçônico básico (simbolismo) se fazia (e ainda hoje se faz na maioria das Lojas nos E.U.A.) através do Craft norte-americano, muito conhecido como Rito de York (americano).
O simbolismo original do Rito Escocês Antigo e Aceito só viria aparecer em 1.804 com o advento do primeiro ritual simbólico em solo francês. Isso aconteceria sob a égide do Segundo Supremo Conselho (o da França) e do Grande Oriente da França.
Assim esse primeiro ritual, mesmo em solo francês e por razões circunstanciais, acabaria influenciado pela vertente antiga de Maçonaria praticada pelas Lojas Azuis norte-americanas, isso porque o ritual teria sido estruturado por maçons franceses de retorno à França oriundos dos Estados Unidos da América do Norte. Essa é a razão da influência anglo-saxônica sobre o escocesismo simbólico.
Sob esse particular, destaque-se o panorama da prática maçônica que ocorria na França da época. Naquela oportunidade o sistema “antigo” praticado pela Grande Loja dos Antigos de 1.751 que se opunha a Grande Loja dos Modernos de 1.717 na Inglaterra, era completamente desconhecido dos franceses, já que a Maçonaria francesa vivia naquela oportunidade sob a influência inglesa da Grande Loja dos Modernos. Já os “antigos”, por razões históricas, influenciavam a Maçonaria norte-americana e as suas Lojas Azuis.
Em síntese esse é um capítulo que tem de ser observado à parte para melhor se compreender a existência dos termos “antigos e modernos” oriundos das escaramuças entre as duas Grandes Lojas rivais que, em 1.813, culminaria com a união e fundação da Grande Loja Unida da Inglaterra. Na verdade, todo esse teatro histórico influenciaria também a Maçonaria francesa e, por conseguinte os seus filhos espirituais como é o caso do REAA\.
Com a intenção de alertar para a complexidade do assunto é que produzi esse breve relato que vai acomodado na carruagem da história. Os fatos verídicos obrigatoriamente dependem de uma observação isenta dos acontecimentos. Assim, para não se fugir da regra, produzir algo que envolva a história e o simbolismo de um rito maçônico requer prudência e bom senso no tratamento dos fatos e na classificação acadêmica das evidências primárias.
Desse modo, eu sugiro que o Irmão planeje primeiro uma pauta indicando paulatinamente as suas dúvidas para que possamos juntos, na medida do possível, tentar esclarecer as dúvidas.

T.F.A.

PEDRO JUK


MARÇO/2017

terça-feira, 28 de março de 2017

PEÇA DE ARQUITETURA

Em 06/03/2017 o Respeitável Irmão Petrônio Cardoso, sem mencionar o nome da Loja nem o Rito, GOB-MG, Oriente de Campo Belo, Estado de Minas Gerais, solicita o seguinte esclarecimento:

PEÇA DE ARQUITETURA


O termo “Peça de Arquitetura" significa que no "Edifício Social", colocou-se mais uma "melhoria"... "aprimorou-se”?
É isso?

CONSIDERAÇÕES.

O termo “arquitetura” está simbolicamente relacionado à Maçonaria devido a Arte de Construir e o desenvolvimento do projeto da construção serem escopos da Ordem.
Essa relação esteve ligada literalmente à Maçonaria de Ofício (Operativa) na época dos construtores medievais e simbolicamente à Moderna Maçonaria que é especulativa por excelência. Essa afinidade pode, inclusive, ser observado pela adoção de instrumentos maçônicos de alto valor simbólico, como o Esquadro, o Nível, o Prumo, o Lápis, a Régua, etc. Graças a isso é que na totalidade dos ritos maçônicos, “Deus”, tem o título de o “Grande Arquiteto do Universo”, ou “Àquele” que arquitetou, planejou a Criação.
Sob esse ponto de vista simbólico, a prática da Moderna Maçonaria adotaria para o seu vocabulário palavras, títulos e convenções relacionadas à arquitetura, dentre as quais a da “peça de arquitetura” que é como se denominam os escritos produzidos pelos seus membros como trabalhos na Ordem.
Quanto ao que menciona sua questão, eu não diria que ela significa tão diretamente à melhoria ou aprimoramento do edifício social, mas sim daquele que o constrói, ou seja, mostra que o que produziu tem aptidão para construir o edifício. Talvez sob o ponto de vista indireto de aprimoramento do edifício, haja até possibilidade de se fazer alguma analogia nesse sentido.
Destaque-se que somente uma peça de arquitetura de boa qualidade pode contribuir, enquanto a de má qualidade é componente impróprio para a boa construção, daí não há como generalizar simplesmente o título ao ponto de ser ele um elemento de melhoria e aprimoramento do edifício, pois dele depende o conteúdo.
O título “peça de arquitetura”, prudentemente ficaria mais bem compreendido como sendo uma relação figurada do esmero da sua produção e da qualidade da sua substância.


T.F.A.

PEDRO JUK


MARÇO/2017.

PORTA DE EMERGÊNCIA

Em 05/03/2017 o Respeitável Irmão Arilton Barreiros de Souza, Loja Cidade Azul, REAA, GOB-SC, Oriente de Tubarão, Estado de Santa Cataria, pelo meu blog, formula a seguinte questão: http://pedro-juk.webnode.com/

PORTA DE EMERGÊNCIA


Minha questão; Recentemente o Corpo de Bombeiros para nos ceder o Alvará esteve vistoriando nosso templo. Foi nos exigida à abertura de outra porta que seria de emergência. Pergunto: nosso ritual diz que o templo tem apenas uma porta. O que fazer então? Agradeço e espero em breve tê-lo em nossa cidade para um encontro com os irmãos. Já conversei com você a respeito.

CONSIDERAÇÕES.

Isso realmente tem acontecido e tem causado um choque entre o uso do espaço de trabalho maçônico e a legislação que envolve a prevenção de incêndios e vias de abandono previsto pelo Código do Corpo de Bombeiros.
Entendo que nada impede que seja feita adaptação desde que essa saída de emergência se mantenha sempre fechada durante os trabalhos, sendo só utilizada se porventura ocorrer algum sinistro. De modo prático isso não fere o ritual, mas atende uma exigência legal exarada das leis do município onde se situa a Loja. Ademais não há simbolismo que ultrapasse o valor da segurança de uma vida humana, lembrando ainda que é nossa obrigação cumprir as leis constituídas e observar o progresso da ciência e das artes.
Tudo é uma questão de bom senso. No caso dessa passagem ela deve ser adaptada conforme regra aprovada pelas autoridades competentes (largura, sentido de abertura, etc.). Obviamente que no estudo para adaptação dessa saída emergencial há que se considerar a previsão dessa passagem emergencial sem ferir a decoração do Templo – isso é possível desde que o projeto seja elaborado por profissional da área sem a interferência dos palpiteiros.
É oportuno mencionar sobre as Lojas que estejam elaborando projeto arquitetônico para a construção de um Templo, atentem para esse detalhe. Isso previne adaptações e reformas futuras.


T.F.A.

PEDRO JUK


MARÇO/2017

domingo, 26 de março de 2017

USO DO MALHETE

Em 05/03/2017 o Irmão Rubem Carvalho Maia, Loja União Planaltinense, 3854, REAA, GOB-DF, Oriente de Planaltina, Brasília, DF, solicita esclarecimento para a dúvida seguinte através do meu blog: http://pedro-juk.webnode.com/

USO DO MALHETE.


Estou no grau de Aprendiz e pretendo fazer um trabalho sobre o uso do Malhete. Surgiu-me um questionamento:
Tanto do início quanto ao final dos trabalhos o Venerável e os Vigilantes batem o Malhete por 03 vezes totalizando 09 batidas cadenciadas e harmônicas. Qual o sentido dessas batidas harmônicas e o porquê disso?
Se tiver algum material de consulta também agradeço irmandade.

CONSIDERAÇÃO.

As pancadas por ocasião da abertura e encerramento correspondem à bateria do Grau, nesse caso a do Aprendiz. Ritualisticamente ela é dada no Oriente, no extremo do Ocidente e ao Meio-Dia por cada uma das Luzes da Loja, ou as Luzes Menores que são os dirigentes do canteiro.
Quanto à totalidade do número das percussões, a questão aqui não é a soma das percussões emitidas pelas Luzes, mas o seu número de pancadas percutidas por cada titular do malhete.
Em Loja de Aprendiz, o grupo de três pancadas significa a unidade ternária (objeto de estudo do primeiro grau) e corresponde a sua idade simbólica - T\ AA\.
No que diz respeito ao ritmo e intensidade das percussões, esses nada mais são do que atitude para dar uniformidade (harmonia) a essa prática ritualística.
Desafortunadamente muitos tratadistas tendenciosos ainda insistem em ver nas percussões dos malhetes motivos para manifestações de ocultismo e outras coisas do gênero. Ora, isso é mera bobagem perpetrada por quem ainda não aprendeu que a Maçonaria não é palco para proselitismos e revelações de credos pessoais.
Se despindo dessas especulações, o malhete é um pequeno malho, geralmente de madeira, do qual se sevem os Veneráveis das Lojas para a direção dos trabalhos maçônicos. Utilizados tanto pelo Venerável como pelos Vigilantes, eles servem tanto para chamar a atenção para um comunicado (um golpe de malhete), quanto para dar as baterias simbólicas pertinentes aos Graus de trabalhos da Loja.
Figuradamente, o malhete é o símbolo da autoridade, daí a sua relação com o Venerável e os Vigilantes atendendo a um Landmark imemorial da Ordem – uma Loja será sempre dirigida por três Luzes.


T.F.A.

PEDRO JUK



MARÇO/2017.

sexta-feira, 24 de março de 2017

ESTRUTURA BÍBLICA E A MAÇONARIA

Em 05/03/2017 o Respeitável Irmão Wesley Pereira dos Santos, Loja Virtus et Labor, Trabalho de Emulação, GOB-PR, Oriente de Maringá, Estado do Paraná, formula seguinte questão através do meu blog: http://pedro-juk.webnode.com/

MAÇONARIA E ESTRUTURA BÍBLICA.


Iniciei na instituição em 1978, e sempre ouvi dos doutos veneráveis a seguinte afirmação, que o Livro Sagrado da Maçonaria é a Bíblia. E que sempre o juramento do iniciado e ao galgar os graus é feito com a mão direita sobre a bíblia. Até ai tudo certo. Mas afirmam também que o juramento pode ser feito sobre qualquer outro livro respeitando a religião ou a fé do iniciado. Na historia da maçonaria, e muitos de seus graus são baseados na construção do templo de Salomão que é simplesmente uma lenda judaica, A Palavra de Passe do Grau de Companheiro foi retirada das Sagradas Escrituras, mais propriamente do Velho Testamento, Livro dos Juízes – Cap. 12. Outro exemplo cito Jaquim e Boaz origina da narrativa bíblica do Templo do Rei Salomão.....etc. etc.
Alguns graus filosóficos são graus com temas essencialmente cristãos, e cito como exemplo o grau 18, inteiramente cristianizado e a obrigatoriedade de ele ter que ser realizado nas quintas-feiras santas, no horário em que Jesus teria realizado a sua última ceia com seus discípulos. Essa tradição denota a inspiração cristã do grau, no sentido de que essa simbologia evoca um rito de passagem muito caro aos cristãos, que é a Santa Ceia. E não faltam outros exemplos; Escada de Jacó, Assim se toda filosofia maçônica é baseada na construção do templo de Salomão, como pode uma profano adepto do Islamismo vai seguir a filosofia maçônica que é toda judaica por essência. Por ultimo onde esta escrita que o individuo pode fazer o juramento sobre o alcorão ou qualquer outro livro religioso?

CONSIDERAÇÕES.

Na questão “o Livro Sagrado da Maçonaria é a Bíblia”, digamos que ele, independente do seu título religioso, seja o Livro da Lei do Maçom, onde ele, o maçom, perante o seu próprio código de moral e ética, exprime e presta a sua obrigação perante uma assembleia maçônica.
Obviamente que nos rincões terrenos do nosso Planeta de maioria cristã é mais do que natural à presença da Bíblia nas Lojas, entretanto nada impede que junto a ela também possa existir outro livro sagrado que seja pertinente à religião de alguém que terá de cumprir a liturgia iniciática da promessa e do comprometimento (juramento).
O termo “Livro da Lei” menciona então o Livro da religião do maçom, podendo ser ele o Corão, o Veda, a Torá, a Bíblia, etc.
Muitas vezes o Livro da Lei parece assumir sutilmente na Loja a característica representativa de uma religião, e isso ocorre devida a cultura comum da maioria religiosa do país onde se pratica Maçonaria, entretanto isso não significa prevalência ou preferência sobre as demais religiões e nem que a Maçonaria seja uma religião, até porque não é mote da Sublime Instituição apregoar qualquer divisão entre as crenças, desde que essas não atentem contra a lei, os costumes e a moral do país. É mote sim da Ordem Maçônica, além de promover a salutar convivência entre as religiões, também combater os atos de fanatismo e de superstição por entender que eles ocasionam flagelo para a Humanidade.
No que diz respeito à estrutura doutrinária dos ritos que compõem a Moderna Maçonaria, eu diria que por ser uma Instituição eclética ela reúne diversas lendas, alegorias e símbolos de inúmeras manifestações do pensamento humano, não só da Bíblia, mas também do Mitraísmo Persa, dos Mistérios de Elêusis, do Pitagorismo, do Hermetismo, etc.
Obviamente que existe prevalência de menções bíblicas na composição do ideário maçônico, isso pela razão das suas origens históricas à época da Francomaçonaria como herdeira direta das Associações Monásticas e das Confrarias Leigas. Não é demais lembrar que a Maçonaria floresceu a sombra da Igreja-Estado na Idade Média, portanto é bastante natural essa relação cultural, porém nunca, em razão disso, se deve fazer analogia como fosse ela uma doutrina religiosa – Maçonaria não é religião e nem se propõe doutrinar religiosamente alguém.
É natural que o maçom compreenda que o alicerce estrutural do simbolismo e da filosofia da Sublime Instituição é de construção simplesmente simbólica, cujos símbolos e alegorias propendem transportar o maçom ao aperfeiçoamento e isso, dentre outros, inclui respeitar à religião de outrem.
Todas as influências adquiridas das manifestações do pensamento humano pela Ordem maçônica visam principalmente elevar o homem ao respeito mútuo, ao amor ao próximo e à prática das virtudes.
Assim, todos os elementos colhidos das religiões pela Moderna Maçonaria servem como exemplo e formatam o projeto para a colheita dos bons frutos. Isso não é doutrina religiosa e as Lojas deveriam ensinar constantemente os seus membros a compreender essa importante diferença. Talvez se as Lojas se preocupassem mais com isso, não veríamos tantas tentativas que alguns insistem impor na tentativa de divulgar os seus credos pessoais com reverências às velas acesas, proferindo preces e orações, imaginando egrégoras(???), descarregando energias(???), vendo espíritos, imaginando que o Templo de Jerusalém fora construído por maçons, etc.
A Maçonaria ao mencionar lendas, narrativas e símbolos relacionados a textos e mensagens exaradas por livros religiosos, especialmente da Bíblia, não significa que ela está a divulgar uma religião. Religiões em Maçonaria são objetos de estudos históricos, filosóficos e de reflexão, não artifícios de doutrina.
Na construção de um Templo à Virtude Universal, proposta mor da Sublime Instituição, há que se aproveitar sociologicamente o elemento humano. Nisso aprendemos que no piso do Grande Templo, onde o Homem (Pedra Bruta) é trabalhado constantemente, mesmo existindo sobre ele diferenças entre raças, credos e religiões, nele haverá de reinar sempre a mais perfeita harmonia.
Assim a Maçonaria propõe que os seus adeptos vivam em perfeita união segundo os ditames da lei, independente se as suas crenças religiosas forem teístas ou deístas. Instruções, símbolos e alegorias que fazem parte do sistema velado maçônico não pertencem a nenhuma religião, mas sim de um sistema filosófico que procura afastar o Homem do obscurantismo e do erro. Participar desse teatro simbólico não é ato de conversão religiosa.

T.F.A.

PEDRO JUK


MARÇO/2017.