quinta-feira, 31 de outubro de 2019

LUZES COM O MALHETE OU SEM O MALHETE À ORDEM?


O Respeitável Irmão Álvaro Mattos da Costa, Loja Fé e Perseverança, 426, REAA, GOB-SP, Oriente de Jaboticabal, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão.

POSTURA DAS LUZES COM O MALHETE

 
Por favor nos Oriente se os Vigilantes, tanto no início como no encerramento dos trabalhos ficam de pé com os malhetes e como devem postar-se.

CONSIDERAÇÕES.

Infelizmente criou-se o hábito de que as Luzes da Loja (Venerável Mestre e Vigilantes) ao se colocarem à Ordem nos seus lugares, o fazem empunhando o malhete. Sem dúvida isso é um equívoco dos grandes, pois quem fica à Ordem, compõe o Sinal de Ordem com a mão, ou mãos se for caso.
Pousar o malhete no lado esquerdo do peito não é Sinal e esse gesto deve se restringir apenas a quando o titular, por dever de ofício, fora do seu lugar, precise estar munido do malhete – numa situação dessas então ele parado se coloca com o corpo ereto, pés em esq e pousa o malhete no lado esquerdo do peito.
Venerável Mestre e os Vigilantes quando à Ordem nos seus lugares deixam os respectivos malhetes e compõem o Sinal de Ordem normalmente.
Cabe salientar que há uma exceção para esse caso. Isso se dá quando o Primeiro Vigilante na abertura dos trabalhos cumprindo seu segundo dever em Loja de Aprendiz, do seu lugar verifica se todos os presentes nas Colunas são maçons. Assim, nessa oportunidade para hipoteticamente ele não demonstrar o Sinal àqueles que serão por ele examinados, o mesmo mantém então o seu malhete pousado no lado esquerdo do peito. Cabe mencionar que nessa oportunidade o Segundo Vigilante deixa seu malhete e fica também à Ordem como os demais.
Nesse sentido, salvo a ocasião mencionada no parágrafo logo acima, as Luzes deixam seus malhetes e compõem o Sinal de Ordem na forma de costume.
Mais informações poderão ser encontradas em http://ritualistica.gob.org.br/ no SOR – Sistema de Orientação Ritualística instituído pelo Decreto 1784/2019 do GOB.


T.F.A.

PEDRO JUK


OUT/2019


PRANCHETA DO MESTRE - UMA DAS JOIAS FIXAS DA LOJA


Em 22/07/2019 o Respeitável Irmão Neraldo de Araújo, sem mencionar o nome da sua Loja, Rito, Oriente, Grande Loja Maçônica do Mato Grosso do Sul, Estado do Mato Grosso do Sul, apresenta a dúvida seguinte:

PRANCHETA


Tenho acompanhado o vosso trabalho, por sinal, muito elucidativo. Sabe me dizer as medidas da Prancheta da Loja, tipo:
Tamanho 40 x 50 cm? Os ângulos do #, pelo que sei é de 90º. A dúvida é do X, quais os ângulos?

CONSIDERAÇÕES

A Prancheta do Mestre. Em se tratando do REAA ela é uma das Joias Fixas da Loja. Seu formato se constitui num quadro retangular construído na proporção de três partes no seu lado menor e quatro no maior.
Esse quadro fica apoiado no chão por um dos seus lados menores. Geralmente é colocado junto ao Altar ocupado pelo Venerável Mestre de modo que fique encostado na parte frontal do Altar tendo a sua face voltada para o Ocidente. Esse quadro geralmente possui medida de 0,36m x 0,48m.
Dois símbolos aparecem na Prancheta desenhados, um constituído por duas paralelas cruzadas que representa o “limitado”, e outro constituído um “X” (xis), também conhecido como Cruz de Santo André, cujo qual é a representação do “ilimitado”, ou do “infinito”.
Na Prancheta as paralelas cruzadas sempre aparecem na parte superior do quadro e o “X” na parte inferior. Em primeira análise, as paralelas cruzadas correspondem à consciência limitada do homem, enquanto que as linhas cruzadas feito uma cruz disposta diagonalmente (X) mencionam a incompreensão do homem diante da sapiência do Divino – as linhas que constituem o “X”, se prolongadas apontam para o infinito, para o incomensurável.
Esse conjunto alegórico remete à ideia de que o Mestre traça na Prancheta os planos terrenos, porém inspirado pela Sabedoria Divina.
As dimensões da Prancheta se dão pela união das hipotenusas de dois triângulos retângulos. O triângulo retângulo é tido como um símbolo de primeira grandeza, imprescindível na construção da esquadria – vide o Teorema de Pitágoras (47ª Proposição de Euclides). Graças a esse Teorema é que distâncias são calculadas, na astronomia e na engenharia. É sob essa lógica que ele é trado na filosofia iniciática como uma “Verdade Universal”. - Cabe lembrar que somos oriundos dos canteiros de construtores da Idade Média, portanto cálculos construtivos sempre estiveram presentes no Ofício.
O emblema das paralelas horizontais e verticais perpendicularmente cruzadas (feito o símbolo do jogo da velha) traz aspectos da esquadria e da figura geométrica plana do quadrado, enquanto que a o “X” (xis), ou Cruz de Santo André se apresenta como um símbolo heráldico no formato de uma cruz disposta diagonalmente. Os quatro ângulos internos concernentes ao cruzamento das linhas oblíquas representam cada um o quarto de círculo ou quadrante da circunferência, 90 graus, sistema altamente utilizado nas orientações. Sua característica de símbolo do ilimitado se dá porque cada uma das quatro pontas dos segmentos que formam a cruz disposta em diagonal pode se prologar ao infinito.
De modo prático, as Paralelas Cruzadas e a Cruz de Santo André também se constituem nos caracteres que formam o alfabeto maçônico.
Concluindo, a Prancheta é uma das Joias Fixas da Loja é representa a memória do Mestre, servindo de suporte para que ele trace os planos da Obra.


T.F.A.

PEDRO JUK


OUT/2019




quarta-feira, 30 de outubro de 2019

COLOCAÇÃO DO MESTRE DE CERIMÔNIAS NO ÁTRIO


Em 22/07/2019 o Respeitável Irmão Lauro Goerll Filho, Loja Justiça e Caridade, REAA, GOB-PR, Oriente de Paraíso do Norte, Estado do Paraná, formula a seguinte questão:

POSIÇÃO DO MESTRE DE CERIMÔNIAS


Atualmente, estou como Mestre de Cerimonias de minha Loja. Como sou novo no Oficio, apareceu uma dúvida em relação ao referido cargo: no Ritual, temos o seguinte: Ingresso do Préstito: Página 44 – 2.1 Abertura Ritualística – 5º Explicativo: Texto impresso no Ritual: “- Assim organizado, o M\ de CCer\ pondo-se à frente dará na porta de
entrada do Templo a Bat\ do Grau. O Cobr\ Int\ abrirá a porta. Sem o Sin\ de Ord\, a marcha terá início, entrando todos em silêncio ocupando cada qual o seu lugar conservando-se em pé, voltados para o eixo do Templo, ficando o M\ CCer\ à entrada do Templo para conduzir o Ven\ Mestre ao Trono, dirigindo-se em seguida ao seu lugar”
Fui questionado, por Irmãos, dizendo que eu deveria entrar a frente de todos e ficar no centro do Templo, a rigor, esperando todos entrarem, e quando o Venerável entrasse, eu deveria tomar-lhe a frente e conduzi-lo ao Oriente. Minha dúvida é essa: O Mestre de Cerimonias fica a porta do Templo, ou deve entrar no Templo, durante o Ingresso do Préstito?

CONSIDERAÇÕES.

A Loja nem mesmo ainda foi aberta e já começam as firulas ritualísticas que simplesmente não servem para nada.
De fato, o Mestre de Cerimônias não precisa se posicionar ao centro dentro do Templo para conduzir a entrada do préstito. Ora, não existe esse tipo de regra.
Assim, o Mestre de Cerimônias se coloca numa posição adequada no Átrio logo após ter dado as batidas na porta do Templo. Geralmente ele fica posicionado ao centro do vestíbulo, próximo ao Venerável e dali vai coordenando a ordem de entrada. Ao chegar a vez do Venerável Mestre (último a ingressar), o condutor toma-lhe a frente e o conduz até o Oriente – conduzindo, o condutor vai sempre à frente do conduzido.
Simples e ordeiro e sem invenção, esse é o procedimento.


T.F.A.

PEDRO JUK


OUT/2019

terça-feira, 29 de outubro de 2019

SISTEMA DE ORIENTAÇÃO RITUALÍSTICA - REAA


Através do News GOB Net um Respeitável Irmão de Loja do REAA, GOB-RJ, Oriente do Rio de Janeiro, apresentou as questões que seguem.

SISTEMA DE ORIENTAÇÃO RITUALÍSTICA – REAA - GOB


Seguem questões sobre as orientações ritualísticas do Rito Escocês Antigo e Aceito, para que possam ser sanadas duvidas que já existiam antes e outras depois da edição das orientações ritualísticas.

CONSIDERAÇÕES.

Cabe antes mencionar que as orientações que fazem parte do Sistema de Orientação Ritualística colocados no site do GOB na plataforma do GOB RITUALÍSTICA não se tratam de um Manual, porém orientações, adequações e correções sobre os rituais em vigência no Grande Oriente do Brasil
Vão a seguir os questionamentos acompanhados dos comentários do Secretário Geral de Orientação Ritualística do GOB.

1º Questionamento – Nos Itens 2, 9, 32 e outros que retornam a mesma orientação, fala que devemos trocar de altar dos Vigilantes que consta no ritual para mesas, só que gostaria de uma fundamentação do Irmão para esta troca, visto que os Vigilantes não estão no mesmo plano dos demais irmãos, o 2º Vigilante está um degrau acima do piso da Loja e o 1º Vigilante está a dois degraus acima. Como segue a definição de altar: Altar, do latim altare ou ara (latim clássico), plataforma alta semelhante a uma mesa constituída por uma rocha, elevação ou outra estrutura que possibilite ao sacerdote, líder ou mentor espiritual, sacrificar à divindade, ou divindades, em um templo religioso ou local sagrado. Como na definição fala em plataforma alta, os Vigilantes estão em plataformas altas dentro da hierarquia, um degrau, dois degraus e três degraus o Venerável Mestre. Até porque o profano é levado aos Vigilantes durante as suas provas de sacrifícios mesmos que simbólicos. Eu na minha humilde opinião acho que não devemos mexer nas trocas de altar por mesa, mas qual a melhor explicação dentro da orientação?

COMENTÁRIO
  1. Em que pese o termo Altar possa até aparecer no Ritual para os Vigilantes, em outras, no mesmo ritual, aparecem “mesas” para os Vigilantes – vide já na Disposição e Decoração do Templo no Ritual de Aprendiz, assim como em outros explicativos que se apresentam nos três rituais.
  2. Os degraus destacam os Vigilantes no Ocidente (hierarquicamente), todavia esses desníveis em relação ao piso ocidental não transformam as mesas dos Vigilantes em Altares. Em síntese, não é porque eles se encontram sobre estrados de um ou dois degraus que eles se caracterizam por altares.
  3. Plataforma, segundo a definição acima é o próprio altar e não os degraus que elevam as mesas dos Vigilantes. Primitivamente um altar era um bloco de pedra onde se proferiam os sacrifícios – ao que parece não é o caso dos Vigilantes, até porque como ancestrais dos “wardens” eles eram os auxiliares imediatos do Mestre da Obra e não sacerdotes religiosos.
  4. Como bem define o termo, o Altar é uma mesa para compromissos, consagração e sacrifícios, o que não ocorre sobre as mesas dos Vigilantes. Altar é aquele ocupado pelo Venerável Mestre pois nele genuinamente o Iniciado prestava o seu juramento (compromisso). Com isso, mais tarde, criou-se uma extensão desse Altar ficando logo à frente dele para a realização dos Juramentos (daí surge o Altar dos Juramentos). Com base nessa tradição é que a mesa ocupada pelo Venerável Mestre ainda possui a conotação de Altar, enquanto que os Vigilantes não processam nenhum ato nesse sentido. As portas simbólicas que o candidato bate não são elementos de sacrifício, mesmo que ligados às provas pelos elementos. As portas do Ocidente, Meio-Dia e Oriente representam o caminho do Sol (vide as janelas no Painel). Toda essa alegoria não representa nenhum sacrifício do Candidato, mas busca pela Luz.
  5. Ambiente sagrado em Maçonaria significa consagrado aos trabalhos maçônicos. A sagração é dar dignidade ao ambiente e nada tem a ver com religião ou crenças individualizadas.
  6. O espaço de trabalho maçônico não é um templo religioso para possuir altares. Apenas o ocupado pelo Venerável que traz na sua tradição o antigo lugar dos compromissos. Embora a orientação do espaço tenha a influência da igreja (por razões históricas dos nossos ancestrais), a disposição do Templo Maçônico somente viria aparecer nos meados do século XVIII na Inglaterra e, afora a sua orientação influenciada pela Igreja, a disposição e topografia do mobiliário é baseada no parlamento inglês, o que não é de se estranhar já que a Moderna Maçonaria viera nascer na Inglaterra no primeiro quartel do século XVIII.
  7. Por mais esforço que se faça, não há como manter o anacronismo de se achar que as mesas ocupadas pelos Vigilantes são altares à moda religiosa.
  8. Em que pese o candidato ser levado ao 1º Vigilante para uma oração em seu favor, o fato não nos autoriza a chamar aquele lugar à noroeste da sala da Loja onde fica o Primeiro Vigilante como Altar. Essa tradição vem, por influência da igreja, desde a época das Guildas de Construtores do século X, quando o admitido no ofício era recebido pelo Segundo Vigilante que lhe passava as primeiras instruções e posteriormente levava o admitido ao Primeiro Vigilante que lhe proferia uma oração. Isso também era feito pelo Mestre da Loja. É bom lembrar que isso acontecia nos canteiros das construções medievais e nem existiam templos maçônicos nessa época – a questão era operativa. Reitero, nada disso nos conduz a chamar a mesa do Vigilante de altar.

2º Questionamento – No item 67, fala na justificativa que o Mestre de Cerimônias apoia a base do bastão no chão no encerramento e na abertura não se menciona nada. A Dúvida qual o posicionamento correto, apoia no solo ou não e o motivo explicativo para que seja apoiado? E outro questionamento quanto qual a mão de condução do bastão, direita ou esquerda ou é indiferente?

COMENTÁRIOS
  1. Nada existe de iniciático nisso. Apoia-se o bastão no chão simplesmente por ficar mais confortável quando se está em pé e parado. Em deslocamento, para não o arrastar no chão, obviamente que o titular o mantém com a base distanciada do chão durante o percurso.
  2. Reitero. O bastão é um simples elemento que distingue o Oficial. Parado, fica com ele apoiado no chão. É bom que se diga que o bastão quando não está em uso fica descansando num dispositivo que fica no chão. Portanto, cai por terra qualquer ilação de que o bastão não pode ficar descansando sobre o solo. Ideias nesse sentido não se coadunam com uma Instituição que combate a superstição.
  3. Nada existe de especial que proíba o titular a apoiar o bastão no chão quando estiver dele munido e parado. A Maçonaria não é lugar para crendices particulares.
  4. O Mestre de Cerimônias sempre conduz o bastão com a sua mão direita. Isso é consuetudinário no seu ofício. A exceção é quando ele bate na porta para a entrada do préstito. Nessa ocasião ele passa momentaneamente o bastão para a mão esquerda para bater maçonicamente na porta. Em seguida volta a o empunhar com a mão direita.
  5. Ao término das orientações para os três rituais, haverá um rol de procedimentos mais detalhados sobre a postura e condução com instrumentos de trabalho – bastão, espada, bolsas, malhetes.

3º Questionamento – No item 68, concordo que o 1º Vigilante deva dar o golpe de malhete para ficar firmado o fechamento da Loja. E vem um questionamento o Venerável Mestre e os Vigilantes devem fazer o sinal de ordem ou sempre empunhar os malhetes?

COMENTÁRIOS.
  1. Venerável e Vigilantes fazem o Sinal de Ordem com a mão (mãos se for o caso). Assim, deixam seus malhetes, salvo as exceções previstas no Ritual.
  2. É equivocado o costume de se achar que as Luzes quando à Ordem empunham malhetes. Essa é uma ideia ultrapassada e não faz sentido nenhum.

4º Questionamento – É Obrigatória a saída do Pavilhão Nacional depois da sua Saudação nas Sessões Magnas. Mas ao final da saudação, já que muitas sessões ela é feita com a presença de profanos, podemos deixá-la no Templo? ou não devemos fazê-la com profanos no templo?

COMENTÁRIOS.
  1. Nada tem a ver com não iniciados no Templo. Nas Sessões Magnas (com ou sem a presença de não iniciados) existe o cerimonial para o ingresso e retirada do Pavilhão Nacional – vide Decreto 1476/2016. Assim se o Decreto prevê a sua retirada, a Bandeira é saudada e retirada do recinto conforme as regras previstas no citado Decreto. Obviamente que na presença de não iniciados ficam abolidos os Sinais.
  2. Não há ingresso e retirada do Pavilhão nas Sessões Ordinárias, destacando-se que nelas a Bandeira já estará hasteada dentro do Templo. Nessas sessões não há retirada formal do Pavilhão.

5º Questionamento - No Item 167, fala em tirar o punhal, por não ser um utensílio do REAA, só que a joia dos Expertos é o punhal. Como Explicar essa divergência de ser ou não um instrumento do REAA?

COMENTÁRIOS.
  1. A joia distintiva do Experto é um punhal para se diferenciar da espada como joia distintiva do Porta-Espada no REAA.
  2. Em lugar nenhum do ritual você verá a utilização do punhal na liturgia. Essa arma é utilizada no Craft, onde nem o Experto existe. No Rito de York (Craft) é utilizado um punhal quando o candidato pede ingresso. No REAA, em duas oportunidades, o candidato tem apontada e apoiada na sua região cordial uma espada. Na primeira, é a própria arma do Cobridor; na segunda o Experto faz pousar no peito do candidato uma espada. Nenhuma das ocasiões se faz uso do punhal no REAA.
  3. Divergência, pelo que eu entendo há no ritual quando manda o Cobridor e o Experto pousar no peito do candidato uma espada e depois displicentemente menciona “ou punhal”. Ora, como “ou punhal” se no ato litúrgico esse objeto não é nem mencionado – vide no ingresso do Candidato e na pergunta do Venerável se ele vê ou sente alguma coisa.
  4. Entendo também que a pergunta nem procede pois é mais do que conhecido que os Expertos no REAA, quando necessário usam espadas, não punhais.

6º Questionamento – no Item 172, fala em trocar “inventa” por “cria”, entendo como sinônimas, por isso na minha humilde opinião não devemos alterar. Sinônimos de Inventa é sinônimo de: cria, compõe, concebe, imagina, fantasia, mente, urde, forja, maquina, alega, pretexta.

COMENTÁRIO.
  1. Em filosofia iniciática o verbo “criar” é mais condizente com o substantivo “Criador”. Como um rito deísta que tem forte apelo deísta na sua doutrina iniciática, a “Sabedoria” é o próprio “Criador”. Muito mais apropriado é que o GADU, O Criador de tudo que existe, existiu e existirá, “crie” e não invente e nem fantasie, etc. O Irmão precisa entender que o dicionário abrange o vocábulo de modo amplo, todavia há situações que as definições precisam se ajustar ao contexto.

7º Questionamento – Quando vamos falar em Loja devemos fazer a saudação as Luzes e depois intitular todas os portadores de cargos, ou simplesmente usarmos a expressão demais irmãos dar celeridade na sessão?

COMENTÁRIOS
  1. Quem usa a palavra não saúda ninguém, porém cumpre a maneira protocolar de se dirigir à Loja ou assembleia de maçons. Assim, deve ficar à Ordem e se dirige por primeiro às Luzes da Loja (os que detêm o malhete), em seguida autoridades e demais Irmãos presentes. É anacrônico e improdutivo que nesse momento o usuário da palavra fique mencionando cada autoridade e outros presentes. Basta que ele mencione as Luzes e, de modo genérico “autoridades presentes”, por fim, “meus Irmãos”.
  2. Mencionar autoridades e cargos individualmente não é proibido, porém não é de boa geometria.
  3. O usuário da palavra também pode, após se dirigir às Luzes, eleger uma das autoridades para em nome dela saudar os demais (é muito mais prático e elegante).
  4. Se dirigir a alguém estando à ordem não significa saudação. Conforme especifica o Ritual, saudações em Loja aberta somente são feitas ao Venerável Mestre quando da entrada e saída do Oriente, ou às Luzes da Loja quando da entrada formal, ou ainda em retirada definitiva do Templo.


T.F.A.

PEDRO JUK
Secretário Geral de Orientação Ritualística.


OUT/2019



segunda-feira, 28 de outubro de 2019

MOMENTO DE DAR A PALAVRA DE PASSE


Em 22/07/2019 o Respeitável Irmão Adroaldo B. Araújo, Loja 14 de Julho, 1.973, REAA, GOB-PR, Oriente de Maringá, Estado do Paraná solicita comentários sobre o que segue:

PALAVRA DE PASSE.


Espero que estejas na mais perfeita saúde. Como já falamos por fone alguns dias atrás, estou enviando está mensagem a respeito da Palavra de Passe nos Graus 2 e 3. Uma das últimas vezes que falei com o saudoso Ir. Chico Trolha sobre as Palavras de Passe ele concordou comigo e até me deu um ritual que falava onde deveria ser cobrado a palavra, "na entrada do Templo, pelo Irmão Cobridor". Já que na pag. 88 do ritual de Companheiro Maçom afirma que "a ocasião de a dar é ao entrar em Loja". Gostaria de ouvir seus comentários a respeito.

CONSIDERAÇÕES.

Sem dúvida, essa Palavra que serve como uma senha de reconhecimento foi criada para ser utilizada quando do ingresso no Templo por um Irmão desconhecido.
À parte os seus significados iniciáticos, ela é a chave de passagem dos graus de Companheiro e Mestre, não existindo, entretanto, no grau de Aprendiz por ser o início da jornada iniciática.
Assim, a Pal de Pas, para os ritos que a adotam, de modo prático ela serve como uma senha que é transmitida somente na ocasião de se ingressar nos trabalhos que estão em andamento. Sob o aspecto litúrgico essa Pal reforça o aperfeiçoamento iniciático, sobretudo como condição de passar de um para outro grau – as lendas a elas relacionadas confirmam essa expectativa. Primeiro com Jefté, general gleadita na guerra amonita durante a passagem do Rio Jordão e, em segundo com o personagem tido como o 3º filho de Lamec como Zilá ou Sella.
Infelizmente muitos tratadistas, provavelmente por desconhecerem as suas origens e objetivo (passagem), inserem indiscriminadamente a Pal de Pas diretamente no telhamento, o que não é recomendável, já que nem sempre um telhamento é executado para se ingressar no Templo, mas também para se verificar a qualidade maçônica de alguém independentemente dele estar diante da porta da Loja.
Assim, a verificação da qualidade maçônica se faz pelo exame de costume – Sin, Toq e Pal Sagr do Grau. Se a ocasião for para um Irmão desconhecido ingressar no Templo, então soma-se ao telhamento tradicional ainda a tomada da Pal de Pas.
Em Loja aberta, dentro do Templo não se toma a Pal de Pas de ninguém. Por assim ser é que nos graus que requerem, para a abertura dos trabalhos a verificação individual no Ocidente pelos Vigilantes, eles, ao percorrerem as CCol no exercício do seu ofício não tomam a Pal de Pas, todavia, junto ao Sin e ao Toq, requisitam apenas a Pal Sagr.
Concluindo, reitera-se: Pal de Pas somente é transmitida no Átrio se a necessidade exigir, nunca no interior do Templo. À exceção é quando ela é transmitida para conhecimento durante as instruções do grau.

P.S. Nas orientações que farão parte do Sistema de Orientação Ritualística, eu já fiz essa correção no ritual.



T.F.A.

PEDRO JUK

OUT/2019