domingo, 30 de maio de 2021

GRAVAÇÃO SONORA DA SESSÃO PELO SECRETÁRIO

 

Em 11.09.2020 o Respeitável Irmão Ailton Cal de Brito, Loja Deodoro da Fonseca, 1508, REAA, GOB-RJ, Oriente de Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, formula a pergunta seguinte:

 

SECRETÁRIO GRAVANDO A SESSÃO.

 

O Secretário de uma Loja pode gravar o que os irmãos falam na Sessão, para posteriorme
nte passar para a Ata?

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Bem... Apesar de não ser esse um assunto pertinente à minha esfera de atuação, pois não trata nomeadamente de liturgia, ritualística, nem de filosofia e nem da história da Ordem, mesmo assim vou deixar as minhas colocações a respeito, contudo, afirmo desde logo que elas não devem ser tomadas como resposta laudatória dada pelo Secretário Geral de Orientação Ritualística do GOB. Assim, trata-se apenas da minha “opinião”.

No que diz respeito a sua questão propriamente dita, eu desconheço até o momento existir algum instrumento legal na Obediência que trate especificamente dessa prática, ou seja, a de gravar ou não sonoramente uma sessão maçônica.

Eu particularmente vejo isso como um excesso, ate porque a praxe sempre foi a de que o Secretário anote antes em rascunho (que depois deve ser extinto) todos os acontecimentos para lhe servirem de subsídio para a confecção da ata (balaústre), cuja qual deverá ser apresentada em Loja aberta na próxima sessão do grau para a sua competente aprovação (vide o ritual em vigência).

Desse modo, a minha opinião é a de que anotações por escrito para esse fim já são mais do que suficientes, dispensando-se, portanto, quaisquer outros artifícios para dar suporte à elaboração da ata.

Assim, a gravação sonora por meio eletrônico me parece ser completamente desnecessária. Destaco mais uma vez que essa é só a minha opinião.

Se pode ou se não pode ser gravada sonoramente a sessão, cabe ao Orador da vossa Loja averiguar se é legal esse procedimento. Eu, como disse, acho isso um exagero, mas...

Sem querer me desviar do assunto, acho oportuno lembrar que o que está bem claro no Ritual é que a ata deve ser lida na mesma sessão em que ela será colocada para aprovação, portanto esse é um ponto pacífico. Definitivamente não é regular a proposta de alguns que querem que a ata seja confeccionada e antes remetida por meio eletrônico aos Irmãos para que eles tomem dela conhecimento fora da sessão antes da aprovação. Querem justificar essa ilegalidade (contrário ao que prevê o ritual) com um “pretenso ganho de tempo”. Ora, ganha-se tempo em se eliminando os intermináveis e rançosos discursos que alguns proferem quando usam a palavra em Loja.

Concluindo, na minha opinião gravar sonoramente uma sessão maçônica privativa para maçons, além de desnecessário, pode também facilitar o descumprimento do Landmark do sigilo. Desse modo, sem ser laudatório é o que eu penso a respeito.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

MAIO/2021

 

 

EXPLICAÇÕES RELATIVAS AO PAINEL DO MESTRE MAÇOM - REAA

 

Em 11.06.2020 o Irmão Antônio Sávio Santana Dionizio, Companheiro Maçom da Loja Piauhytinga, 1.521, REAA, GOB-SE, Oriente de Estância, Estado de Sergipe, apresenta o que segue:

 

EXPLICAÇÕES SOBRE O PAINEL DE MESTRE

 

Estou fazendo pesquisas pra exaltar ao Grau de Mestre, acompanho o seu blog sobre maçonaria e já foi muito útil em minha caminhada, desta vez venho através dessa mensagem pedir ajuda no tema “SIMBOLISMO EXISTENTE NO PAINEL DO GRAU E NO PAINEL DO RITO”, preciso de explicações mais suscitas sobre o tema para que eu possa prosseguir no meu trabalho e alcançar o Grau de Mestre.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

O Painel da Loja de Mestre encerra todo o simbolismo que cerca a Grande Iniciação, cujo cerimonial ocorre com a cerimônia de Exaltação ao sublime grau de Mestre Maçom do REAA, à última etapa do simbolismo na jornada iniciática que conduz à plenitude maçônica.

No caso do REAA, rito de origem francesa, é preciso ter cautela quanto a interpretação do Painel do Terceiro Grau, pois por muito tempo boa parte dos rituais brasileiros traziam (alguns ainda trazem) um painel da Maçonaria anglo-saxônica no escocesismo, o que acabava causando alguns paradoxos no trato com a doutrina e a explicação dessa alegoria. O ritual do GOB em vigência, nele à página 86, está o painel correto para o REAA. Vale repetir que existe diferença no conteúdo simbólico entre os Painéis franceses e as Tábuas d



e Delinear inglesas. Cada conteúdo é pertinente à lenda e a forma de como ela é contada e representada.

Por óbvio que o conteúdo dos símbolos se associa à m e a ressur tal como ela é contada na Lenda de HA. Em linhas gerais a finitude da vida fica evidente pelos eembl da mort. O conteúdo do quadro deve coincidir com a narrativa, daí a razão pela qual se deve respeitar a originalidade de cada Rito.

Nesse caso, o Painel do REAA, rito de origem francesa, é exatamente o Painel que está presente no Ritual do GOB como aqui já mencionado.

Nele, o esq simb menciona o assas do Arq, destacando as suas influências deístas de um rito solar (francês), onde o personagem H é apresentado como o Sol que alegoricamente é golpeado uma vez por ano, pelos três meses do inverno, o que faz com que a Terra dele fique, por um período, a sua viúva – inverno, menos luz e os ff da v.

Indisfarçavelmente esse conjunto emblemático foi decalcado nos cultos solares da antiguidade (vide essa história). A título de ilustração, lembro que o Grau de Mestre é recente na história da Maçonaria. Ele foi criado como grau especulativo apenas em 1725. O antigo Mestre não era “grau”, porém um cargo profissional denominado Companheiro do Oficio onde geralmente o mais experiente é que era conduzido ao “cargo” de Mestre (o dono ou o dirigente) da corporação profissional na primitiva Maçonaria de Ofício, ou Operativa.

No intuito de auxiliar nas suas pesquisas, destaco que a Lenda d 3º Grau somente veio aparecer depois da criação do Grau de Mestre. Para as devidas adaptações para o então Grau recém-criado no século XVIII na Inglaterra, a Lenda Hirâmica muito provavelmente foi adaptada de uma Lenda Noaquita (Noé e seus três filhos) onde H acabaria se tornando o personagem principal. Isso pode ser constatado no T do M pelos C PP PP do Mestrado da atualidade, cujo costume fora haurido do cargo de Companheiro operativo, já que esses C PP PP eram primitivamente utilizados numa Lenda Noaquita e eram conhecidos como os C PP PP do Companheirismo.

Uma das particularidades do Painel original do REAA é trazer o túm simb como que em relevo e coberto por uma mort negra e decorada por duas faixas que se cruzam perpendicularmente – uma longitudinal e outra transversal.

Provavelmente essas faixas (linhas) ali estão como referências da passagem do Sol pela abóbada na sua aparente revolução anual. Não à toa que os pp que compõem a Marcha do 3º Grau simulam o movimento ilusório do ir e voltar do astro rei de um para outro hemisfério produzindo os equinócios e solstícios de verão e inverno. A bem da verdade a Lenda de H A, contada e representada nas cerimônias maçônicas traz “esotericamente”, para alguns ritos, explicações relacionadas a essa alegoria solar.

Devo ainda lembrar que esse conjunto emblemático é lendário e têm como principal objetivo aplicar lições de moral, ética e sociabilidade. O maçom não deve olhar para essa representação lendária como uma matéria da academia da História, pois ela é apenas e tão somente um conto em que o personagem principal nos incita a compreender que a “Luz” do esclarecimento jamais sucumbirá perante as trevas da ignorância.

Ao concluir saliento que é imperativo o maçom compreender o que esse Painel e a sua exposição lendária representam para a passagem e transição do Mestre no momento da sua ressurreição a caminho do Oriente.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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MAIO/2021

 

quinta-feira, 27 de maio de 2021

LEITURA DAS SINDICÂNCIAS E ESCRUTÍNIO SECRETO


 

O Respeitável Irmão José Ferreira, sem mencionar o nome da Loja, Oriente e Estado da Federação, Rito Brasileiro, GOB, apresenta a dúvida seguinte:

 

LEITURA DAS SINDICÂNCIAS

 

Eminente Irmão Pedro Juk. Em minha Loja praticamos o Rito Brasileiro do GOB. Acompanho seu blog regularmente, pois o vejo como um veículo de crescimento no conhecimento maçônico. Permita-me por favor, perguntar se o ato da leituras das sindicâncias pode ser independente do escrutínio secreto, ou seja, é ilegal ou significa quebra ritualística fazer a leitura das sindicâncias e demais peças do processo em uma sessão e fazer na sessão seguinte apenas a leitura do parecer da comissão de Ad. e Graus e em seguida correr o escrutínio? Desde já agradeço profundamente sua orientação.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

A praxe (uso e costume) tem sido de que as sindicâncias, que fazem parte do expediente de admissão de candidato sejam lidas na mesma sessão marcada para circular o escrutínio secreto. Geralmente, antes do escrutínio, o Venerável Mestre, de posse das três sindicâncias, distribui duas delas ao Orador e Secretário para que sejam feitas as leituras junto com ele – conferir se não há contradições entre elas (esse modo agiliza os trabalhos). Se o Venerável preferir, por ser prerrogativa dele, ele mesmo pode ler, dando conhecimento à Loja, de todo o expediente relativo a esse processo admissão.

Lidas as sindicâncias e demais afins, o processo de escrutínio prossegue (na mesma sessão) atendendo ao previsto nos Artigos 16, 17, 18 e 19 do Regulamento Geral da Federação.

Ilustro essas considerações mencionando o que prescreve o Art. 18 do RGF, principalmente:

Art. 18 - Lido o expediente na íntegra (o grifo é meu) pelo Venerável Mestre, sem mencionar os nomes dos apoiadores e dos sindicantes, será aberta discussão sobre a admissão do candidato.

Parágrafo único – Uma vez iniciada a leitura do expediente, o escrutínio não poderá ser interrompido, suspenso ou adiado, devendo ser concluído na mesma sessão (o grifo é meu).

Embora essa não seja a minha especialidade, a de interpretar diploma legal, me parece que o Regulamento Geral da Federação prevê claramente que a leitura do expediente pertinente à admissão do candidato se dê na mesma sessão em que ocorrerá o escrutínio secreto.

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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MAIO/2021

 

 

domingo, 23 de maio de 2021

SAUDAÇÃO OU MODO PROTOCOLAR DE SE DIRIGIR À LOJA (USO DA PALAVRA)


Através do News GOB Net do GOB, um Respeitável Irmão praticante do REAA deixou a seguinte questão:

 

SAUDAÇÃO ÀS AUTORIDADES EM LOJA ABERTA

 

Ao fazer o uso da palavra em Loja aberta com a presença de um Grão-Mestre que declinou do direito de presidir a sessão, devemos saudar como autoridades maiores da Loja aberta em primeiro lugar o Venerável Mestre, os Vigilantes e em seguida as autoridades presentes? Em Loja fechada entendo ser diferente onde deve se usar os Artigos 219 e 220 do RGF. Mas aberta a Loja as Luzes são as maiores autoridades. Estou certo?

 

CONSIDERAÇÕES

 

Correto. Menciona-se protocolarmente por primeiro os detentores dos malhetes (Venerável Mestre, 1º e 2º Vigilantes), ou seja, os dirigentes do trabalho (canteiro).


A posteriori as autoridades, começando pelas que porventura ocupem as duas cadeiras de honra que ladeiam o trono. É recomendável que ao se mencionar as autoridades, faça-o citando apenas uma delas para que em seu nome todas as demais se sintam mencionadas.

Cabe aqui uma observação. As Luzes da Loja não são as “maiores autoridades”, já que aquelas (autoridades) que porventura estiverem presentes não perdem o seu status. A questão é para quem o usuário da palavra deve se dirigir protocolarmente por primeiro. No caso é para as Luzes porque são elas que estão dirigindo a Loja naquele instante (são simbolicamente os donos do canteiro) – nota-se estar com eles o símbolo de autoridade que é o do porte do malhete. É bom lembrar que em termos de “autoridade”, a maior presente é o Pavilhão Nacional, seguida do Grão-Mestre e demais mencionados nos nossos regulamentos.

Outro aspecto que merece consideração é o de que esse procedimento não é saudação maçônica, contudo é modo protocolar consagrado no Rito de se dirigir à Loja. Note que saudações em loja são penas feitas ao Venerável Mestre quando da entrada e saída do Oriente ou às Luzes da Loja por ocasião da entrada formal ou retirada definitiva do Templo (ritual de Aprendiz do REAA em vigência, dele a página 42). Desse modo, o usuário da palavra ao se dirigir à Loja não está “saudando” ninguém, mas sim se utilizando da forma protocolar de se dirigir à assembleia de maçons. Lembro também que saudação é feita pelo Sinal Penal do Grau e não apenas com a composição do Sinal de Ordem executada para cumprir a regra de que em se estando em pé em Loja aberta deve se permanecer à Ordem. Em síntese, estar à Ordem não significa saudação. Também nominar autoridades nada tem a ver com as Luzes da Loja.

No tocante a sua colocação sobre Loja fechada e os citados artigos do RGF, penso que é questão irrelevante, pois em Loja fechada não se faz uso da liturgia maçônica. Em síntese, Loja fechada significa que ela não está em trabalho, isto é, inexistente na oportunidade. Soa estranho alguém pedir a palavra em Loja fechada (sem que tenha sido formalmente declarada aberta).

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK - SGOR/GOB

jukirm@hotmail.com

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MAIO/2021

 

sexta-feira, 7 de maio de 2021

BASTÃO DO MESTRE DE CERIMÔNIAS DO REAA - DIMENSÕES

 

Em 07/09/2020 o Respeitável Irmão Zacarias Ribeiro Neto, Loja Cristo Redentor, 136, REAA, GLMECE (CMSB), Oriente de Ipueiras, Estado do Ceará, apresenta a dúvida seguinte:

 

COMPRIMENTO DO BASTÃO

 

Cumprimentando-o pela generosa contribuição que sempre dá esclarecendo as dúvidas dos Irmãos, gostaria de saber as medidas e detalhes dos bastões do Mestre de Cerimônias e dos


Diáconos. Tal solicitação se deve pela dificuldade em obter tais informações.

 

CONSIDERAÇÕES.

 


Não existe nenhuma regra excessivamente rigorosa para as medidas do bastão que serve como objeto de trabalho do Mestre de Cerimônias no REAA. Ele é apenas u
m elemento distintivo do cargo não existindo para ele nenhum comentário de caráter iniciático-esotérico que possa exigir medidas precisas.

Em que pese alguns rituais do escocesismo mencionarem a utilização do bastão também pelos Diáconos, rigorosamente na tradição do REAA o único oficial que utiliza bastão é o Mestre de Cerimônias.

No que diz respeito ao comprimento e diâmetro do bastão - geralmente de madeira e de formato cilíndrico – ele tem sido de 1,80 metros (da sua base ao topo) e espessura de 2,5 centímetros de diâmetro (mais ou menos uma polegada). Sobre seu topo ainda vai fixada a joia do cargo do Mestre de Cerimônias que é uma peça de metal dourada no formato de uma pequena régua graduada. Uma peça triangular que é muitas vezes utilizada não é original do REAA.

Na maçonaria anglo-saxônica os Diáconos portam “varas” ou “canas”. Como dito, no REAA, rito de origem francesa, os Diáconos são os mensageiros que relembram os antigos oficiais de chão e não possuem bastão como seu objeto de trabalho. No REAA

originalmente não há formação de pálio e nem intersecção de bastões ao alto.

Mesmo que contraditórios, rituais em vigência devem ser rigorosamente cumpridos. Assim, mesmo existindo rituais onde porventura equivocadamente mencionem Diáconos portando bastões, estes objetos possuem dimensões análogas às do Mestre de Cerimônias.

Vide também o uso de bastões pelas Blue Lodges na maçonaria norte-americana (conhecido também como York Americano), contudo não confundir com práticas do REAA.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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MAIO/2021

terça-feira, 4 de maio de 2021

SER REPRESENTADO NO TRONCO POR OUTRO IRMÃO

 

Em 17/09/2020 o Respeitável Irmão Carlos Fernandes dos Santos, Loja Acácia, 0177, REAA, GOB-RJ, Oriente de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, formula a seguinte questão:

 

COLOCAR O TRONCO POR OUTRO.

 

Em época não tão distante, tínhamos um costume de pedir a outro Irmão que nos representasse no Tronco de Beneficência quando não podíamos, por algum motivo de força


maior estar de corpo presente em uma dada sessão. Entendíamos que essa prática era benéfica para Loja e para o propósito do Tronco. Essa prática com o tempo caiu em desuso, alguns irmãos dizem que fora proibida pelo GOB, mas o documento com essa publicação até hoje não encontrei. Qual o mal que isso traria para a Instituição, já que as Lojas possuem autonomia própria para dar o destino ao Tronco da melhor forma em benefício dos irmãos e/ou seus dependentes? Gostaria de um parecer do irmão.

 

CONSIDERAÇÕES.

 

Não se trata de proibição, mas sim de um retorno ao verdadeiro significado desse ato ritualístico. A bem da verdade, ser representado na coleta do Tronco sem estar presente na sessão é atitude incorreta.

Para os ritos que possuem a coleta pelo giro em Loja, o resultado da coleta deve ser apurado e anunciado na mesma sessão em que houve o giro, isto é, na presença dos Irmãos presentes nos trabalhos. Essa atitude tem o fito de reforçar a lisura que sempre deve acompanhar as práticas maçônicas.

A caridade em Maçonaria é sigilosa e para tal aprendemos que em Maçonaria o Tronco da Solidariedade, ou de Beneficência, simboliza a expressão lata de como se praticar a caridade com sigilo e sem ostentação. Assim, o giro não permite que se saiba quem deu mais ou menos, ou quem nada pode dar naquela oportunidade.

Atendendo a esse ensinamento é que o coletor e o contribuinte se colocam de forma peculiar quando do ato da coleta.

“Tu, porém, ao dares a esmola, ignora a tua mão direita o que faz a tua esquerda”.

Quanto aos recursos que cada um pôde dispor para a caridade, o ensinamento praticado desde a Iniciação inspira-se na oferta da “pobre viúva”, cuja contribuição, oferecida da sua própria indulgência, o Divino Mestre considerou mais importante do que todas aquelas advindas dos que ofereceram da sua própria riqueza.

Desse modo, o costume é de que apenas os presentes na sessão devem participar da coleta, não sendo apropriado alguém fazer e anunciar a doação por outrem que não esteja presente no ato.

De modo prático, se alguém quiser reforçar o Tronco doando por um Irmão ausente, que então o faça sigilosamente, porém sem fazer comunicação à assembleia. Ora, o importante não é saber quem deu, quanto deu ou se nada naquele momento poder dar. O importante é o ato de solidariedade que está ali sendo representado – a doação não precisa de vir acompanha de “toques de trombeta”.

Cabe mencionar que certos fatos merecem ser vistos sob a óptica da ética e da moral e não pela autonomia da Loja, por exemplo. Obviamente que o produto do tronco é para os necessitados e as doações arrecadadas no giro ficarão à disposição do Irmão Hospitaleiro, que é o oficial que simboliza a virtude da caridade.

Atente-se que por trás da liturgia da coleta há uma belíssima mensagem que é a de se fazer caridade com justiça e sem ostentação.

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

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MAIO/2021