segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

FALAR SENTADO NO ORIENTE E CIRCULAÇÃO DO DIÁCONO POR TRÁS DO TRONO


Em 21/11/2019 o Respeitável Irmão Washington José de Almeida Aranha, Loja Obreiros de Canaan, 2.750, REAA, GOB-RJ, Oriente de Rio das Ostras, Estado do Rio de Janeiro, apresenta as dúvidas seguintes:

FALAR SENTADO NO ORIENTE E CIRCULAÇÃO DO DIÁCONO.


Solicito a gentileza de esclarecer as seguintes dúvidas:

1- Quem pode falar sentado no momento da Palavra a Bem da Ordem e do Quadro em particular? O Orador pode falar sentado todo o tempo, mesmo quando estiver emitindo opinião ou consideração pessoal? O Secretário pode falar sentado o tempo todo, mesmo quando emitindo opinião ou consideração pessoal? Irmãos sentados no Oriente (autoridades, MI, portadores de comenda, etc.) podem falar sentados pelo fato de estarem no Oriente?

2- Sempre ouvi dizer que no REAA não existe o espaço entre o retábulo e as cadeiras do altar do Venerável Mestre, que esse espaço é característica do Rito Adonhiramita. Sendo assim, o 1°Diácono teria que receber a palavra se valendo, no momento do recebimento da mesma, do recuo da autoridade que ocupa a cadeira a direita do Venerável Mestre (a cadeira do Grão-Mestre), para poder alcançar o Venerável Mestre e este lhe dar a palavra ao ouvido. A hipótese da circulação do Diácono por detrás da cadeira do GM é inviável? Hipótese totalmente descartada? A pergunta prende-se ao fato de que a planta (do início do século 19) que originou a planta do nosso templo possuía esse espaço, e segundo li em alguns textos relativos a este tema, este espaço foi abolido mais por questão de economia de custo com obra do que por motivo litúrgico ou ritualístico. Sendo assim, qual o procedimento correto? Ou podem ser adotados ambos os procedimentos se a Loja comportar o espaço que permita a circulação por detrás das cadeiras do altar? Observei que na planta do Ritual Grau1, este espaço está bem destacado, com as cadeiras do altar do Venerável Mestre bem distantes do retábulo, ao contrário do espaço atrás das cadeiras dos vigilantes, as quais aparecem praticamente coladas nas paredes.
Agradeço antecipadamente as respostas e orientações que puder enviar.

CONSIDERAÇÕES.

  1. Salvo quando o ritual determinar ao contrário, todos os ocupantes do Oriente têm o direito de falar sentado, todavia, em se preferindo falar em pé, fica-se à Ordem. Geralmente, por uma questão de deferência, maioria prefere falar em pé. No caso específico do Orador e do Secretário, ambos comumente falam sentados, o que está devidamente correto. Por óbvio isso se dá apenas no Oriente, pois no Ocidente, a exceção dos Vigilantes, os demais falam à Ordem.
Falar à Ordem significa estar com o corpo ereto, pés e esq e com o Sinal de Ordem composto. Essa regra se aplica inclusive às Luzes da Loja que, nessa condição, deixam seus respectivos malhetes e compõem o Sinal na forma de costume.
  1. No REAA não existe passagem (circulação) por trás do trono, isto é, entre o sólio e o Retábulo do Oriente. Junto ao trono existem, a sua direita e a sua esquerda, "duas" (apenas duas) cadeiras de honra. Assim, o espaço entre o Altar e o Retábulo é apenas o suficiente para a acomodação confortável dos ocupantes, não ficando entre eles nenhum espaço que sirva para passagens e deslocamentos.
Para a transmissão da Palavra Sagrada, se o espaço for exíguo, o ocupante da cadeira de honra se afasta um pouco para que se cumpra o ato litúrgico previsto entre o Venerável Mestre e o 1º Diácono.
É descartada qualquer hipótese de o 1º Diácono passar por trás da cadeira para a transmissão. Mesmo que exista espaço isso não ocorre sob qualquer pretexto no REAA.
A propósito, em muitos templos construídos de há muito, existem esses espaços para circulação. Na realidade isso se dava por influências de outros ritos numa época em que não havia muito esclarecimento sobre o caso, fazendo então com que a decoração e os espaços do recinto da Sala da Loja se tornassem confusos e contraditórios.
Geralmente os Templos tinham a sua parede oriental construída em meio-círculo o que, com o passar dos tempos deixou de se usado, até por uma questão de economia na construção.
A bem da verdade, a circulação em infinito, comum ao Rito Adoniramita, não Adonhiramita (derivado de Adoniram, não de Adonhiram), se dá com uma passagem por trás do Retábulo e não pela sua frente. De qualquer modo, isso não é assunto para o REAA.
Procedimentos e orientações oficiais sobre a liturgia da transmissão da palavra sagrada se encontram no Sistema de Orientação Ritualística do GOB RITUALÍSTICA em http://ritualistica.gob.org.br/
Quanto à Planta do Templo que aparece no Ritual do Grau 1, ela é apenas esquemática. A gravura não contempla cotas e nem se apresenta com uma escala determinada, assim, as distâncias não são proporcionais, porém meramente ilustrativas.


T.F.A.

PEDRO JUK


FEV/2020.

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