domingo, 2 de fevereiro de 2020

REDAÇÃO DO BALAÚSTRE (ATA)


Em 08/11/2019 o Respeitável Irmão Marcos Vinícios Horst Rinaldi, Loja Luz de Órion, 3.951, REAA, GOB-SC, Oriente de Itapema, Estado de Santa Catarina, apresenta a seguinte questão:

BALAÚSTRE (ATA)


Há algum tempo ouço em minha Loja reclamação de diversos Irmãos sobre a forma com
o é redigida a Ata/Balaústre das sessões em geral. Os comentários contêm as mais diversas opiniões.
Em face disso, e até mesmo por fins de instrução e para um futuro exercício do cargo eu o faça adequadamente, gostaria de saber, se possível, como o Secretário deve redigir o balaústre? O que necessariamente deve conter, quais ocupantes de cargos devem ser descritos? Quais os detalhes devem ser minuciosamente/literalmente transcritos? Os comentários finais da palavra a bem da ordem em geral devem ser redigidos na íntegra? Há diferenças consideráveis para atas dos demais graus (CM e MM) e/ou sessões magnas? Enfim, que parâmetros seguir para ter uma ata considerada adequada aos fins da boa geometria?

CONSIDERAÇÕES.

Ata. Substantivo feminino (do latim acta, coisa feita). É a narração por escrito em que se relata tudo o que se passou em uma sessão, em uma assembleia, convenção, reunião, congresso, etc.
No que diz respeito à Maçonaria todas as sessões maçônicas devem ser registradas em ata (balaústre ou traçado).
O termo balaústre, mais apropriado para designar ata em Maçonaria, literalmente menciona um pequeno pilar ou coluna que, com outros, sustenta uma travessa ou corrimão. Assim, cada balaústre (ata), de modo figurado, como um pilar sustenta a história da Oficina, já que a sua elaboração pelo Secretário é uma espécie de reportagem dos acontecimentos da Loja, o que se constitui num registro histórico importantíssimo.
Lamentavelmente, hoje em dia algumas Obediências, provavelmente por puro desconhecimento de causa, substituíram o tradicional título de "balaústre" simplesmente por "ata", o que é uma denominação mais condizente para registros profanos[1].
No que diz respeito à redação do balaústre (ata), por óbvio que o seu conteúdo deve ser no máximo possível condizente com as ocorrências da sessão, todavia isso não significa meticulosidades e nem excesso de preciosismo. Nesse sentido, o balaústre deve ser redigido de modo claro e compreensível, porém, sem exageros desnecessários. O Secretário deve ter a capacidade de relatar os fatos sem ser prolixo. Enfim, o bom senso é que deve imperar, sobretudo porque a redação será obrigatoriamente lida em Loja pelo Secretário para aprovação ou emendas, se for o caso.
No caso do GOB, o ritual é bem claro quando menciona que a ata (balaústre) deve ser lida e aprovada em Loja, portanto não se justificam as investidas de alguns querendo remeter a ata por meio eletrônico para apreciação com finalidade de se ganhar tempo. Reitero, a ata (balaústre) é para ser lida em Loja. Aliás, tempo se ganha em Loja não se admitindo falas repetitivas, bem como extensos palavreados e discursos rançosos.
Quanto ao seu conteúdo, além dos relatos apropriados da sessão, a ata (balaústre) deve trazer em sua redação um número sequencial, data, hora, nome da Loja, Rito e Obediência, grau de trabalho, o nome do Venerável Mestre, Vigilantes, Orador e Secretário, ou se preferir todos os cargos eletivos, sem mencioná-los um a um o número de Irmãos presentes destacando quantos deles do quadro e quantos visitantes, etc. Assinam a ata obrigatoriamente o Venerável Mestre, o Orador e o Secretário.
Sugere-se que o a redação do balaústre (ata) siga os períodos que compõem a sessão, por exemplo, no REAA, a narração suscinta da abertura ritualística, a aprovação da ata da sessão anterior, a leitura do expediente, e os demais períodos previstos no Ritual.
Para concluir, deixo a recomendação ao Secretário que ao descrever o uso da palavra em Loja, o faça sem apontar palavreados e assuntos repetitivos, às vezes muito comuns infelizmente entre nós. Para esses casos, basta mencionar o assunto e o nome dos que sobre ele se manifestaram.

P. S. – Como o balaústre (ata) sustenta a história da Loja, é recomendável que nas sessões magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação, o Secretário redija atas próprias – já existe recomendações para isso


T.F.A.

PEDRO JUK


FEV/2020


[1] Profano – do latim: pró = antes; fanum = templo. "Antes do templo", designa em Maçonaria aquele que não foi ou não é iniciado.

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