quinta-feira, 18 de maio de 2017

LUZES COLORIDAS SOBRE O ALTAR

Em 24/03/2017 o Respeitável Irmão Eliberto da Silva Carvalho, Loja Acácia, 0177, REAA, GOB-RJ, Oriente de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, através do meu blog http://pedro-juk.blogspot.com.br formula a seguinte questão:

LUZES COLORIDAS SOBRE O ALTAR


Inicialmente parabenizo o ilustre irmão pelas suas sempre claras e objetivas respostas às mais diversas consultas formuladas, sempre dirimindo as dúvidas apresentadas. Solicito seus esclarecimentos sobre o assunto a seguir: Essa Loja completou 149 anos de fundação dia 07/03/2017 e tem na mesa do Venerável Mestre, ao invés do castiçal com três luzes brancas, segundo os Rituais dos Graus Simbólicos, um castiçal com três luzes de cores diferentes que, segundo alguns obreiros mais antigos, é uma homenagem às Lojas Comércio e Artes, União e Tranquilidade e Esperança de Nictheroy, pelo que representam para a Maçonaria. A meu ver, deixando de lado a homenagem enfocada, da qual não discordo, é uma radical inobservância à ritualística, com relação às luzes sobre a mesa do Venerável, o que deve ser corrigido imediatamente. Concluindo, pergunto ao irmão: Seria correto colocarem-se essas três luzes coloridas sobre um pedestal no oriente, com placa indicativa de sua finalidade, em local que não fira a ritualística?

CONSIDERAÇÕES.

Obviamente que não é correto. O candelabro de três luzes situado sobre o altar ocupado pelo Venerável Mestre e os outros dois que ficam sobre as mesas dos Vigilantes representam as Luzes da Loja e a evolução do conhecimento humano, posto que de acordo com o grau simbólico de trabalho da Oficina acendem-se mais ou menos luzes. No caso do REAA elas ainda representam a evolução da Natureza comparada à alegoria iniciática do Obreiro. Assim, essas Luzes litúrgicas são neutras, podendo ser lâmpadas elétricas ou mesmo velas, entretanto elas não podem ser usadas como instrumentos para homenagear alguém ou alguma coisa. Isso é o mesmo que desvio de finalidade.
Sinceramente, tem coisas que acontecem nos nossos meios que são difíceis de acreditar e essa, por exemplo, é uma delas. Não que as Lojas mencionadas não mereçam de nós todo o respeito e homenagem, porém não se usando as Luzes litúrgicas para esse fim, e muito menos acompanhadas de placa indicativa. Ora, isso é um verdadeiro atentado à liturgia maçônica.
A propósito, as três Lojas que deram origem ao Grande Oriente Brasílico em 17 de junho de 1822, por desmembramento de uma delas – a Comércio e Artes – em mais duas outras, seriam historicamente distinguidas pelas cores branca, azul e vermelha para que os seus respectivos obreiros fossem identificados durante as votações da assembleia. Isso na verdade sacramentaria as cores oficiais do Grande Oriente do Brasil, já que por ocasião das assembleias na época da fundação, os obreiros das três Lojas traziam uma fita com a cor correspondente à sua Loja amarrada no braço direito. Dessa forma eram identificados os Irmãos dos quadros presentes. Dado a isso é que historicamente essas cores (branca, azul e vermelha) individualmente representam até hoje as três Augustas e Respeitáveis Lojas fundadoras.
Mesmo dado à importância devida a elas, nada sugere, entretanto o uso do candelabro de três luzes litúrgicas para prestar essa homenagem. Aliás, como qualquer outro símbolo que compõe a decoração da Loja no REAA não deve também ser usado para essa finalidade.

T.F.A.

PEDRO JUK



MAIO/2017

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