segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

MAÇONARIA E O PAVILHÃO NACIONAL - SÍMBOLOS MAÇôNICOS?

Em 01/11/2017 o Irmão Companheiro Maçom Elóis de Arruda Rodrigues, Loja Flor da Acácia, 3.894, REAA, GOB-PR, Oriente de Francisco Beltrão, Estado do Paraná, apresenta o seguinte:

MAÇONARIA E O PAVILHÃO NACIONAL


Boa tarde meu querido Irmão Juk. Mais uma vez grato ao Grande Arquiteto do Universo por ter tido a oportunidade de assistir mais um ERAC moderado pelo Irmão. Mais uma vez, seu fã de Francisco Beltrão, vem por meio desta, tentar sanar dúvidas.
Conforme os avanços nos estudos de nossos símbolos e mistérios, identifiquei símbolo
s maçônicos intrínsecos na Bandeira do Brasil. O primeiro, para mim bastante evidente, é o “Olho” formado pelo losango amarelo e pela esfera azul. Depois, imaginando a bandeira dobrada na metade, visualiza-se uma forma semelhante ao Avental Maçom.
Ainda temos a abóbada celeste representada pela esfera com as constelações. Por fim, a expressão “Ordem e Progresso”, expressão que é o lema político do positivismo, e que em nossa bandeira aparece na forma abreviada do lema religioso positivista formulado pelo filósofo Maçom francês Auguste Comte: "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim" (em francês L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but.).
Todas essas evidências me levam a crer que existe um simbolismo maçônico subliminar em nosso Pavilhão Nacional. Certo que a internet é repleta de bobagens; Certo também que a empolgação com as descobertas de um humilde CM podem levar ao fenômeno da “Pareidolia”, e fazer enxergar coisas que não existem. Portanto, apelo, mais uma vez, à vossa sapiência: A Bandeira do Brasil é um ícone da simbologia Maçônica?

CONSIDERAÇÕES:

  1. COMENTÁRIOS SOBRE A BANDEIRA DO BRASIL[1]
Não há como se imaginar que a Bandeira do Brasil tenha sido idealizada e elaborada tendo por base símbolos da liturgia maçônica.
No máximo em Maçonaria o Pavilhão Nacional é parte integrante de uma alegoria respeitosa que lhe é devida e regida por leis constitucionais. Não existe nela nenhum apelo maçônico e nem é ela um símbolo haurido dos construtores do passado.
A Bandeira do Brasil foi instituída quatro dias após a Proclamação da República a 19 de novembro de 1889 substituindo a bandeira do Império do Brasil.
Na realidade o Pavilhão Nacional é o resultado de uma adaptação sobre a bandeira do Império. No lugar do escudo Imperial português dentro do losango amarelo, foi acrescentado o círculo azul cravejado com estrelas na cor branca.
No que diz respeito a algumas normas que envolvem as dimensões e proporções do desenho da Bandeira Brasileira (heráldica), ela possui o formato retangular, com um losango amarelo sobreposto ao fundo verde, sendo que no centro vai uma esfera azul celeste atravessada pela faixa branca com o lema Ordem e Progresso em letras maiúsculas verdes, cuja divisa foi inspirada no positivismo de Augusto Comte.
Essa faixa é oblíqua, inclinada da esquerda para direita e tem a conotação de representar simbolicamente o equador terrestre. No círculo azul vão estrelas dispostas como a retratar o céu do Rio de Janeiro em 15 de novembro de 1889, incluindo várias constelações, das quais a mais famosa é o Cruzeiro do Sul.
As estrelas em número de 27 representam simbolicamente os 26 Estados mais o Distrito Federal. A única estrela que fica na parte superior do círculo representa o Estado do Pará.
Oficialmente as quatro cores da Bandeira Nacional representam as famílias reais de que descende D. Pedro I, este o idealizador da Bandeira do Império. O campo verde e o losango dourado (amarelo) da bandeira imperial anterior foram preservados – o verde representava a Casa de Bragança de D. Pedro I, enquanto que o ouro (amarelo) representava a Casa de Habsburgo de sua esposa, a Imperatriz Maria Leopoldina. O círculo azul com as estrelas brancas substituiu o brasão das armas do Império.
Entretanto, essa conotação oficial acabou popularmente sendo substituída por uma adaptação originária do povo brasileiro. Sob essa óptica, o verde passou a representar as matas, o amarelo as riquezas do Brasil, o azul o seu firmamento e o branco a paz que deve reinar entre os povos.
A atual versão do Pavilhão Nacional, com 27 estrelas, entrou em vigor em 11 de maio de 1992, já que houve a inclusão de mais quatro estrelas (anteriormente elas eram 23) representando os estados do Amapá, Tocantins, Roraima e Rondônia.
A concepção da Bandeira Nacional é de autoria de Raimundo Teixeira Mendes, com a colaboração de Miguel Lemos, Manuel Pereira Reis e Décio Villares.

  1. COMENTÁRIOS SOBRE A QUESTÃO.
O círculo nada tem a ver com o Olho Onividente. Por mais que possa ser sugestivo para esse tipo de imaginação, na Bandeira do Brasil ele não é em hipótese alguma símbolo maçônico.
Do mesmo modo, sem comentários é a imaginação de que a Bandeira dobrada simbolize um avental maçônico. Essa dobra não dá nenhuma conotação de que ela represente símbolo maçônico. Pode até parecer, mas nunca se teve essa intenção.
Abóbada, firmamento e estrelas não é apanágio da Maçonaria. Mesmo sob o ponto de vista maçônico, abóbada estrelada não é universalmente adotada. Nem todos os ritos a utilizam. Sem inverter os fatos, a simples aparência de um firmamento não nos dá o direito de imaginar a presença da Maçonaria. Assim, o céu estrelado apresentado no círculo central da Bandeira também não é e nem merece ser interpretado como símbolo maçônico.
O lema “Ordem e Progresso” é oriundo da ideia positivista. Sob o ponto de vista maçônico o lema é perfeitamente adaptável à doutrina maçônica, entretanto é clara a ideia de que na Bandeira Nacional ela é positivista e positivismo não é obra maçônica.
Nesse sentido, a Bandeira do Brasil não é um ícone e nem um conjunto de símbolos maçônicos. O Pavilhão é sim tratado como símbolo da Pátria e, nesse particular, ela é no Brasil o símbolo da maior autoridade na Loja.
Agora, doutrinariamente ela não é parte de nenhum arcabouço de aperfeiçoamento maçônico.
A Maçonaria acima de tudo respeita as Leis e as autoridades legalmente constituídas, portanto tem na Bandeira Nacional um símbolo de legalidade, mas nunca como objeto composto por obra e graça da simbologia maçônica.
De fato, sob esse aspecto, eu diria ao meu nobre Irmão Companheiro que se afaste do hábito de imaginar “coisas” onde elas não existem.
Devo salientar que a Maçonaria é eclética e faz uso de inúmeros símbolos e artifícios oriundos das diversas manifestações das civilizações humanas. A existência de um esquadro, de um compasso, de um triângulo, de um prumo, e de um nível, dentre tantos outros objetos, não indicam pura e simplesmente a presença da Maçonaria.
Herdamos sim uma enorme gama de símbolos dos construtores do passado, todavia isso não nos dá o direito de nos imaginarmos proprietários e inventores dos respectivos.
Infelizmente muitos maçons ainda “acham” que pela simples presença de um objeto representativo aproveitado na nossa liturgia, já indica a presença da Maçonaria.
Assim, dando por concluído, devo orientá-lo a desviar-se desse caminho ilusório. Aprenda a separar o real do aparente, pois nem tudo o que reluz é ouro. A história e a doutrina da Ordem são riquíssimas e ela não precisa desse tipo de subterfúgio para representar a sua verdadeira grandeza.


T.F.A.

PEDRO JUK


JAN/2018





[1] - Fonte dessa Pesquisa – Wikipédia, Enciclopédia Livre e www.suapesquisa.com – Portal de Pesquisas Temáticas Educacionais. Ambos relativos à Bandeira do Brasil.

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