Em 17/02/2024 o Respeitável Irmão José Bento de Oliveira da Loa Ordem e Progresso, 133, REAA, GOMG (COMAB), Oriente de Belo Horizonte, Estado Minas Gerais, pede esclarecimento para o que segue:
SOLIDÉU OU KIPÁ
Rogando pela sua paciência, vimos solicitar o seguinte esclarecimento;
Em sessão de grau 3, no REAA (a única que usamos), qual a razão
histórica dos Irmãos
usarem o solidéu ou quipá?
COMENTÁRIOS
Inicialmente, gostaria de mencionar que o solidéu e a kipá são espécies de cobertura para a cabeça. O solidéu é um pequeno barrete em forma de calota e é habitualmente utilizado por autoridades eclesiásticas da Igreja Católica. A kipá é um barrete semelhante, porém usado pelos judeus em determinadas ocasiões, como na sinagoga, por exemplo.
Em linhas gerais, o solidéu, do latim soli + Deo, significa “só a Deus”, “apenas Deus” ou “só para Deus é tirado da cabeça”. Simboliza a soberania divina e mostra a importância de ser guiado por Deus. A kipá vem da tradição antiga do judaísmo e dá testemunho da presença constante de YHWH. Simboliza a submissão do homem ao Criador.
Sobre a cobertura da cabeça na Maçonaria, para os ritos que adotam esse costume, o mais comum utilizado é o uso de um chapéu negro e desabado.
Em se tratando de misticismo maçônico, a cobertura da cabeça com chapéu é de influência hebraica e também denota a submissão ao G∴ A∴ D∴ U∴. Seu simbolismo é para mostrar que acima da mente falível do homem estão a onisciência, a onipresença e onividência de Deus. Este conceito se adequa melhor para ritos maçônicos teístas.
De modo figurado, o chapéu negro e desabado simboliza, na Maçonaria, a igualdade entre os pares.
No REAA, rito maçônico de origem francesa e de conotação deísta/teísta, em Loja de Grau 3, todos os Irmãos devem se apresentar cobertos, enquanto que em Lojas de Aprendiz e Companheiro, apenas o Venerável usa o chapéu. Comparado com uma reunião de monarcas, o rei e os seus pares se apresentam cobertos, já o rei, diante dos seus súditos, somente ele usa cobertura.O uso do chapéu desabado na Maçonaria também pode ser explicado como uma forma de preservar o anonimato em uma época em que os maçons se reuniam secretamente nas Lojas para conspirar contra a tirania e buscar novas conquistas sociais. Visando escapar das perseguições dos poderosos, o chapéu negro e desabado era usado como um artifício para esconder a face no intuito de preservar a identidade.
À vista destes comentários, o mais comum no simbolismo maçônico é o uso do chapéu, não da kipá (kapale) ou do solidéu.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
OUT/2024
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