Em 30/01/2023 o Respeitável Irmão Wilson Bonifácio Silva Junior, Loja Templários Celestes, 3767, REAA, GOB-SP, Oriente de Rio Claro, Estado de São Paulo, formula a seguinte questão:
PEDRA BRUTA, PEDRA CÚBICA E PEDRA POLIDA
Meu irmão, se possível, gostaria que me orientasse sobre a situação da nomenclatura relacionada à pedra cúbica e pedra polida. Sabemos que o Aprendiz trabalha na pedra bruta, em seu desbaste e se preparando para elevação. O Companheiro trabalha na pedra cúbica. Não tem nenhuma citação específica sobre pedra polida. Porém, é costumas escutarmos em loja este termo e também em vários artigos. A pedra cúbica, está definida a sua forma, a pedra polida, pode ser qualquer uma, se estiver polida.
No nosso ritual do grau 3, na página 106 cita a pedra bruta. Na página 172, em primeira instrução do grau 3, é citada como pedra polida. Pesquisei o SOR, grau 3 e na primeira instrução não vi alguma alteração estabelecida. Temos na Maçonaria a pedra polida ou o correto é sempre: pedra bruta e pedra cúbica?
Este assunto foi ventilado em nossa sessão de ontem e eu fiquei incumbido de trazer a informação mais própria para este uso.
CONSIDERAÇÕES.
Infelizmente o costume de generalizar as coisas ainda se faz presente na Maçonaria. Nesse sentido, inicialmente vale relatar que no simbolismo do REAA não se usa o termo Pedra Polida, porém Pedra Cúbica, além da Pedra Bruta.
Pedra Polida é título mais apropriado para CRAFT, que por aqui é conhecido como York (vertente anglo-saxônica de Maçonaria).
No 1º Grau do Rito de York, a representação da pedra - ainda disforme - é um elemento que sofreu os desbastes primários e que possui, aproximadamente, a forma esquadrejada (com cantos). Embora seja uma pedra parcialmente trabalhada, a mesma ainda é detentora de muitas arestas (asperezas), carecendo, portanto, de correções para servir integralmente ao seu objetivo. Representa o Aprendiz Admitido e é a Joia Fixa da Loja no 1º Grau.
Seguindo esta performance iniciática, no 2º Grau, a Pedra obtém os retoques
finais, ou seja, é burilada para perder as imperfeições, o que lhe dá um aspecto
de Pedra Polida, livre
de arestas e ajustada para a elevação das paredes. Como
a segunda Joia Fixa da Loja, a Pedra Cúbica Polida demonstra o aprimoramento do
maçom, desde os trabalhos iniciais até ele se tornar um elemento primordial e capaz
para satisfazer as exigências da Arte.
Graças a isto, é que no REAA a Pedra Cúbica (2ª Joia Fixa da Loja) é o
símbolo do
Companheiro Maçom. Significa que a Pedra, antes bruta e disforme, agora
útil, se encontra preparada pelas mãos do artífice.
A alegoria demonstra que, pela ação e pelo trabalho, a Pedra Bruta foi transformada em Pedra Cúbica, simplesmente. Nesta conjuntura não se utiliza o termo “pedra polida”.
Ao concluir, vale a pena observar que o objetivo da alegoria das Pedras Bruta e Cúbica, seja ela na vertente anglo-saxônica ou na latina, é o de simular transformação. É bom que se diga que os ritos maçônicos possuem elementos estruturais particulares que devem ser conservados na sua originalidade. Cada Rito possui a sua construção doutrinária. Generalizar práticas ritualísticas entre eles muitas vezes faz com que a boa geometria saia ferida.
T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
http://pedro-juk.blogspot.com.br
OUT/2024
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