sexta-feira, 21 de abril de 2017

POSIÇÃO DO ESQUADRO

Em 15/03/2017 o Respeitável Irmão Tristão Antônio Borborema de Carvalho, Loja Obreiros de Abatiá, 69, REAA, Grande Oriente do Paraná (COMAB), Oriente de Abatiá, Estado do Paraná, formula a seguinte questão:

POSIÇÃO DO ESQUADRO


Ao colocar, no altar dos juramentos e sobre o livro da lei, o esquadro sobre o compasso o vértice *maior* do primeiro (do esquadro e sobre o ângulo de visão de quem está olhando para o oriente) deve estar voltado ao lado direito (coluna do sul) ou ao lado esquerdo (voltado para coluna do norte)? Isso tem algum significado ou ensinamento maçônico?

CONSIDERAÇÕES.

Antes dos esclarecimentos propriamente ditos, os lados do Esquadro que formam a esquadria denominam-se “ramos”, assim como as pernas do Compasso se denominam “hastes”.
Quanto à questão: essas especulações surgiram quando alguns inventores e desavisados criaram um Esquadro para as Três Grandes Luzes Emblemáticas com cabo e graduação, o que lhe deu por consequência os ramos desiguais. Esqueceram esses inventores que o Esquadro que vai unido ao Compasso sobre o Livro da Lei, não é um Esquadro operativo (o usado na construção), mas sim um objeto emblemático, portanto desprovido de um ramo menor do que o outro e de graduação, isto é, o emblemático possui ramos iguais.
Quanto ao Esquadro operativo, o com cabo e graduação, é aquele que está representado e vai apenso ao colar como joia do Venerável Mestre, levando-se em conta nesse caso que o Venerável é o Mestre principal da Loja e detentor desse instrumento – bem como o Nível e o Prumo são as joias representativas dos seus auxiliares imediatos (Vigilantes).
A diferença entre os dois instrumentos, em se tratando da liturgia maçônica, se dá apenas para que ambos sejam reconhecidos na sua finalidade, não havendo nada que autorize especulações exaradas pelos adeptos do preciosismo ao mencionarem que um é o esquadro de pedreiro e o outro o de carpinteiro.
Assim, o Esquadro que é um dos componentes das Luzes Emblemáticas da Loja, não é o mesmo que é usado como instrumento de trabalho, mais sim como um símbolo alegórico que só se completa se estiver unido ao Compasso.
Além da grande alegoria que esses dois instrumentos representam, as suas disposições sobre o Livro da Lei concebem o Grau de trabalho da Loja.
Nesse sentido, como Luz Emblemática, o Esquadro que vai unido ao Compasso sobre o Livro da Lei, autenticamente deveria possuir ramos iguais, embora ainda possamos encontrar inúmeros rituais que não observam essa regra e trazem equivocadamente esse emblema com ramos desiguais. Piorando a situação, alguns desses rituais ainda cometem a desfaçatez de inverter os Esquadros, isto é, o do Venerável com ramos iguais e o Emblemático com ramos desiguais (coisas de pseudos ritualistas que só sabem copiar o ranço que está escrito em alguns rituais anacrônicos).
É devido a essas bobagens que vivem surgindo dúvidas relativas à como proceder com o lado maior ou menor do Esquadro na exposição sobre o Livro da Lei, sendo que não existe nele ramo maior e menor, simplesmente por se tratar de uma Luz Emblemática.
Dizem que a boca se entorta conforme o hábito do cachimbo, então se o seu ritual em vigência é um daqueles que desatentamente menciona um Esquadro de ramos desiguais sobre o Altar dos Juramentos e por cima ainda não orienta para qual banda fica o ramo maior ou menor, penso que essa escolha fica por conta do protagonista, pois tanto faz, já que não existe nenhuma justificativa para esse procedimento, tanto olhando do Oriente para o Ocidente como vice-versa.
Obviamente estamos falando do REAA, cuja disposição dos instrumentos emblemáticos sobre o Livro da Lei é a de que o Compasso tenha as suas hastes (pontas) voltadas para o Ocidente e o ângulo interno do Esquadro (formado pela junção dos seus ramos) voltado para o lado do Oriente.
Apenas a título de ilustração, sugiro uma observação acurada nas gravuras autênticas da Maçonaria que se reportam ao Esquadro e o Compasso unidos encontradas no universo maçônico. Vide como a maioria do comprimento dos ramos do Esquadro nessas ilustrações é a de ramos iguais (quando unidos ao Compasso).


T.F.A.


PEDRO JUK



ABRIL/2017

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