quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

ENTRE COLUNAS - MESTRE MAÇOM SE PRONUNCIANDO


Em 19/09/2019 o Respeitável Irmão Holbein, Loja Dom Pedro IV, Oriente de Lagos, Portugal, formula a seguinte questão pertinente ao REAA.

MESTRE MAÇOM SE PRONUNCIANDO


Venho solicitar os préstimos do teu superior conhecimento sobre questões do R\E\A\A\. Mais exatamente, pretendo esclarecer que lugar deve ocupar um Mestre quando apresenta uma prancha, deve/pode fazê-lo do lugar que ocupa, deve/pode fazê-lo tomando temporariamente o lugar do Orador, ou tem de fazê-lo entre colunas? Na minha Loja temos procedido de acordo com a última opção apontada "entre colunas", mas retenho uma vaga memória de um ensinamento em que o Mestre Maçom só se posiciona entre colunas a seu pedido (salvo disposições ritualísticas previstas).

CONSIDERAÇÕES.

Não só Mestres Maçons, mas também Aprendizes e Companheiros, apropriadamente falam dos seus lugares em Loja.
Infelizmente criou-se o costume rotineiro de que alguém precisa se colocar entre as Colunas do Norte e do Sul para apresentar uma peça de arquitetura ou ler uma prancha. Na realidade essa é uma atitude desnecessária e alimentada pelo excesso de preciosismo.
Objetivamente o apresentante da peça, ou leitor da prancha, deve falar do seu lugar em Loja. Essa atitude, além de apropriada evita deslocamentos desnecessários pelo recinto e poupa o Mestre de Cerimônias de ter que conduzir o protagonista para entre Colunas e posteriormente reconduzi-lo ao seu lugar. Note que tudo isso é desnecessário, pois nada agrega ao ato senão - como dizemos aqui no Brasil – o de "enfeitar o pavão" (que por natureza já nasceu enfeitado).
Assim, é preferível que se fale do seu lugar em Loja.
Cabem ainda dois comentários. O primeiro, que me chamou atenção na questão foi o da possibilidade de um Mestre Maçom ocupar o lugar do Orador temporariamente para apresentar uma peça de arquitetura, ou ler alguma prancha. Ora, sob nenhuma hipótese tal procedimento pode ser aventado, até porque o Orador é a quarta Dignidade da Loja e o Guarda da Lei, ou aquele que representa a Loja no Ministério Público Maçônico. Enganam-se os que pensam que o Orador ali está para exercer a oratória (arte de falar bem).
O outro comentário é sobre a possibilidade do Mestre Maçom se dirigir para entre Colunas a seu pedido. Destaco que esse é um procedimento incomum, portanto não apropriado. Nas Colunas o Mestre pede a palavra no momento apropriado ao respectivo Vigilante. No Oriente pede ao Venerável Mestre. É bom que fique bem claro que não é prerrogativa de um Mestre Maçom, a seu pedido, impreterivelmente se colocar entre Colunas para fazer uso da palavra. Essa possibilidade pode até ser avaliada pelo Venerável Mestre, todavia ele não é obrigado a atender tal solicitação.
Só para ilustrar, aqui no Brasil houve tempo em que fantasistas apregoavam que era direito de qualquer Mestre Maçom se colocar entre Colunas sem obter permissão, pois desse lugar ninguém poderia cassar a sua palavra. Deram até nome para essa bobagem dizendo que ali ele estaria na "posição de súplica" e falaria diretamente com o Venerável Mestre. Tudo, mas absolutamente tudo, é produto de imaginação e fantasia. Felizmente por aqui essas carcaças parecem estar enterradas.
Concluindo, pelo comentado, o prático, correto e o objetivo (qualidades de uma boa obra) é que, salvo em ocasiões especiais, cada um permaneça no seu lugar para apresentar uma peça de arquitetura ou ler uma prancha, por exemplo. O resto, em nome da objetividade é perfeitamente dispensável.

T.F.A.

PEDRO JUK


DEZ/2019

Nenhum comentário:

Postar um comentário