domingo, 29 de dezembro de 2019

REAA E YORK - SINAL DE ORDEM DIFERENCIADO


Em 08/10/2019 o Irmão Aprendiz César Leão Versiani, Loja Portal do Oriente, Rito de York, GOB-MG, Oriente de Montes Claros, Estado de Minas Gerais, apresenta a questão seguinte:

SINAL DE ORDEM DIFERENCIADO


Praticante do Rito de Emulação. Venho através desta solicitar ao Irmão, caso disponha, de material bibliográfico no que tange ao nosso Sinal de Ordem. uma vez que no REAA o mesmo se dá com a m em esq\ sob a mand\, sendo a g\ envolta no intervalo entre o pol\ e o ind\, já em minha Loja (rito de emulação) o manual do GOB descreve o Sinal como o p\ dir\ tocando a l\ e\ do p. O porquê dessa diferença? De onde surgiu? Onde consigo material para apresentar um trabalho em minha Loja?

CONSIDERAÇÕES.

Em linhas gerais existem duas vertentes principais de Maçonaria, a anglo-saxônica pertinente ao Craft, de origem inglesa, e a latina, pertinente aos ritos de origem francesa.
Por questões culturais, históricas e regionais, embora o objetivo da Maçonaria seja o mesmo, muitos costumes no seu seio se diferenciam, sobretudo pelas características de onde se originaram os ritos e trabalhos. Embora a Maçonaria não seja uma religião, as concepções filosófico-religiosas relativas aos arcabouços doutrinários adotados pelos ritos e trabalhos, também merecem destaque, no caso a anglo-saxônica de corrente teísta, e a francesa deísta.
Assim, o REAA, rito de origem francesa, se diferencia em alguns aspectos ritualísticos dos de origem inglesa. É uma história longa e complexa, pelo que sugiro ao Irmão que perscrute na história dessas duas vertentes maçônicas. Faça isso com critério e busque fontes de água limpa, sobretudo busque conhecimento nas fontes inglesas e francesas. Especificamente sobre diferenças de sinais, não há muita coisa a ser digo, senão compreender essas altercações no contexto da obra. Conferir essas diferenças, é possível conferindo e comparando rituais, já a sua hermenêutica demanda de um conhecimento mais aprofundado
A bem da verdade, sinais, toques e palavras muitas vezes podem trazer práticas diferenciadas dentro da própria vertente maçônica, o que pode ser constatado na liturgia maçônica inglesa, irlandesa e escocesa, por exemplo, destacando que na Maçonaria Britânica, o termo "escocesa" se refere à Escócia como parte integrante do Reino Unido, nada tendo a ver com especificamente com o Rito Escocês Antigo e Aceito que é filho espiritual da França.
Por outro aspecto, é bom que se saiba da existência de diferenças litúrgicas entre os ritos e trabalhos maçônicos, sobretudo para se compreender que a liturgia maçônica não é uniforme universalmente – cada rito, ou working possui sua característica.
No que diz respeito à Maçonaria Inglesa, prefiro me referir a ela como Craft, até porque não existe basicamente o termo "Rito de Emulação", pois a Loja de Emulação ou Aperfeiçoamento fora criada para demonstrar os trabalhos no Craft, sobretudo depois da união de 1813. Também é bom que se diga que existe uma característica particular na Maçonaria Britânica que é a de não editar e adotar rituais, porém demonstrar uma conduta de trabalho para que as diversas Lojas das regiões inglesas sigam essa espinha dorsal (Improvement e Stewards), entretanto respeitando as características culturais. Destaco que esse elemento é importante para a compreensão da liturgia e ritualística da Maçonaria anglo-saxônica.
Por fim, no caso da sua questão, essas diferenças de fato existem entre os dois sistemas - o do Craft e do REAA - mas na realidade não alteram a essência e o objetivo iniciático. Todos os SS PP se originam do conteúdo da Lenda de H, destacando que nela, conforme a vertente maçônica, também as narrativas às vezes se diferem um pouco, embora nada mudem na sua essência. O certo é seguir o que prevê o ritual do Rito.


T.F.A.

PEDRO JUK


DEZ/2019

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