sexta-feira, 2 de junho de 2017

REAA E SUA RELAÇÃO COM A ASTRONOMIA

Em 16/04/2017 o Respeitável Irmão Warley Pompeu Marques, Loja Major Adolfo Dourado, 2.196, REAA, GOEPA – GOB, Oriente de Belém, Estado do Pará, solicita esclarecimentos para o que segue:

O REAA E SUA RELAÇÃO COM A ASTRONOMIA


Como a Astronomia Influenciou de forma determinante no R.E.A.A.?
Já que é um Rito que abarca o Estudo da Natureza e Deísta (Filosófico)?
Grato pelos seus esclarecimentos.

CONSIDERAÇÕES.

Resumidamente na Moderna Maçonaria a Astronomia como ciência só seria mencionada a partir do século XVIII quando do envolvimento das Sete Artes e Ciências Liberais da Antiguidade nas lições especulativas e dos catecismos dá época. Como ciência, a Astronomia aparece na ordem dada por Boécio (trivium e quadrivium) como a sétima ciência e, em linhas gerais, tem sido abordada na Maçonaria como exemplo de harmonia e equilíbrio existente no Universo.
No que diz respeito a esse tema e o Rito Escocês Antigo e Aceito em particular, objetivamente a Astronomia se apresenta relacionada ao estudo que compara a evolução humana à Natureza. Em tese, na ciência maçônica a Astronomia é mais um elemento comparativo do que um estudo de mecânica do Universo.
Em alguns ritos maçônicos a relação Astronomia - Maçonaria pode ser observada nas abóbadas (firmamento) e seus astros, constelações e estrelas que decoram o teto da Loja; na alegoria relativa à movimentação anual e diária do Sol (solstícios e equinócios; meio-dia, meia-noite), nos destaques dados ao Sol e a Lua como elementos referenciais e ainda nos ciclos naturais se relacionados aos alinhamentos que envolvem o Sol e as Constelações do Zodíaco (não confundir com astrologia).
De fato, a Moderna Maçonaria, eclética por natureza, montou a sua estrutura doutrinária visando aprimorar o homem comparando-o a um elemento suscetível às Leis da Natureza, seja ela tomada do ponto de vista deísta ou teísta.
Nesse particular, o Templo Maçônico esotericamente representa o palco desse teatro de transformação, estando ele intimamente ligado ao código natural das Leis do Universo. Nele o Homem, independente da sua óptica religiosa, é a matéria prima empregada na realização da Grande Obra, ou da Obra do Sol.
É nesse sentido que a ciência da Astronomia, em maior ou menor escala, é aplicada na Maçonaria.
Seja ela de modo figurado ou filosófico, ela é uma ciência importante que compõe o mecanismo simbólico destinado a alcançar o objetivo proposto.
Obviamente que na Maçonaria o estudo da Astronomia não é aprofundado tal como se faz parte na agrade curricular de uma universidade, entretanto, também ela não é levada como uma questão empírica, já que indubitavelmente, mesmo de modo superficial, essa ciência tem sido um dos esteios das práticas especulativas maçônicas.
Concluindo, vale a pena antes mencionar que teísmo e deísmo são concepções filosóficas. A primeira admite a existência de um deus pessoal, causa do mundo, enquanto que a segunda se relaciona a um sistema ou atitude dos que, rejeitando toda espécie de revelação divina e, portanto, a autoridade de qualquer Igreja, aceitam, todavia, a existência de um Deus, destituído de atributos morais e intelectuais, e que poderá ou não haver influído na criação do Universo – in Dicionário Eletrônico Aurélio. O REAA, como filho espiritual da França, é um rito deísta, todavia não há como negar que ele, nos seus graus simbólicos, também recebeu historicamente influências teístas adquiridas por influências anglo-saxônicas (dos “antigos”).


T.F.A.

PEDRO JUK

 JUNHO/2017


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